Ao iG,
deputado critica líder sul-africano por aprovação de lei que autoriza aborto,
revela sonhar com Senado e afirma que em hipótese alguma apoiará reeleição de
Dilma
Blog
Dag Vulpi - O
deputado Marco Feliciano (PSC-SP) polemiza ao falar sobre o ex-presidente da
África do Sul Nelson Mandela, morto no último dia 5 de dezembro. Apesar de
homenagear Mandela com um minuto de silêncio durante a última sessão da
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Feliciano dispara contra o
líder negro por causa da aprovação de lei de aborto na África do Sul.
"Quem
mata uma criança, para mim, não é meu amigo. Então Mandela implantou a cultura
que chamamos de cultura da morte dentro da África do Sul", diz Feliciano,
em entrevista ao iG. "E até hoje os índices de aborto na África do
Sul são dos maiores do mundo. Então, nesse quesito, Mandela não foi
feliz", criticou o deputado. Em 1996, a legalização do aborto foi tomada
por Mandela com base no alto índice de violência sexual contra a mulher.
Segundo autoridades sul-africanas, cerca de 60 mil estupros são denunciados
todos os anos no país.
Apesar da
crítica, Feliciano elogia a atuação de Mandela na questão da igualdade racial e
promete uma homenagem ao líder da luta contra a segregação racial do apartheid.
O deputado é relator do projeto de lei que pode destinar 20% das vagas em
concursos público para negros. Ele antecipa que dará parecer favorável às
cotas. “Meu voto vai ser uma homenagem a Mandela”, indica.
O parlamentar
avalia que deixou de ser um político somente identificado com a corrente
evangélica para ocupar um espaço vago na preferência de eleitores
conservadores, independentemente da orientação religiosa. “Talvez eu revelei ao
país uma espécie de político que parece que está em extinção: o político com
posicionamento”, afirma, ressaltando acreditar ser hoje no cenário político “uma
pessoa firme que suporta pressão”.
Isso alimenta
o sonho de Feliciano em disputar uma vaga no Senado por São Paulo em 2014. O
pastor diz que a decisão não depende apenas dele. É preciso avaliar a
postulação ensaiada também por Eduardo Suplicy (PT), Gilberto Kassab (PSD),
José Serra (PSDB). Em um cenário apenas com ele e Suplicy, o deputado diz que
haveria uma “luta bonita”. “Se fosse só ele (o candidato no estado), entraria
na disputa sem medo nenhum. Seria uma luta bonita, porque o sobrenome Suplicy
está atrelado a tudo o que contraria a nós (evangélicos)”, diz.
Feliciano
compara a briga com Suplicy às históricas lutas entre os ex-boxeadores Mike
Tyson e Evander Holyfield, em meados dos anos 1990. “Seria a luta do século
(pelo Senado)”, diz, avaliando que uma candidatura a senador pode enfrentar
dificuldades na hora de encontrar um candidato ao governo paulista disposto a
tê-lo em seu palanque. “Não sei qual governador seria capaz de comprar essa
briga”.
Cabo eleitoral
O presidente
da Comissão de Direitos Humanos será cabo eleitoral do candidato do PSC à
Presidência da República. Ele diz que já gostou de Eduardo Campos (PSB-PE), mas
teve de desistir do presidenciável pernambucano depois de ler declarações dele
sobre cobrança de impostos das igrejas. “Tinha simpatia (por Campos), já estive
com ele”, conta. “Mas para que ferir um povo que tem peso de voto?”, questiona,
emendando que Campos “é mal assessorado”.
Críticas mais
duras são dirigidas a ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), que Feliciano
considera que poderia ter sido sua “mentora” política por também ser
evangélica. Ele se diz desencantado com Marina depois de declarações nas quais
ela sinalizou ser favorável à união civil (material) entre pessoas do mesmo
sexo e contrária ao casamento homossexual, o que implicaria em reconhecimento
religioso. “Por que negar sua fé? Só para inglês ver?”, critica Feliciano. “O
meu problema com o casamento gay não é um papel, um documento. É o que o
documento vai dar a eles (homossexuais), como a adoção. A Marina sabendo do
nosso posicionamento se não se posicionou”.
O tom sobe
mais quando questionado sobre apoiar a presidente Dilma Rousseff, a quem acusa
de não cumprir um acordo com correntes religiosas em relação à não aprovar leis
favoráveis ao aborto. Em julho, Dilma sancionou lei estabelecendo direitos a
mulheres vítimas de estupro – entre eles: oferta da pílula de emergência
conhecidas como ‘pílula do dia seguinte’, que pode evitar a gravidez em até 72
horas após o ato sexual. “Quando a presidente assinou um documento dizendo que
no mandato dela o aborto não seria votado, eu acreditei”, diz.
Em 2010, a
então candidata Dilma divulgou carta afirmando que não tomaria “a iniciativa de
propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros
temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no país”.
A mudança foi decisiva para não apoiar a reeleição de Dilma. “Eu não posso
caminhar ao lado dela”, afirma Feliciano.
Direitos
Humanos
Feliciano fez
um apanhado de sua atuação à frente da Comissão de Direitos Humanos e disse que
o projeto de decreto legislativo 234/2011, conhecido como "projeto da cura
gay", pode voltar à pauta da comissão em 2014. A proposta tenta suspender
resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe o tratamento da
homossexualidade como doença. Feliciano diz que o texto pode ser colocado em
votação pelo próximo presidente da comissão – o pastor deixará o cargo em
fevereiro, quando o Congresso voltar do recesso. “O projeto não morreu, ele foi
retirado de pauta. O autor do projeto, deputado João Campos (PSDB-GO), pode
voltar (a colocá-lo em discussão) a qualquer momento no próximo pleito”, diz.
O deputado
avalia que houve excessos na discussão do projeto que, segundo ele, suspendia uma
“resolução criminosa” do Conselho de Psicologia. “A maldita cura gay, que de
cura não tem nada, é um projeto que sustava uma resolução que para mim é
criminosa”, afirma. “Conheço pessoas que querem ajuda. A homossexualidade não é
um assunto esgotado, não é científico, não existe um gene gay”, diz.
A resposta ao
ativismo gay tem sido trabalhada pela frente parlamentar evangélica na Comissão
de Direitos Humanos do Senado, onde tramita o projeto de lei complementar (PLC
122/2006) que pretende colocar no mesmo patamar do racismo a discriminação ou o
preconceito pela orientação sexual e identidade de gênero.
A oposição do
pastor e outros religiosos levou o senador Paulo Paim (PT-RS), relator do PLC
122, a retirar do texto a palavra homofobia e colocar um trecho dando liberdade
aos templos de recusar pessoas que demonstrem afetividade diferente da sua
orientação religiosa. Apesar das mudanças, a frente evangélica tentará obstruir
a votação do PLC 122 na comissão do Senado. “Esse projeto é um projeto
natimorto, demonizado como o da cura gay”, diz Feliciano. “Por mais que se
tente melhorá-lo, já ficou uma marca de que ele é um projeto de gay contra
evangélico.”
Quem é esse cara para falar de um líder nato??? Esse tal Feliciano luta por espacinho na mídia da forma mais ridícula, não tem outra explicação para tanta palhaçada...
ResponderExcluirBabaca!!
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