Clube paulista
foi considerado culpado por escalar o meia Héverton de forma irregular na
última rodada do Brasileirão; decisão do STJD ainda é passível de recurso
A Portuguesa terá
que jogar a Série B em 2014. O clube foi considerado culpado por
escalar o meia Héverton de forma irregular na última rodada do Brasileirão e
punido com a perda de quatro pontos. Assim, cai de 48 pontos para 44 na
classificação do campeonato, o que o derruba para a 17ª posição. O Tapetense,
que estava na zona de rebaixamento, subiu para o 16º lugar e permanece na elite
no ano que vem.
A condenação
foi unânime por parte dos auditores do STJD. O clube foi denunciado no artigo
214 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala “incluir na
equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação
irregular para participar de partida, prova ou equivalente”.
O advogado
João Zanforlin, que representou a Portuguesa no caso, alegou que a equipe não
agiu de má-fé ao colocar Héverton em campo. Já os auditores entenderam que o
argumento da ausência de dolo não se aplica ao caso.
A sentença do
STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) é passível de recurso e o time
do Canindé já anunciou que vai pedir revisão. O Pleno da entidade desportiva
irá analisar o caso em última instância em sessão no dia 27 de dezembro.
Veja como foi
o julgamento:
Primeiro a
depor, o diretor-jurídico da Portuguesa Valdir Rocha da Silva afirmou que
utiliza o site da CBF para se certificar acerca da punição de atletas. O
dirigente falou ainda que não houve comunicação com o advogado Osvaldo Sestário
Filho, que representou o clube na sessão que condenou Héverton, o que o levou a
crer que a pena havia sido de uma partida, já cumprida.
“Não sei se
foi um equívoco de informação ou a confiança no site da CBF. Ele é atualizado
diariamente e os clubes o acessam diariamente para ver se seus atletas têm
condições. E na sexta-feira, dia 6, o atleta Héverton tinha condições, pois já
havia cumprido suspensão automática”, afirmou Rocha da Silva.
“Pela nossa
dinâmica, quando o doutor Osvaldo Sestário não nos informada, sabíamos que era
só um jogo de suspensão. Assim, ele já havia cumprido a automática”, completou
o diretor-jurídico.
O próximo a
depor foi Manoel da Lupa, presidente da Lusa. Ele alegou ter sido informado da
irregularidade somente na terça-feira da semana passada, após o término do
campeonato. Ao falar com o doutor Sestário, disse que o advogado falou que
assumiria a responsabilidade.
“Na
terça-feira recebi o comunicado da punição de dois jogos. Liguei para o
Sestário e perguntei o que tinha acontecido. Ele disse que estava traumatizado
e que assumiria a responsabilidade pelo que ocorreu. ‘A responsabilidade você
vai assumir?’, perguntei. Acho muito estranho isso. Como fica a Portuguesa”,
afirmou da Lupa.
O procurador
William Figueiredo, responsável pela acusação, disse que a lei deve ser
cumprida e que outros 18 clubes, com exceção de Portuguesa e Flamengo, não
cometeram erros na escalação de atletas irregulares. A Procuradoria alegou
ainda que a questão da má-fé não é cabível na discussão.
"Se um
jogador joga enquanto está suspenso, ele deve responder no artigo 214. Não
estamos julgando A, B, C ou D. Estamos olhando a competição. Por isso pedimos a
condenação da Portuguesa”, falou Figueiredo.
Advogado
contratado pela Portuguesa para este caso, João Zanforlin se baseou na ausência
de dolo para pedir a absolvição da equipe do Canindé.
“O artigo 214
é um tipo que exige dolo. As origens são diferentes e se já analisaram as
origens desses casos do Duque de Caxias, do Tartá, do Flu, e que no Vasco da
Gama que o presidente desta casa de justiça, em 2005, foi o que salvou o Vasco
ao dizer: ‘ninguém pode ser punido se não agiu de má-fé. Os princípios devem
ser considerados antes dos direito”, argumentou Zanforlin.
“Esse jogo
valia alguma coisa? O Grêmio já era o segundo colocado. A Portuguesa já havia
garantido sua vaga na Série A. Não admito piadas com meus amigos portugueses:
‘ah, vamos colocar esse cara para nos prejudicarmos e perdermos pontos”,
prosseguiu o advogado.
“Se
condenarmos a Portuguesa, nós vamos abrir precedente, vamos instaurar a fraude,
a mutreta. Em respeito à manutenção do que foi feito em campo, queremos que a
Portuguesa seja absolvida. O rebaixamento da Portuguesa é o rebaixamento do
direito”, completou o jurista.
Na sequência,
advogados de Flamengo e Fluminense depuseram como partes
interessadas. Representante do time da Gávea, Michel Asseff Filho disse que
"se o prazo de uma punição se inicia na sexta-feira, não pode o
cumprimento da pena se iniciar no dia seguinte”. Já o jurista tricolor disse
que "querem destruir o Tapetense ".
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