A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) condenou, na sessão desta segunda-feira do julgamento da Ação Penal 470,
o chamado ‘mensalão’, os réus Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach
e Cristiano Paz, pelos crimes de corrupção ativa e peculato.
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato
também foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e peculato por seis dos
11 ministros da Corte. Com o sexto voto, da ministra Cármen Lúcia, caso nenhum
dos magistrados altere seu voto até o final do julgamento, os quatro réus serão
condenados, mesmo que os próximos ministros os absolvam.
A ministra Cármen Lúcia acompanhou o entendimento do
ministro-relator Joaquim Barbosa na condenação dos réus e também absolveu o
ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
Luiz Gushiken.
Até agora, já votaram Joaquim Barbosa, o
ministro-revisor, Ricardo Lewandowki, Rosa Weber, Luiz Fux, Antonio Dias
Toffoli e a ministra Cármen Lúcia. Na próxima sessão, que será realizada na
quarta-feira, o ministro César Peluso será o primeiro a proferir o voto,
seguindo a ordem de antiguidade da Corte. Ele se aposentará no dia 3 de
setembro.
Cármen Lúcia votou ainda pela condenação do deputado
federal João Paulo Cunha (PT-SP) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de
dinheiro e peculato. “Houve corrupção passiva por parte de João Paulo Cunha no
recebimento de R$ 50 mil. [...] Neste caso, houve recebimento, não apenas
oferta, por meio da intermediação do saque da própria esposa. Sabia-se que era
vantagem indevida, porque não havia nenhum débito por parte do Marcos Valério.
Não me toca a circunstância de ele ter se valido da própria esposa”.
A ministra destacou também em seu voto a contratação
do jornalista Luís Costa Pinto por João Paulo Cunha e citou o salário mensal
que o assessor recebia no valor de R$ 21 mil por mês da Câmara dos Deputados,
valor maior do que teto do funcionalismo público na época. “Ele [João Paulo]
contratou alguém, além do que a legislação permitia”, detalhou.
Cármen Lúcia condenou Marcos Valério, Ramon Hollerbarch
e Cristiano Paz por corrupção ativa e João Paulo Cunha por peculatos em duas
ocasiões. O deputado federal também foi condenado corrupção passiva e lavagem
de dinheiro. “Não houve apenas a oferta ou a solicitação, mas o recebimento de
R$ 50 mil [por João Paulo Cunha] e sabia-se que era vantagem indevida”,
ressaltou.
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