O
ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, encaminhou aos
demais ministros da Corte o complemento do relatório final do processo que pede
a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. A partir de
agora, começa a contar o prazo de 48 horas para que o Ministério Público
Eleitoral também se manifeste sobre a ação, que foi proposta pelo PSDB em 2014.
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Às
12h29 desta quinta-feira (11), o documento complementar, de 153 páginas, foi
anexado eletronicamente ao processo. Benjamin é o relator da ação no TSE e, até
o momento, o conteúdo está sob sigilo. O relatório final, que já continha 1.086
páginas, apresenta as diligências que foram feitas durante a fase de instrução
do processo e os principais trechos dos depoimentos de testemunhas.
De
acordo com a Procuradoria-Geral Eleitoral, a expectativa é que as alegações do
MPE sejam entregues ainda nesta sexta-feira (12). Depois, Herman Benjamin
colocará o processo à disposição do presidente do TSE, ministro Gilmar
Mendes, para que entre novamente na pauta do plenário, o que, segundo Mendes,
deve ocorrer ainda neste mês.
O
julgamento da ação foi interrompido no dia 4 de abril, quando os ministros da
Corte aceitaram um prazo solicitado pela defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Nesta semana, Dilma e o presidente Michel Temer apresentaram
suas alegações finais ao processo.
Processo
Em
dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma Rousseff e de
seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas e por unanimidade no TSE.
No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por
entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas,
uma vez que a campanha teria recebido recursos do esquema de corrupção
investigado na Operação Lava Jato.
Mesmo
com o impeachment de Dilma, o processo continuou e pode terminar com
a convocação de eleições indiretas, presididas pelo Congresso Nacional, caso a
chapa seja cassada.
Recentemente,
Herman Benjamin decidiu colocar no processo os depoimentos dos delatores
ligados à empreiteira Odebrecht, investigados na Operação Lava Jato, o que tem
sido questionado pela defesa de Dilma. Os delatores relataram que fizeram
repasses ilegais para a campanha presidencial. A defesa de Dilma nega qualquer
irregularidade e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de
distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. Já a defesa do
presidente Michel Temer sustenta que a campanha eleitoral do PMDB não tem
relação com os pagamentos suspeitos.
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