O presidente da Câmara, deputado
Marco Maia (PT-RS), classificou hoje (17) como uma “ingerência” no Parlamento a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a perda imediata de mandato dos
deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry
(PP-MT), condenados no julgamento da Ação Penal 470, processo do mensalão.
Para o petista, a decisão de hoje
do STF fere a Constituição. No entanto, ponderou que, até a publicação do
acórdão, há tempo para discutir o assunto para uma solução. “A decisão tomada
pelo STF, na minha avaliação, contraria o que diz a Constituição e tira uma
prerrogativa da Câmara. Como a medida tomada não é imediata, há um período
ainda de recursos e debates sobre o tema. Neste período, poderá haver mudanças
de opinião e no posicionamento de alguns ministros do Supremo”, disse Maia.
Como reação à decisão, o presidente
da Câmara lembrou que há em tramitação na Casa uma série de matérias que
diminuem as prerrogativas dos ministros do STF. “Tem uma lista de projetos que
estão tramitando há algum tempo sobre prerrogativas do STF. Não tenha dúvida de
que nessa linha [da decisão pela cassação imediata] que as propostas andarão
aqui com mais rapidez”, declarou.
“O ideal é que o STF não se
envolvesse tanto e não tentasse limitar as prerrogativas do Parlamento. Essa é
uma ingerência, na minha avaliação, indevida e que não dialoga com o bom
entendimento entre os Poderes”, completou. Entre as matérias que limitam a
atuação do SFT, está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33 de 2011. Ela
prevê que certas decisões da Corte sejam validadas pelo Congresso antes de
entrar em vigor.
O presidente da Câmara disse ainda
que vai consultar a Advocacia-Geral da União sobre o assunto. “Já havia
encaminhado à AGU e tive uma conversa com o ministro [Luís Inácio] Adams no
sentido de que preparasse os estudos para que, se a Câmara fosse chamada ou se
houvesse a tentativa de usurpar algum tipo de sua prerrogativa no processo da
Ação Penal 470, que a pudesse entrar no processo. Como essa decisão ocorreu, a
Câmara certamente vai entrar no debate sobre suas prerrogativas com o STF”,
disse Maia.
Como a perda dos mandatos depende
da publicação do acórdão, o posicionamento da Câmara será tomado pela próxima
composição da Mesa Diretora, que será eleita em fevereiro, no retorno das
atividades de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi