Segundo
Alexandre Padilha, a prática é comum em outros países
O ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira que a proposta do
governo de atrair médicos estrangeiros para atuar no Brasil não pode ser vista
como tabu, uma vez que a prática é comum em países como Inglaterra, Estados Unidos
e Canadá, onde o índice de profissionais com formação no exterior chega a 37%,
25% e 22%, respectivamente. No Brasil, a taxa é de 1,7%.
Após
participar de reunião da Frente Nacional de Prefeitos, Padilha destacou que a
pasta está estudando estratégias adotadas por esses países para atrair
profissionais de saúde vindos do exterior.
Entre outros
países, o governo brasileiro está negociando a contratação de cerca de 6
mil médicos cubanos para atender à demanda por profissionais no País,
especialmente em cidades menores.
“Estamos nos
organizando para receber um número maior de médicos aqui, em vista do déficit
de profissionais de medicina no Brasil. Trata-se de uma cooperação que tem
grande potencial promissora e a qual também atribuímos um valor estratégico”,
afirmou o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota.
O assunto foi
um dos temas do encontro do chanceler brasileiro com o ministro das Relações
Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.
A presidente
Dilma Rousseff já havia se posicionado a favor da contratação de estrangeiros –
antes se falava na contratação de médicos portugueses e espanhóis.
“Cuba tem uma
proficiência grande nessa área de medicina, farmacêuticos, biotecnologia, e o
Brasil está examinando a possibilidade de acolher um número através de
conversas que envolvem a Organização Pan Americana de Saúde, a OPAS, e está se
pensando em algo em torno de 6 mil ou pouco mais”, afirmou Patriota.
Citando
estratégias usadas em outros países para atrair profissionais de saúde, Padilha
afirmou que, no Canadá, os médicos passam por um exame de validação do
diploma antes de começarem a atuar. Outras localidades têm programas que
prevêem autorização especial para que o profissional estrangeiro atue em áreas
de maior carência.
Entre as
hipóteses descartadas pelo ministério até o momento, de acordo com o ministro,
estão a validação automática de diploma e a atração de médicos provenientes de
países que têm menos profissionais por mil habitantes que o Brasil, como a
Bolívia e o Paraguai.
Conselho
condena vinda de médicos cubanos
O Conselho
Federal de Medicina (CFM) divulgou no último dia 6, mesmo dia em que foi
anunciada a pretensão do governo em contratar médicos
cubanos, uma nota repudiando o acordo. Além de questionar a
qualidade dos médicos estrangeiros, a entidade afirmou que a ação demonstra uma
intenção política e eleitoral do governo.
"O Conselho Federal de Medicina condena
veemente qualquer iniciativa que proporcione a entrada irresponsável de médicos
estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos no exterior sem
sua respectiva revalidação. Medidas neste sentido ferem a lei, configuram uma
pseudoassistência com maiores riscos para a população e, por isso, além de
temporários, são temerários por se caracterizarem como programas
político-eleitorais", diz a nota.
Ainda de
acordo com a nota, o CFM diz que, juntamente com os Conselhos Regionais de
Medicina, "envidarão todos os esforços possíveis e necessários, inclusive
as medidas jurídicas cabíveis, para assegurar o Estado Democrático de Direito
no País, com base na dignidade humana".
Agência Brasil
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