terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Serra já decidiu: vai infernizar a vida de Aécio


O ex-governador de São Paulo, José Serra, escolheu o papel que pretende exercer no final de sua carreira política: o de sabotador da candidatura do próprio partido; primeiro, ele anunciou no Facebook que o PSDB deve oficializar Aécio Neves sem demora; em seguida, o portal Uol, do grupo Folha, noticiou que Serra desistiu da disputa presidencial; na sequência, o mesmo Uol publicou uma errata, informando que Serra ainda não desistiu; ou seja, ele procurou a Folha e negou a informação; o que o ex-governador pretende com isso parece ser simples: colocar Aécio na posição de presidenciável oficial e iniciar sua série de disparos

Gilmar Mendes deve frustrar no STF financiamento público


Está escrito o roteiro para uma sessão do STF que ainda pode ser histórica ou entrar para a gaveta da frustração; quando ministro Teori Zavascki, em vistas, devolver processo ao plenário, colegas Carmem Lúcia e Ricardo Lewandoski devem levar a 6  a 0 o placar a favor da Adin da OAB; mas vitória espetacular sobre festa do dinheiro privado em campanhas eleitorais deve ser esfriada por Gilmar Mendes; até a estátua diante do Supremo acredita que ele irá pedir vistas do processo, adiando a decisão final para o próximo ano; ficaria tudo como está em termos de dinheiro grosso na gincana eleitoral de 2014

Mães lideram casos de maus-tratos a crianças


Mais de 50% dos casos de maus-tratos contra crianças são praticados pelas mães.

Dados de estudo da UnB deixam claro que o castigo físico ainda é considerado uma prática legítima de educação

Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) mostra que 52,45% dos casos de maus-tratos contra crianças são praticados pelas mães das vítimas. Os pais são os responsáveis pela violência em 42% das vezes. Os número têm como base o Serviço de Assessoramento a Juízos Criminais (Serav) de 2010.

Os dados são oriundos da análise de 37,7% do total de ocorrências de maus-tratos registradas no Tribunal de Justiça do Distrito Federal em 2010. A partir dos arquivos da Justiça, o estudo "Entre a garantia e a restrição de direitos: a judicialização das situações de violência doméstica e familiar contra crianças e adolescentes", de autoria da pesquisadora Cristiane Rodrigues, conclui que a maior incidência das mulheres como agressoras tem relação direta com o papel delas na criação dos filhos.

Em troca de asilo, Snowden oferece ajuda ao Brasil contra espionagem dos EUA


Em carta obtida pela Folha, autor de vazamento de programa da NSA diz ter que só asilo lhe permitirá falar.

O ex-técnico da CIA Edward Snowden, que revelou o amplo esquema de espionagem mundial da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), escreveu em "uma carta aberta ao povo brasileiro" que tem a intenção de ajudar o governo do Brasil a investigar a espionagem dos EUA em seu território, mas que só poderia fazê-lo se lhe for concedido asilo político.

Em uma carta obtida pela Folha de S.Paulo e publicada pelo jornal nesta terça-feira, Snowden disse estar impressionado pela forte crítica que o governo brasileiro faz contra o amplo programa de espionagem da NSA na internet e nas telecomunicações em todo o mundo, incluindo o monitoramento do celular da presidente Dilma Rousseff.

Igreja Universal é condenada a devolver mais de R$ 74 mil a fiel arrependida


Justiça considerou que valor concedido a pedido de pastor comprometeu o sustento da doadora

A Igreja Universal do Reino de Deus terá de devolver a uma fiel arrependida uma doação de mais de R$ 74 mil, em valores de 2004, a serem corrigidos, por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do dia 3 de dezembro, divulgada nesta terça-feira (17). O ministro Sidnei Benetti manteve decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) que considerou que houve queda no padrão de vida da doadora.

A fiel alegou que foi pressionada pelo pastor por meio de ligações e visitas a sua casa a doar o valor, obtido em seu trabalho como contadora, em duas parcelas, no ano de 2003. Depois disso, entrou em depressão, perdeu o emprego e passou por dificuldades financeiras. Ela entrou com processo em 2010 para anular a doação. 

A reforma política cabe ao Judiciário?




Por Patricia Faermann   no Blog Dag Vulpi

De todas as retrospectivas para as decisões do Congresso, a que mais fez falta foi a não votação da reforma política. A matéria é discutida pelos parlamentares há 15 anos, sem nunca gerar um consenso, motivado pelos interesses diversos em todas as bancadas.

A última vez que o assunto chegou próximo de um resultado foi após o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, em junho de 2013, no qual sugeria a criação de um plebiscito para que a população participasse na decisão de aspectos da reforma política. A inviabilidade da proposta, analisada e criticada por juristas, levou o tema novamente para o escuro.
Em 2012, outra novela havia se desenhado com a reforma política. Era a proposta do deputado Henrique Fontana (PT-RS). Chegando à porta do plenário, a matéria não foi apreciada por falta de acordos políticos. No texto, Fontana previa a coincidência das eleições para todos os cargos em 2022 (de vereadores até presidente do país); adiamento dos mandatos de prefeitos eleitos em 2016; fim das coligações em eleições proporcionais; criação de uma lista flexível de candidatos para os eleitores votarem; maior participação popular no Legislativo via internet e, o polêmico item, a exclusividade de financiamento público das campanhas.

Proposta simples

Para facilitar o consenso, uma comissão mista do Congresso Nacional criou, paralelamente, uma proposta com menos mudanças. O projeto do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) propunha eleições em caso de cassação de mandato de prefeito, redução de burocracia na Justiça Eleitoral e a possibilidade de pré-campanha, permitindo aos candidatos divulgarem ações ou propostas em redes sociais e sites.

Entretanto, como se pôde ver, nem mesmo a declaração de Dilma fez o tema progredir e, efetivamente, mudar o sistema eleitoral do Brasil. Essa foi a brecha para que um dos mais polêmicos temas chegasse ao STF (Supremo Tribunal Federal) no último mês do ano: o veto a doações de empresas para campanhas eleitorais.

O que não se podia esperar é que o assunto – que diz respeito aos eleitores, que, por sua vez, votam e escolhem aqueles que irão representá-los na Câmara – chegou às mãos de uma esfera que não têm representantes da população, mas indicações da Presidência da República e, por isso, tem papel de árbitros e zeladores da Constituição Federal.

Para a população, a deliberação do Supremo de tomar a frente dessa decisão pode não parecer tão prejudicial. Ainda mais quando 78% dos entrevistados – de uma pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – afirmam ser contrários à doação de dinheiro por empresas para campanha eleitoral. A apuração entrevistou 1.500 pessoas entre 27 e 30 de julho deste ano. Confira a pesquisa completa abaixo.

Entretanto, a complicação não está no resultado dessa tomada pelo STF, se vetará ou não as doações, mas no ato de trazer para a esfera do Judiciário algo que deveria ser decidido pelo Legislativo e, assim, indiretamente, pelo povo. Uma vez que se permita a transferência de poder em órgãos distintos, que não se hierarquizam, nem disputam domínio entre si, qual será o limite para o próximo julgamento?

Choque de poderes

E o conflito gerado entre ambas as esferas já mostra seus sinais. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou, na segunda-feira (16), que o Supremo está extrapolando suas atribuições e tomando o lugar do Congresso ao votar a legalidade do financiamento de campanhas.

Entretanto, o STF discorda. De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, o papel do Supremo é de estar à frente, ainda que reconheça a necessidade de diálogo com o Congresso. “Às vezes é preciso uma vanguarda iluminista que empurre a história, mas que não se embriague desta possibilidade, pois as vanguardas também são perigosas quando se tornam pretensiosas.”

Como ocorre em muitos casos, a nossa Constituição, entretanto, ao mesmo tempo que oferece ao Congresso o poder sobre essas decisões, também permite que o Supremo julgue “a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal” (Art. 102, inciso 1.a).

Portanto, cabe às duas esferas a iniciativa de acordo e consenso. A mesma Constituição, no artigo 2º, apresenta que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Os poderes objetivam se completar – não substituir, muito menos se confrontar.

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