Ainda sob o impacto da derrota do governo no plenário da Câmara dos
Deputados, o que levará ao Senado a decisão final sobre se haverá ou não
o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o senador Lindbergh Farias
(PT-RJ) prevê a retomada de uma campanha por Diretas, Já! no país, caso o
vice presidente Michel Temer venha a assumir o comando do país.
“Se
o Michel Temer assume a Presidência, de cara, vai vir a ilegitimidade. O
povo brasileiro está desconfiado disso porque eles assaltaram o poder.
Acho que vai surgir um movimento Fora, Temer e Fora, Cunha. Existe uma
discussão sobre eleições também. Consumado o golpe, vai ficar clara a
ilegitimidade. E vai, sim, crescer no Brasil a discussão sobre Diretas,
Já!, se eles consumarem esse golpe vergonhoso”, disse o senador momentos
após ter sido confirmada a derrota dos governistas na Câmara.
Para
o senador petista, a população já se deu conta de que Temer e o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
“aproveitaram as manifestações para chegar ao poder”, mas que, da forma
como o processo se deu, eles vão assumir, “fracos e sem legitimidade”, o
governo. “Tenho convicção de dizer que as ruas vão pedir a cabeça dele,
que é um conspirador de quinta categoria”, acrescentou o senador.
Segundo ele, no entanto, há boas possibilidades de que o Senado evite
que o país chegue a esse ponto.
“Vamos estudar o que fazer a
partir de agora em relação a essa tentativa de golpe. O PT vai se
reunir. Temos esperanças no Senado porque ainda tem muita gente indecisa
lá. O que posso dizer é que eles não têm dois terços no Senado para
afastar definitivamente a presidenta Dilma”, disse Lindbergh.
Em
tom de comemoração pela vitória obtida na Câmara, o líder do PPS, Rubem
Bueno (PR), disse que o Brasil terá, caso Temer assuma a Presidência da
República, “um novo momento na política nacional”, pelo qual se buscará
“a pacificação do país, com novos componentes e atores, a começar pelo
presidente”.
Para Bueno, Dilma “perdeu completamente a autoridade
moral” para continuar governando. “Ela cometeu crime de
responsabilidade e emitiu decretos sem número”, além de provocar uma
crise econômica no país. “A começar pela derrocada das finanças públicas
pelo seu governo para se reeleger presidente em 2014”.
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