O presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, confirmou para a próxima
quarta-feira (20), o julgamento da liminar que suspendeu a posse do
ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, no último dia 18 de março. A
informação foi dada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, depois
de seu reunir com Lewandowski, hoje (13), para tratar do assunto. A liminar foi
concedida pelo ministro Gilmar Mendes num mandado de segurança impetrado pelo
PSDB e o PPS, sob a alegação de que o objetivo de Lula era obter foro
privilegiado no STF e escapar do juiz Sergio Moro, responsável pelos processos
da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.
“Na verdade, eu
vim confirmar com o ministro Lewandowiski se estaria realmente pautada a
questão do mandado de segurança que envolve a nomeação do presidente Lula. Ele
me confirmou que será votado no dia 20 e eu já o informei que há interesse da
AGU em fazer manifestação oral”, disse Cardozo aos jornalistas no fim da
reunião. Segundo Cardozo, a manifestação no julgamento será feita porque a
Advocacia-Geral da União (AGU) está defendendo um ato da presidenta Dilma
Rousseff.
O ministro
também foi questionado pelos jornalistas a respeito do processo de impeachment
da presidenta Dilma Rousseff. Cardozo disse que a AGU ainda está analisando se
vai demandar o STF sobre o tema. “Estamos analisando cada passo, cada momento
para verificar a adequação da propositura de alguma demanda frente ao STF. Por
ora, não temos nenhum posicionamento”, disse. O ministro disse que considera a
possibilidade de que a própria Câmara considere o relatório inválido.
“Estamos
considerando a possibilidade da Câmara reconhecer a invalidade do
relatório, mas, por óbvio, essa é uma questão que vai sendo analisada pela AGU
para que, na hora certa, e se for o caso, possamos judicializar a matéria”
Indagado se uma
possível ação no STF poderia ser considerado um recurso ao “tapetão”, Cardozo
respondeu: “O dia em que o Judiciário for entendido como um tapetão, nós
rasgamos de vez o estado de direito no Brasil. A constituição é clara: nenhuma
lesão de direito pode ficar afastada de apreciação do poder judiciário. Se um
cidadão comum, se qualquer pessoa ou um presidente da República tem uma lesão,
vamos ao judiciário. Isso, sinceramente, não é tapetão”.
Outro tema
abordado pelos jornalistas foi a questão da dívida dos estados. Hoje o ministro
da Fazenda esteve no STF em uma reunião com o ministro Edson Fachin para tratar
do assunto. Cardozo disse que o assunto não foi abordado por ele com o
presidente da Corte, mas informou que terá uma reunião com o ministro Nelson
Barbosa para tratar da questão.
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