segunda-feira, 18 de abril de 2016

Imprensa dos EUA dá grande destaque à autorização do impeachment de Dilma

A imprensa norte-americana deu grande destaque à notícia de que a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na noite de domingo (17) a autorização para a  abertura do processo de impeachment pelo Senado contra a presidenta Dilma Rousseff.

Segundo o The Wall Street Journal, o Congresso brasileiro “deu um passo gigante” para remover a presidenta brasileira. A matéria foi manchete da página da versão online do jornal americano. No artigo, há uma foto de manifestantes vestidos de verde-amarelo e portando cartazes contra Dilma.

A rede de televisão CBS News também deu enorme destaque à notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou, em votação, a acusação de que a presidenta Dilma Rousseff utilizou erradamente verbas de bancos estatais. A acusação, segundo a rede de televisão, fortaleceu o argumento de que a ação contra Dilma “é um golpe”.

Segundo a CBS, a presidenta brasileira é acusada de usar truques de contabilidade na gestão do orçamento federal para manter os gastos e reforçar apoios.

De acordo com a CBS, a presidenta Dilma Rousseff refutou esses argumentos, alegando que presidentes anteriores usaram manobras semelhantes e não foram punidos por isso. A CBS afirmou que Dilma “não foi acusada de qualquer crime ou implicada em nenhum escândalo de corrupção”.

O noticiário da CBS informa que Dilma Rousseff não conseguiu garantir, no entanto, o apoio de que precisava. Em razão disso, os legisladores da Câmara dos Deputados votaram para que ela saia da Presidência da República.

A rede de televisão CNN informou que, depois de mais de cinco horas de votação, a Câmara dos Deputados votou pela autorização ao Senado para abrir o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com o The Wall Street Journal, a campanha pelo impeachment de Dilma foi baseada em acusações de que a presidenta brasileira manipulou números fiscais durante seu primeiro mandato, movimentando dinheiro de entidades controladas pelo Estado. Ela disse que não fez nada de ilegal, segundo o jornal.

As emoções foram elevadas na Câmara dos Deputados, segundo o The Wall Street Journal. A publicação informou que, do lado de fora do edifício do Congresso, a polícia tentava controlar 17 mil manifestantes favoráveis ao impeachment e oito mil contrários à suspensão do mandato da presidenta. “Eram protestos ruidosos”, divididos por uma parede construída para separar os dois lados.

De acordo com o The Wall Street Journal, o Brasil é uma democracia que vem sendo há tempos atormentada por problemas. “Quatro dos oito presidentes eleitos entre 1950 e ascensão de Dilma ao poder, há dois anos, não puderam terminar seus mandatos”. O jornal refere-se aos ex-presidentes Getúlio Vargas, Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor de Mello.

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Dag Vulpi

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