O ministro da
Saúde, Ricardo Barros, disse durante almoço-debate do Grupo de Líderes
Empresariais (Lide), que a implantação de planos de saúde populares permitirá o
acesso de mais pessoas a esses serviços, aumentando a integração hospitalar no
país. Segundo Barros, a criação de um plano de saúde com custos menores poderia
aliviar os gastos com o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em palestra
sobre o tema Gestão transformadora para a saúde pública, Barros disse que os
planos ambulatoriais já são autorizados, com a contratação de diversos tipos de
modalidade, e que o governo não estabelecerá modelos para os novos planos,
cabendo a cada empresa propor seu modelo para o mercado.
“Queremos mais recursos para a saúde e, como estamos nessa crise fiscal, se tivermos planos acessíveis com modelos de que a sociedade deseje participar, teremos R$ 20 ou R$ 30 bilhões a mais de recursos que serão colocados para atendimento de saúde. Isso vai aliviar nosso sistema, que está congestionado”, afirmou.
“Queremos mais recursos para a saúde e, como estamos nessa crise fiscal, se tivermos planos acessíveis com modelos de que a sociedade deseje participar, teremos R$ 20 ou R$ 30 bilhões a mais de recursos que serão colocados para atendimento de saúde. Isso vai aliviar nosso sistema, que está congestionado”, afirmou.
Na última
sexta-feira (5), entrou em vigor o grupo de trabalho criado pelo Ministério da
Saúde para discutir e elaborar um projeto sobre o tema. A portaria foi
publicada no Diário Oficial da União. A proposta consiste em oferecer planos de
saúde com menos serviços do que o que foi definido pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) como cobertura mínima obrigatória. A adesão a tais
planos seria voluntária. Responsável pela regulação do setor de planos de saúde,
a ANS tem atualmente um rol de procedimentos obrigatórios que as empresas devem
oferecer aos clientes.
As operadoras
não serão obrigadas a oferecer esse tipo de plano. “Precisamos criar um
mecanismo que possa simplificar a regulação para permitir que a oferta de
serviço à população seja mais ampla. Quem regula é a ANS, quem fiscaliza é o
Procon, e as pessoas aderem, ou não, livremente. Ninguém é obrigado, e quem não
está satisfeito não precisa continuar pagando o plano de saúde. É uma questão
de oferta e qualidade do serviço e de manutenção dessas pessoas no sistema, que
alivia o SUS.”
Barros
informou que está convidando todos os atores ligados ao setor para fazer parte
do grupo de trabalho e avaliar a proposta de acordo com o que pode ser melhor
para esse plano, para que todos possam contribuir para a construção de uma
proposta adequada que leve a população a ser atendida sem enfrentar grandes
filas. A ideia é resolver o problema com melhora na qualidade no atendimento
primário.
Quanto às
críticas de especialistas à possibilidade de adesão do consumidor a
determinados planos e uma possível necessidade posterior de atendimentos não
cobertos pelo plano, Barros observou que isso já acontece atualmente com os
planos de saúde existentes. “Esse risco já está no mercado. As pessoas escolhem
planos com diferentes coberturas. Não entendo por que os especialistas estão se
especializando em criticar o que já está no mercado. Não vai mudar nada, só
queremos que a regulação permita menos cobertura e menos custo e que mais
brasileiros ajudem a saúde do Brasil.”
O ministro
destacou que o rol mínimo existe e que a ideia com essa proposta é colocar um
“rol mínimo do mínimo”, para que os planos possam oferecer esses produtos
dentro de uma exigência menor. “De qualquer forma, todo brasileiro tem direito
ao SUS. Se ele não for atendido no plano, vai ser atendido no SUS igual. O que
eu não vejo é como se pode entender que é ruim para o Brasil se houver mais
brasileiros querendo colocar algum dinheiro para que o atendimento à sua saúde
seja mais ágil. Nós estamos ampliando essa oportunidade.”
Barros
ressaltou que não é favorável a qualquer tipo de imposto exclusivo para
financiar a saúde e negou que o governo pretenda privatizar o setor, até porque
não é possível, de acordo com a Constituição, que prevê que esse é um direito
do cidadão que deve ser garantido pelo Estado. Ele disse que pretende melhorar
a saúde “fazendo mais com menos”, investindo na melhoria de gestão dos
recursos. “Quando estivermos gastando bem o que temos quem sabe teremos moral
para pedir mais recursos.”