quarta-feira, 21 de novembro de 2012

STF deve julgar mensalão do PSDB com mesmo empenho, diz Britto


No entanto, para o ministro aposentado do STF, há diferença de proporção.
Ex-presidente do STF, Ayres Britto esteve em Vitória nesta segunda-feira.

Eduardo Azeredo foi beneficiado em 1998, quando era governador de Minas Gerais, por um esquema que desviou R$ 3,5 milhões de empresas estatais para sua campanha à reeleição
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou nesta segunda-feira (19), em entrevista ao jornal "A Gazeta", que o processo conhecido como mensalão do PSDB, em Minas Gerais, deve ser julgado com o mesmo empenho do mensalão no governo federal.

"Guardadas as proporções, sim [o STF vai dedicar o mesmo esforço para julgá-lo]. O de Minas Gerais foi em Minas Gerais. O outro teve dimensão geográfica maior, incorporou maior número de pessoas e de acusações. Mas o dever do Supremo é julgar com o mesmo empenho, a mesma dedicação, a mesma equidistância e imparcialidade, todos os processos que chegam para julgamento", disse Britto.

Britto esteve em Vitória e fez palestra no Congresso Brasileiro de Direito Administrativo. Ele concedeu sua primeira entrevista desde que se aposentou como ministro do Supremo, no domingo, quando fez 70 anos.

Para ministro aposentado, o processo do mensalão é "impactante por ser inusitado". "É diferente, chega a ser heterodoxo pelo número de réus, número de testemunhas, número de acusações, imputações feitas pelo Ministério Público, número de diligências, laudos, perícias, inspeções, a demandar por parte do Supremo Tribunal Federal um esforço concentrado, incomum", afirma.

Ayres Britto acredita que há uma sinalização de que a forma de se fazer política no Brasil vai melhorar.

"Pelos resultados já alcançados, ainda que não proclamados com definitividade porque o processo está em andamento, o Supremo sinaliza que há um modo de fazer alianças, acordos, coalizões, um modo não compatível com o ordenamento jurídico. Pelo contrário, um modo execrado pelo ordenamento jurídico. A se confirmar esse resultado, há um vislumbre, uma sinalização de que as coisas mudarão para melhor no sentido de que teremos uma vida política mais qualificada", espera.

Ayres Britto também elogiou o presidente eleito do STF, Joaquim Barbosa.

"O ministro Joaquim Barbosa é um qualificadíssimo operador do Direito. Um homem devotado à causa pública. É muito culto, ao mesmo tempo é prático, corajoso, independente, tem as virtudes necessárias ao bom desempenho da judicatura", afirma.


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