Após
o PMDB anunciar sua saída da articulação do bloco formado com os partidos PP,
PTB, PSC, PHS e PEN, na Câmara dos Deputados, os líderes do PTB, Jovair Arantes
(GO); do PP, Eduardo da Fonte (PE); do PSC, André Moura (SE); e do PHS, Marcelo
Aro (MG), anunciaram hoje (7) a formação de um novo bloco partidário na Casa.
"Nós
fomos informados ontem [6] que o PMDB iria sair do bloco, e nós mantivemos o
bloco. Esse bloco tem os mesmos princípios do início da Legislatura e a sua
manutenção foi decidida pelos quatro partidos", disse o líder do PP,
Eduardo da Fonte (PE).
Com
a ruptura, o novo bloco passa ser o maior da Câmara com 82 deputados, superando
as bancadas do PMDB (65 deputados) e do PT (com 62 deputados). O PEN, com dois
deputados, deve seguir o PMDB.
Antes
da ruptura, o bloco liderado pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) era o
maior da Casa, com 149 deputados, e foi articulado no início do ano para dar
apoio à eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara.
O
"racha" ocorreu uma semana após anúncio da reforma ministerial para
dar mais espaço aos partidos da base aliada no governo. Os integrantes dos
partidos estariam insatisfeitos com a forma como o líder do bloco, Leonardo
Picciani, conduziu o debate da reforma ministerial e as indicações para os
ministérios.
O
líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a intenção é que as decisões sejam
tomadas em conjunto pelos quatro partidos e não mais separadamente por
bancadas. "Temos bancadas que precisam discutir, harmonizar e estar
sincronizadas com relação aos problemas que cada um dos parlamentares vivem",
disse o petebista.
"Queremos
respeito, participação e queremos ter o entendimento de que esse bloco, acima
de tudo, tem 82 deputados, e que as decisões serão tomadas com todos os
deputados da mesma forma", acrescentou.
De
acordo com o líder do PMDB, a cisão ocorreu por conta de "divergências
entre os partidos e suas atuações". "Cada um tem que seguir o seu
caminho, mas é positiva essa mudança", disse Picciani.
Segundo
Arantes, ainda não foi definido quem será o líder do novo bloco que deverá,
inicialmente, adotar uma postura de independência do governo. A escolha da
liderança, bem como o posicionamento do bloco, vai ser definida após reunião
com os deputados prevista para a próxima semana. "Vamos nos reunir na
semana que vem para decidirmos a nossa atuação. Antes de ouvirmos a todos, não
podemos falar nada", disse.
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Dag Vulpi