A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, decidiu hoje (22)
que o recurso do presidente Michel Temer será julgado somente após a conclusão
da perícia pela Polícia Federal no áudio entregue pelo empresário Joesley
Batista em seu depoimento de delação premiada.
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No
sábado (20), o ministro Edson Fachin, relator da investigação sobre o
presidente na Corte, pediu que o recurso fosse incluído na pauta de julgamento.
A tendência era que o recurso fosse julgado na próxima quarta-feira (24), mas a
conclusão os trabalhos periciais da PF será necessária para que a data seja
mantida. Além disso, os advogados do presidente e a Procuradoria-Geral da
República (PGR) deverão se manifestar novamente após o laudo.
A
abertura do inquérito por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução
da Justiça foi autorizada pelo ministro na quinta-feira (18), a pedido da PGR.
Segundo o Ministério Público Federal, em encontro com o empresário Joesley
Batista, Temer deu aval para que ele continuasse a pagar uma espécie de mesada
ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro, ambos presos, para que
continuassem em silêncio. O áudio da conversa, gravada por Joesley, foi
disponibilizado na última quinta-feira (18). Após a divulgação, o presidente
Michel Temer e assessores afirmaram que o conteúdo da conversa não incrimina o
presidente.
No
fim de semana, em novo pronunciamento à nação, Temer anunciou um recurso ao
Supremo, questionou a legalidade da gravação e disse que há muitas contradições
no depoimento de Joesley, dono do grupo JBS, como a informação de que o
presidente teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha, que está preso em Curitiba.
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