Dez mil homens da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica estarão em alerta máximo, entre a próxima
segunda-feira e o dia 30, visando a proteção da chamada Amazônia Azul, como é
conhecida a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil no mar. Eles participarão
da Operação Atlântico 3, cujo objetivo é simular possíveis ataques estrangeiros
a pontos estratégicos ao longo da costa, desde o Rio Grande do Sul até o Rio de
Janeiro, incluindo a infraestrutura petrolífera, principalmente contra os
campos do pré-sal, usinas hidrelétricas e nucleares, portos e refinarias.
A operação estará sob comando do
almirante-de-esquadra Gilberto Max Hirschfeld e coordenação do Ministério da
Defesa. Este ano o comando do teatro de operações é da Marinha, que empregará
sete navios, dois submarinos e seis helicópteros. O Exército participará com
cerca de 200 viaturas de vários usos e a Aeronáutica disponibilizará 15
aeronaves, incluindo quatro aviões de ataque.
A Operação Atlântico 3 será
acompanhada a partir da Escola Naval do Rio de Janeiro por um Estado-Maior,
chefiado pelo contra-almirante José Renato de Oliveira. Dali serão dadas as
ordens de ataque e defesa do exercício.
"A operação tem importância
pela integração das três forças e para garantir a proteção da Amazônia Azul,
onde estão as plataformas do pré-sal. Serão simulados ataques à Reduc
(Refinaria Duque de Caxias, da Petrobras) e à estação de tratamento de Guandu
(onde é captada a água da região metropolitana do Rio)", disse o
contra-almirante.
O militar explicou que 95% das
riquezas que o País importa ou exporta passam pelo mar, o que justifica
garantir um domínio seguro das rotas na região. Um dos submarinos será usado
como arma de apoio a essas linhas de comunicação, enquanto o outro simulará um ataque
inimigo, tudo coordenado pelo Estado-Maior. "O submarino é uma arma que
tem como principal característica a discrição, sendo essencial na guerra naval.
O principal projeto da Marinha hoje é a construção do submarino nuclear, que
deverá estar navegando por volta de 2025."
A Amazônia Azul tem 3,6 milhões de
quilômetros quadrados e se estende por 200 milhas náuticas, cerca de 370
quilômetros, a partir da costa. Além dos campos petrolíferos do pré-sal, o
fundo do oceano também abriga inúmeros materiais e metais preciosos, que
poderão ser futuramente explorados pelo País.
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Dag Vulpi