O
Ministério Público Eleitoral (MPE) enviou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
novo parecer a favor da cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições
presidenciais de 2014. A nova manifestação foi entregue na sexta-feira
(12) e se refere ao processo em que o PSDB pediu a cassação do resultado
das eleições.
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O
novo parecer repete o posicionamento feito pelo vice-procurador eleitoral,
Nicolau Dino, enviado ao TSE em março, antes da interrupção do julgamento.
De acordo com o procurador, além da cassação da chapa, o tribunal também deve
considerar a ex-presidenta Dilma Rousseff inelegível por oito anos.
A
novidade na manifestação é a inclusão dos depoimentos de delação premiada dos
publicitários João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas
eleitorais do PT. Nos depoimentos, o casal citou suposto recebimento de
propina na campanha por Dilma.
Na
sexta-feira (12), o relator da ação no TSE, Herman Benjamin, encaminhou aos
demais ministros da Corte o complemento do relatório final do
processo. A próxima etapa será a retomada do julgamento, que foi suspenso no
mês passado para novo prazo de alegações para as defesas. Caberá ao presidente
do tribunal, ministro Gilmar Mendes, marcar a data do julgamento, que deve
ocorrer a partir da última semana de junho.
Processo
Após
o resultado das eleições de 2014, o PSDB entrou com a ação e o TSE começou a
julgar suspeitas de irregularidades nos repasses a gráficas que prestaram
serviços para a campanha eleitoral. Recentemente, Herman Benjamin decidiu
incluir no processo os depoimentos dos delatores ligados à empreiteira
Odebrecht, investigados na Operação Lava Jato. Os delatores relataram que
fizeram repasses ilegais para a campanha presidencial.
Em
dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma Rousseff e de
seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas e por unanimidade no TSE.
No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por
entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por
Dilma, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na
Operação Lava Jato. Segundo entendimento do TSE, a prestação contábil da
presidenta e do vice-presidente é julgada em conjunto.
A
campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta que todo o
processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi
documentado e monitorado. A defesa do presidente Michel Temer sustenta que a
campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De
acordo com os advogados, não se tem conhecimento de qualquer irregularidade no
pagamento dos serviços.
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