Autor do mandado de
segurança para impedir a votação dos vetos ao projeto de lei sobre distribuição
dos royalties do petróleo, deputado Alessandro Molon (PT-RJ),
comemorou a liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal (STF), alertando que o Congresso Nacional precisa analisar
os mais de 3 mil vetos presidenciais que já se encontravam na Casa.
“É uma decisão importante, porque
se cria uma regra e acaba com os casuísmos. Pela decisão, a apreciação de vetos
deve ter regra clara e não casuísmos. Deve seguir a cronologia da comunicação
ao Congresso dos vetos presidenciais”, disse o parlamentar do Rio de Janeiro.
Na semana passada, parlamentares do
Rio de Janeiro ingressaram no STF com mandatos de segurança para impedir a
sessão do Congresso, nesta semana, para apreciação dos vetos ao projeto
da divisão dosroyalties do petróleo. Na quarta-feira (12), em sessão
tumultuada, o Congresso Nacional aprovou requerimento para votar o tema antes
da apreciação dos mais de 3 mil vetos que se encontram no Parlamento à espera
de apreciação.
Antes da decisão do ministro Luiz
Fux, o presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP),
anunciou a convocação da sessão para as 19 horas de amanhã (18) para apreciação
dos vetos dosroyalties. Com o posicionamento de Fux, a sessão foi mantida, mas
a pauta passou a ser para a apreciação de projetos de créditos suplementares.
Ministro do STF suspende análise sobre veto dos royalties no Congresso
O ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal (STF), proibiu o Congresso Nacional de analisar o veto
presidencial na lei dos royalties enquanto todos os outros vetos não
forem deliberados. A decisão, tomada hoje (17), é relativa a mandado de
segurança ajuizado nesta semana pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ). Foi
marcada para as 19h de amanhã (18) a sessão que vai analisar o veto
presidencial ao projeto de lei com nova redistribuição dos recursos dos royalties do
petróleo. Com a decisão de Fux, a sessão não poderá ocorrer.
Fux determinou que a Mesa Diretora
do Congresso Nacional “se abstenha de deliberar acerca do veto parcial nº
38/2012 antes que se proceda à análise de todos os vetos pendentes com prazo de
análise expirado até a presente data, em ordem cronológica de recebimento da
respectiva comunicação, observadas as regras regimentais pertinentes”.
Ao decidir a questão, Fux ressaltou
que o primeiro veto recebido pelo Congresso e não apreciado dentro do prazo
impede a avaliação de todos os outros que o sucederam. Ele ainda argumenta que
todos os vetos são urgentes, pois trancam a pauta legislativa. “Daí porque não
há, diante da Lei Maior, vetos mais ou menos urgentes. Todos o são em igual
grau”.
Nos argumentos apresentados ao STF,
Molon protestou contra o regime diferenciado adotado na questão dos royalties,
lembrando que há mais de 3 mil vetos pendentes de apreciação no Congresso,
vários deles com o prazo expirado. “A necessidade de proteger as minorias
parlamentares de eventuais abusos como esse tem sido destacada em importantes
precedentes dessa egrégia Corte, muitos dos quais sequer envolviam violações
tão graves e manifestas”.
A presidenta Dilma Rousseff vetou
artigo do projeto, aprovado pelo Congresso, que previa a nova divisão dos royalties para
os contratos de concessão já licitados. Em mensagem encaminhada ao Parlamento,
a presidenta argumenta que o dispositivo violaria “frontalmente” a Constituição
e, por isso, foi alvo de veto. ( Agência Brasil)
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