O advogado criminalista
Márcio Thomaz Bastos, que já atuou como defensor do ex-presidente
Lula, foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (1987) e exerceu o cargo
de ministro da Justiça entre 2003 e 2007, exerce hoje a defesa do bicheiro
Carlos Augusto Ramos, pivô da CPMI do Cachoeira. Bastos foi alvo, nesta terça-feira, de uma
representação feita pelo procurador Regional da República no Rio Grande do Sul
Manoel Pastana, para que seja investigado por supostamente praticar crime de
lavagem de dinheiro ou receptação não intencional de recursos de atividades
criminosas.
Em nota, distribuída nesta tarde, o escritório de Thomaz Bastos
afirma que “jamais se defrontou com questionamentos desse calão”.
Leia agora, na íntegra, a nota
do advogado:
“O advogado Márcio Thomaz Bastos repudia as ilações de um procurador
regional da República no Rio Grande do Sul, por estar defendendo um acusado em
caso de grande repercussão nacional. Trata-se de retrocesso autoritário
incompatível com a história democrática do Ministério Público. Esse procurador
confunde deliberadamente o réu e o advogado responsável por sua defesa,
abusando do direito de ação.
“Em seus quase 60 anos de atividade como advogado e defensor da
causa do Estado Democrático de Direito, jamais se defrontou com questionamentos
desse calão, que atentam contra o livre exercício do direito de defesa, entre
outros direitos e garantias fundamentais, tanto do acusado como do seu
defensor.
“Os honorários profissionais remuneram o serviço de advocacia
que está sendo prestado – fato público e notório – e seguem as diretrizes
preconizadas pelo Código de Ética da Advocacia e por outras leis do País.
“O escritório que dirige, como qualquer outra empresa, respeita
todas as regras impostas pela Receita Federal do Brasil. Causa indignação,
portanto, a tentativa leviana de intimidar o advogado, para cercear o direito
de defesa de um cidadão. Trata-se de lamentável desvio de finalidade”, conclui
a nota do advogado Thomaz Bastos.
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