No entanto, para o ministro aposentado do STF, há
diferença de proporção.
Ex-presidente do STF, Ayres Britto esteve em Vitória nesta segunda-feira.
Ex-presidente do STF, Ayres Britto esteve em Vitória nesta segunda-feira.
Eduardo
Azeredo foi beneficiado em 1998, quando era governador de Minas Gerais, por um
esquema que desviou R$ 3,5 milhões de empresas estatais para sua campanha à
reeleição
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O
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou
nesta segunda-feira (19), em entrevista ao jornal "A Gazeta", que o
processo conhecido como mensalão do PSDB, em Minas Gerais, deve ser julgado com
o mesmo empenho do mensalão no governo federal.
"Guardadas as proporções, sim [o STF vai dedicar o mesmo esforço para julgá-lo]. O de Minas Gerais foi em Minas Gerais. O outro teve dimensão geográfica maior, incorporou maior número de pessoas e de acusações. Mas o dever do Supremo é julgar com o mesmo empenho, a mesma dedicação, a mesma equidistância e imparcialidade, todos os processos que chegam para julgamento", disse Britto.
Britto
esteve em Vitória e fez palestra no Congresso Brasileiro de Direito
Administrativo. Ele concedeu sua primeira entrevista desde que se aposentou
como ministro do Supremo, no domingo, quando fez 70 anos.
Para
ministro aposentado, o processo do mensalão é "impactante por ser
inusitado". "É diferente, chega a ser heterodoxo pelo número de réus,
número de testemunhas, número de acusações, imputações feitas pelo Ministério
Público, número de diligências, laudos, perícias, inspeções, a demandar por
parte do Supremo Tribunal Federal um esforço concentrado, incomum",
afirma.
Ayres
Britto acredita que há uma sinalização de que a forma de se fazer política no
Brasil vai melhorar.
"Pelos
resultados já alcançados, ainda que não proclamados com definitividade porque o
processo está em andamento, o Supremo sinaliza que há um modo de fazer
alianças, acordos, coalizões, um modo não compatível com o ordenamento
jurídico. Pelo contrário, um modo execrado pelo ordenamento jurídico. A se
confirmar esse resultado, há um vislumbre, uma sinalização de que as coisas
mudarão para melhor no sentido de que teremos uma vida política mais
qualificada", espera.
Ayres
Britto também elogiou o presidente eleito do STF, Joaquim Barbosa.
"O
ministro Joaquim Barbosa é um qualificadíssimo operador do Direito. Um homem
devotado à causa pública. É muito culto, ao mesmo tempo é prático, corajoso,
independente, tem as virtudes necessárias ao bom desempenho da judicatura",
afirma.
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