Um
grupo de 15 estudantes que integram a União Nacional dos Estudantes e da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) entregou hoje (24) ao
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um abaixo-assinado pedindo o impeachment do
presidente Michel Temer.
Saiba
mais:
O
documento contém 220 mil assinaturas que foram coletadas digitalmente na última
semana, depois da divulgação de denúncias de envolvimento da Presidência da
República em esquema de pagamento de propina e troca de favores com empresários
investigados na Operação Lava Jato.
Os
estudantes pedem ainda que sejam convocadas eleições diretas para escolha de um
novo presidente. “É uma opinião que não é só dos estudantes, mas também da
população. O governo Temer não conta mais com a legitimidade que o Brasil
precisa pra sair dessa crise econômica e, por isso, a gente acredita que a
única medida possível é a eleição direta”, disse Paula Masulk, representante do
Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP.
Para
entrar na Câmara, os estudantes relataram que enfrentaram algumas dificuldades.
Mas, depois de negociação intermediada por alguns parlamentares, eles foram
recebidos por Maia. A segurança da Câmara está reforçada, com acesso restrito e
maior presença de policiais legislativos nos corredores da Casa.
O
pedido dos estudantes se soma a outros nove pedidos de impeachment protocolados
na Câmara desde a última semana. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou
que protocolará outro pedido na Câmara amanhã (24) à tarde.
Cabe
ao presidente Rodrigo Maia decidir se instala ou não uma comissão especial para
tocar o processo de impeachment do presidente. Mas, o deputado disse
que essa decisão não será tomada “da noite pro dia”.
“Eu
não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive thru, não é
assim, não é desse jeito. Quanto tempo se discutiu aqui a crise do governo
Dilma? As coisas não são desse jeito, nós temos que ter paciência. Estão
dizendo que eu engavetei. Não é uma decisão que se toma da noite pro dia. Eu
disse desde o início: a presidência da Câmara não vai ser instrumento pra
desestabilização do país”, disse Maia.
O
deputado se negou a comentar a polêmica em torno da discussão da PEC das
eleições diretas, em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), e reforçou que vai tentar colocar em votação ainda hoje as
matérias que trancam a pauta do plenário da Câmara.
Enquanto
os estudantes protocolavam o abaixo-assinado, deputados e senadores de partidos
da oposição saíram juntos pela rampa do Congresso Nacional em direção ao ponto
de concentração de manifestantes que estão reunidos para seguir em marcha na
Esplanada dos Ministérios contra as reformas do governo e as denúncias de
corrupção envolvendo o Palácio do Planalto. Os parlamentares caminharam
entoando as frases Diretas Já e Fora Temer.
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