O plenário da Câmara dos Deputados aprovou hoje (17) a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A votação ainda não terminou, mas já atingiu os 342 votos favoráveis necessários para dar continuidade ao processo de afastamento da presidenta.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo andamento do impeachment,
que agora será analisado pelo Senado Federal. Trinta e seis deputados
ainda não votaram. O quórum no painel eletrônico do plenário da Câmara
registra 511 parlamentares presentes na sessão. Até o placar que definiu
a abertura do impeachment, 127 deputados votaram "não" e seis se
abstiveram. Dois parlamentares não compareceram.
A votação
A sessão de hoje foi aberta às 14h
pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após manifestações
do relator da Comissão Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes
(PTB-GO), de líderes partidários e representantes da minoria e do
governo, a votação começou por volta de 17h45.
Os deputados foram
chamados a votar de acordo com ordem definida no regimento interno da
Câmara, da região Norte para a Sul do país. O primeiro a votar foi o
deputado Abel Galinha (DEM-RR), que disse “sim” ao impeachment.
A discussão do parecer sobre a abertura de processo de impeachment de Dilma, que antecedeu a sessão de hoje, começou na última sexta-feira (15), durou mais de 43 horas ininterruptas e se tornou a mais longa da história da Câmara dos Deputados.
Histórico
Antes de chegar ao plenário, na Comissão Especial do Impeachment, o relatório de Arantes pela admissibilidade do processo foi aprovado com placar de 38 votos favoráveis e 27 contrários. O pedido de impeachment, assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo, foi recebido por Cunha em dezembro de 2015.
O pedido teve como base o argumento de que Dilma cometeu crime de responsabilidade
por causa do atraso nos repasses a bancos públicos para o pagamento de
benefícios sociais, que ficaram conhecidos como pedaladas fiscais. Os
autores do pedido também citaram a abertura de créditos suplementares ao
Orçamento sem autorização do Congresso Nacional como motivo para o
afastamento da presidenta.
Collor
Na votação do impeachment
do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, estiveram presentes
480 dos 503 deputados que compunham a Câmara na época. O placar na
ocasião foi de 441 votos favoráveis ao impeachment, 38 contrários. Houve 23 ausências e uma abstenção.
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