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sábado, 21 de janeiro de 2017

Trump promete “uma América para os americanos em primeiro lugar”


José Romildo

Ao tomar posse nessa sexta-feira (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump prometeu que, tanto nos EUA quanto no exterior, buscará sempre o interesse dos norte-americanos em primeiro lugar. "Estamos transferindo o poder de Washington, e dando de volta para vocês", disse ele na ocasião ao grande público presente ao evento, frisando que a partir de agora "uma nova visão governará” o país.

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"A partir deste dia, uma nova visão governará nossa terra. A partir deste dia, vai ser apenas a América primeiro. América primeiro!", disse Trump. Segundo ele, a partir de agora, todas "as decisões sobre o comércio, sobre impostos, sobre imigração, sobre assuntos externos, serão feitas para beneficiar trabalhadores americanos e fábricas americanas".

Ele é o presidente mais velho na história a assumir a presidência do país e tomou posse erguendo a mão direita e colocando a esquerda sobre uma Bíblia usada por Abraham Lincoln, para repetir o juramento previsto na Constituição dos EUA. O juramento foi dirigido pelo presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts. Em seguida, Trump abraçou a esposa, Melania, e outros membros de sua família e logo após iniciou seu discurso de posse.

"Este momento é o seu momento, ele pertence a você", disse Trump à multidão estimada em cerca de um milhão de pessoas. Ele enumerou alguns dos temas da campanha eleitoral e disse que, na presidência ajudará as famílias de classe média em dificuldades. Falou ainda que vai fortalecer as fronteiras dos Estados Unidos.

A transição de um presidente democrata para um republicano ocorreu no Capitólio , o prédio do Congresso dos Estados Unidos. Ex-presidentes, parlamentares e centenas de representantes do Corpo Diplomático estavam presentes. Pela tradição, chefes de governo e de Estados estrangeiros não são convidados para a posse de presidentes americanos.

Temperamento explosivo
De temperamento explosivo e sem experiência política anterior, Trump tem, aparentemente, poucas das qualidades geralmente listadas para aqueles que pretendem administrar uma os Estados Unidos.

Ainda assim, o bilionário republicano superou 19 meses de luta para se impor dentro do Partido Republicano. Nesse processo, ele venceu Jeb Bush, filho e irmão de dois ex-presidentes. E contra o Partido Democrata, derrotou a experiente candidata Hillary Clinton, que passou oito anos na Casa Branca como primeira-dama e foi secretária de Estado.

No quesito saúde,  Trump, com 70 anos, convive com a obesidade, não é chegado a dietas e não gosta de fazer exercícios físicos. Porém, ele tem também qualidades: nunca fumou e não gosta de bebidas alcoólicas. E, como um homem rico, os especialistas em saúde dos Estados Unidos presumem que ele faça rotineiros exames médicos.

Muitos duvidam que o bilionário cumpra a promessa que fez, ao se colocar como pré-candidato pelo Partido Republicano, de romper com a política do passado e inaugurar um novo estilo de governo.

Discurso
Trump fez um discurso duro durante a posse. Ele usou a expressão  "carnificina americana" para se referir à criminalidade do país e disse também que "a riqueza, a força e a confiança [dos EUA] tinham se dissipado" por causa de empregos perdidos para o exterior. A referência não combina com o bom momento da economia norte-americana e parece justificar seu plano de trazer indústrias americanas que se instalaram no México e em outros países e não no território americano.

"Por muito tempo, um pequeno grupo na capital de nossa nação tem colhido as recompensas [da ação] do governo, enquanto as pessoas têm suportado o custo. Os políticos prosperaram, mas os empregos sumiram e as fábricas fecharam", disse Trump, aparentemente sem se incomodar que, ao seu lado, assistindo à posse, estavam os ex-presidentes Barack Obama,.George Bush e Bill Clinton.


Agência Brasil

Anistia Internacional pede a Trump respeito pelos direitos humanos


A Anistia Internacional (AI) considerou que o novo presidente dos Estados Unidos tem de abandonar a "retórica do ódio" que pautou a sua campanha e comprometer-se na defesa dos "direitos humanos para todos". Num comunicado divulgado no dia em que Donald Trump toma posse, a AI exige que o chefe de Estado "proteja os que são afetados por conflitos armados e crises,  e garanta a proteção dos defensores dos direitos humanos". As informações são da Agência Lusa.

Num comunicado, Margaret Huang, diretora executiva da Anistia, diz que o mundo está "no meio de uma crise humanitária global, com mais pessoas a fugir da violência e das perturbações do que em qualquer outro tempo desde a Segunda Guerra Mundial".

A Anistia Internacional já por várias vezes mostrou preocupação com algumas propostas feitas por Trump durante a campanha, nomeadamente a criação de um registro para os muçulmanos e os "ataques inflamados contra mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência, LGBT, ativistas, jornalistas e críticos".

"Dizemos ao presidente Trump: todos os dias: qualquer escolha que faça vai definir o seu legado. Pode escolher deixar o mundo um lugar melhor, ou um lugar onde o ódio, o medo e a discriminação se fortalecem", lê-se no comunicado.

A nota faz ainda críticas diretas a várias das escolhas para o novo governo americano, desde o secretário de Estado, Rex Tillerson, ao chefe da Agência Central de Inteligência, Mike Pompeo, passando pelo secretário da Defesa, o general James Mattis ou o da Segurança Interna, general John Kelly, entre outros, que a AI considera terem tido posturas que não ajudam a defender os direitos humanos.


Agência Lusa

Em Washington, autoridades tentam evitar novos protestos contra Trump


José Romildo
As autoridades dos Estados Unidos reforçaram ontem (20) a segurança nos principais pontos de Washington, a capital norte-americana, para evitar choques entre policiais e manifestantes durante a extensa agenda de eventos ligados à posse do presidente eleito Donald Trump.

O cuidados com a segurança estão ocorrendo para evitar que se repitam os distúrbios de ontem (19) à noite, quando manifestantes invadiram a Avenida Pensilvânia, perto do local onde estavam ocorrendo eventos relacionados à posse, para protestar contra Trump, segundo informou a emissora Wusa, afiliada à rede de televisão CBS News.

Segundo a emissora, a polícia jogou spray de pimenta nos manifestantes várias vezes para evitar que eles obstruíssem a entrada do Clube de Imprensa, onde ocorria um evento de posse. Os manifestantes do grupo "Não ao Fascismo" dizem que a polícia de Washington aplicou o spray fora do Clube de Imprensa, e não na entrada.

A emissora informou também que os manifestantes jogaram garrafas em pessoas que estavam no local.

Os manifestantes do lado de fora do Clube de Imprensa entoavam o seguinte canto: "Donald Trump, suas mãos são pequenas, você nunca construirá o muro na fronteira".

De acordo com a emissora Wusa, esse canto acabou se transformando no hino de protesto do grupo de manifestantes.

Em outro local da Avenida Pensilvânia, os manifestantes também queimaram um chapéu com os dizeres da campanha de Trump: "Faça a América Grande Novamente".


Agência Brasil

"Vocês não estão mais esquecidos", diz Trump à multidão em Washington

Agência Brasil
Ao dar início nessa quinta-feira (19), em Washington, a uma programação de eventos relacionados à sua como o 45º presidente dos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump referiu-se à sua ascensão ao governo como um "movimento nunca visto em nenhum lugar do mundo". Ao falar para uma multidão, do lado de fora do prédio do Lincoln Memorial, onde houve um concerto de música country e rock, em sua homenagem, Trump disse: "Todos nós nos cansamos de ver o que estava acontecendo e queríamos mudar, mas queríamos uma mudança real".

A chegada de Trump a Washington, onde ficará residindo definitivamente como presidente, mudou o ritmo da cidade. Ruas, bares e restaurantes estavam mais movimentados do que o habitual. Trump participou de três eventos. Primeiro, colocou uma coroa de flores no Cemitério de Arlington, no estado da Virgínia (próximo a Washington ), em homenagem a soldados americanos mortos em guerra.

Depois assistiu ao concerto em sua homenagem na área externa do Lincoln Memorial, mesmo local onde o pastor Martin Luther King fez o famoso discurso "Eu tenho um sonho", nos anos 60, época dos protestos em favor dos direitos civis. Trump se dirigiu à multidão e explicou o que significa a frase "Faça a América Grande Novamente", usada durante a campanha eleitoral.

"Vocês não estão mais esquecidos", disse ele, ao se dirigir à multidão. Nesse momento, fogos de artifício foram disparados e no céu surgiu a inscrição "USA" (Estados Unidos da América, na sigla em inglês).

No terceiro evento, Donald Trump, o vice-presidente eleito Mike Pence e suas famílias foram a um jantar à luz de velas na Estação Union de Washington, para agradecer às pessoas que fizeram doações para custear sua posse. Algumas doações chegaram a US$ 1 milhão. As pessoas que fizeram essas doações jantaram próximo ao presidente eleito.

Donald Trump toma posse como o 45º presidente dos Estados Unidos


Donald Trump, o candidato do Partido Republicano que ganhou uma das eleições mais surpreendentes da história norte-americana, será a partir de hoje (20) o 45º presidente dos Estados Unidos. Quase 1 milhão de pessoas são esperadas para assistir à cerimônia no Capitólio, sede do Congresso americano. O juramento de posse ocorrerá às 12h em Washington, 15h em Brasília. Em seguida, Trump fará seu primeiro pronunciamento como presidente.

O custo total das solenidades de posse está estimado em US$ 200 milhões, dos quais US$ 110 milhões serão cobertos pelo contribuinte americano e US$ 90 milhões por doadores privados. O centro de Washington está protegido com grades para prevenir protestos. A segurança está reforçada pela presença de 30 mil agentes. Mesmo assim, protestos são esperados nesta sexta-feira. Amanhã, sábado (21), uma marcha de mulheres está prevista para ocorrer no centro da capital norte-americana em protesto contra Trump.

Agora de manhã, Donald Trump e Melania serão recepcionados com um chá na Casa Branca, oferecido pelo casal Barack Obama e Michelle. Este será o último compromisso de Obama como presidente. Cinquenta e quatro parlamentares do Partido Democrata anunciaram que não vão à posse em protesto contra Trump.

Programação da posse:

8h30 (11h30 em Brasília) - Trump, integrantes de seu gabinete, parentes e  amigos assistem a um culto na igreja episcopal de St. John's, conhecida como "a igreja dos presidentes" porque todos os chefes de governo, desde James Madison, assistiram a serviços religiosos no local.

9h30 (12h30 em Brasília) - Trump e a esposa comparecem a um chá oferecido pelo casal Barack Obama na Casa Branca.

10h (13h em Brasília) - O presidente Obama e o vice-presidente Joe Biden acompanham seus sucessores ao Capitólio para a posse.

11h (14h em Brasília) - Começa o ritual da posse.

12h (15h em Brasília) - Mike Pence presta juramento como vice-presidente. Em seguida, será a vez de Donald Trump fazer o juramento. Logo depois, Trump faz seu primeiro pronunciamento à nação.

13h (16h em Brasília)  - Trump, Pence e suas esposas participam de almoço do Comitê de Posse do Congresso, no Capitólio.

14h30 (17h30 em Brasília) - Trump e Pence fazem revista da tropa militar na frente leste do Capitólio e, em seguida, desfilam pela Avenida Pensilvânia até a Casa Branca.

15h (18h em Brasília) - Trump e Pence participam do desfile inaugural de stands fora da Casa Branca. Depois, eles se dirigem à  Casa Branca, onde passam a assinar os primeiros expedientes de governo.

19h (22h em Brasília) - Trump, Pence e suas esposas participam de dois bailes no Centro de Convenções de Washington. Haveria também um baile militar, mas foi cancelado.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Barack Obama deixa legado de importantes conquistas em seu mandato

À frente da Casa Branca por oito anos, Barack Obama obteve conquistas importantes, tanto no plano doméstico quanto no internacional. Algumas delas polêmicas internamente, mas consideradas históricas, como a retomada das relações diplomáticas com Cuba, após meio século de distanciamento e uma vitória na Suprema Corte, que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A Agência Brasil selecionou temas e assuntos relevantes que marcaram a trajetória de Obama.

1. Retomada das relações com Cuba
Depois de meio século de rompimento, os Estados Unidos (EUA) e Cuba restabeleceram plenamente suas relações diplomáticas. O anúncio da retomada surpreendeu o mundo. Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram, em dezembro de 2014, que ambos os países estavam dialogando para o restabelecimento das relações. Seis meses depois, em julho de 2015, Cuba e EUA reabriram suas respectivas embaixadas em Washington e Havana.

As negociações tiveram apoio do papa Francisco, mas Obama já havia sinalizado o interesse de se reaproximar de Cuba. Antes da reabertura das duas embaixadas, os EUA retiraram Cuba da lista dos países que servem ao terrorismo e também retiraram algumas sanções.  O embargo econômico, entretanto, foi mantido e depende da mudança da lei constitucional.

Por sua vez, o governo cubano se comprometeu a respeitar as liberdades individuais e o direito de livre pensamento dos dissidentes no país. Obama esteve em Cuba, em março do ano passado, e se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar a ilha em 88 anos. O presidente americano disse que foi a Cuba para “derrubar o último remanescente da guerra fria”. Ele defendeu eleições democráticas no país.

2. Casamento homoafetivo
Em junho de 2015, a Suprema Corte norte-americana legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos EUA. A decisão apertada, por cinco votos a quatro, considerou inconstitucional uma lei que definia o casamento apenas como a “união entre um homem e uma mulher” e colocou fim a uma batalha de muitos anos.

Apesar da diferença de apenas um voto, prevaleceu o entendimento de que o casamento homoafetivo é um direito assegurado pela liberdade individual – princípio fundamental que rege a quinta emenda constitucional no país. Com a decisão do Supremo, as leis estaduais que proibiam o matrimônio entre homossexuais perderam a validade. Quatorze estados tinham leis proibitivas para o casamento gay.

Barack Obama fez um eloquente discurso celebrando a decisão e disse esse era um passo histórico para o casamento entre iguais. “Não importa quem você é ou ama, a América é um lugar onde você pode escrever seu próprio destino”, afirmou.

3. Morte de Osama Bin Laden
Em pronunciamento feito na madrugada do dia 2 de maio maio de 2011, Obama anunciou ao mundo que Osama Bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, havia sido abatido numa operação secreta conduzida no Paquistão por forças especiais dos Estados Unidos. Segundo informações do Pentágono, ele foi  abatido em um esconderijo na cidade de Abbotabad,  próximo a Islamabad, capital paquistanesa. A operação foi conduzida em total sigilo e feita com o apoio do Paquistão.

Bin Laden era o inimigo´número um e o homem mais procurado pelos Estados Unidos desde o atentado às torres gêmeas em Nova York, em 11 de setembro de 2001. A morte do líder da Al Qaeda foi considerada uma grande vitória para a política militar de Obama, que vinha sendo criticado por seus adversários de “afrouxar” a política de segurança do país.

"Foi feita justiça", disse Obama na ocasião. “Hoje, posso dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da Al Qaeda responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças”, afirmou.

4. Acordo nuclear com o Irã
O acordo nuclear com o Irã era um dos principais objetivos de Barack Obama. Quando ele foi firmado, contudo, a opinião pública americana ficou desconfiada e parte da população viu a negociação como um erro de gestão. Uma pesquisa na época mostrou que apenas três em cada dez cidadãos dos EUA concordaram com o tratado, um dos assuntos mais reconhecidos mundialmente na administração Obama.

Os estadounidenses expressaram o temor de que o acordo pudesse fortalecer o Irã e que, no futuro, o país volte a ser uma ameaça aos Estados Unidos. Mesmo assim, analistas internos e externos validaram a iniciativa, que foi alvo tanto de elogios quanto de críticas nos EUA.

Firmado em julho de 2015, após 20 meses de negociação, o acordo assinado entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Reino Unido, França, EUA, China e Rússia) e mais a Alemanha, foi considerado um avanço na política diplomática. O objetivo é limitar o programa nuclear iraniano e impedir que o país consiga produzir a bomba atômica.

Pelo acordo, o Irã aceita que suas agências nucleares sejam inspecionadas, mediante a retirada de sanções internacionais. Os países signatários discutiram minuciosamente cada detalhe e o presidente Barack Obama defendeu a iniciativa tanto interna quanto externamente.

5. Obamacare
Outra ação que foi alvo tanto de elogios quanto de críticas foi o Obamacare, programa de saúde criado por Barack Obama e  que ainda hoje divide republicanos e democratas. O presidente eleito, Donald Trump, afirmou, em sua conta em uma rede social, que a reforma do sistema de saúde promovida por Obama "em breve ficará na história".


A iniciativa, aprovada em março de 2010, facilitou o acesso dos cidadãos americanos, notadamente os mais pobres, a um plano de saúde, beneficiando mais de 20 milhões de pessoas, de forma a tornar os cuidados básicos de saúde mais acessíveis. EsSa foi uma das maiores bandeiras de Obama na campanha do primeiro mandato, e ele termina o segundo, defendendo o programa, mesmo que o Congresso tenha extinguido a lei na semana passada, com a promessa de criar outra.

Nos Estados Unidos, se a pessoa não tem um plano de saúde, sofre um acidente ou tem alguma doença que exija muitos procedimentos e tempo no hospital, ela tem que pagar os custos. O que ocorria, muitas vezes, é que uma pessoa saudável, sem plano de saúde, que inesperadamente precisasse de tratamento médico, arcasse com despesas milionárias, correndo o risco até mesmo de ir à falência.

Os custos de saúde dos Estados Unidos não são pagos pelo governo, a não ser para cidadãos abaixo da linha de pobreza ou acima de 65 anos, e apenas para os serviços mais básicos. Em um caso ou outro, a pessoa pode ir à Justiça pedir que o governo arque com os custos. Mas são casos isolados e demoram um tempo até que o juiz decida.

Agência Brasil

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Presidente chinês adverte Trump em Davos: "Globalização é irreversível"


Da Rádio França Internacional

O presidente chinês Xi Jinping afirmou nesta terça-feira (17), em Davos, onde abriu o Fórum Econômico Mundial, que culpar a globalização não resolverá os problemas do mundo. O discurso foi um recado à política protecionista e isolacionista defendida pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. As informações são da Rádio França Internacional.

Essa é a primeira vez que um presidente chinês participa do Fórum Econômico Mundial. E o mandatário Xi Jinping chegou a Davos com um surpreendente discurso de defensor do livre comércio, alertando contra as guerras comerciais e recuos no processo de globalização.

"Temos que continuar defendendo o desenvolvimento do livre comércio (...) e dizer não ao protecionismo", martelou o líder chinês diante dos 3.000 líderes econômicos e políticos reunidos na cidade dos Alpes suíços. "Qualquer tentativa de interromper os fluxos de capital, tecnologias e produtos (...) é impossível e vai contra a marcha da história", salientou.

Recado claro
A mensagem de Xi Jinping à elite mundial visou implicitamente Donald Trump, que assume a presidência da primeira potência mundial na próxima sexta-feira (20) e vem acusando abertamente a globalização de destruir milhares de empregos nos Estados Unidos.

Trump, que não participa do Fórum, já prometeu abandonar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP), um tratado de livre comércio assinado em 2015 entre 12 países da América do Norte e do Sul e da Ásia. Ele também ameaça criar barreiras alfandegárias com o México e a China, além de depreciar com frequência a Organização Mundial do Comércio (OMC), dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo.

Xi Jinping também critica as instituições multilaterais, como a OMC, consideradas por ele "inadequadas" e "pouco representativas". O líder comunista defende contudo um reequilíbrio da globalização "que deve ser mais inclusiva e sustentável". A China quer aproveitar a gestão de Trump para reforçar sua posição de segunda potência mundial e redesenhar como lhe convém o mapa do comércio mundial.

Responsabilidade mundial
Consciente do movimento contrário à globalização em vários países, o tema do Fórum Econômico Mundial este ano é "a responsabilidade dos líderes". Klaus Schwab, fundador do evento nos anos 70, estima que a elite mundial deve buscar a razão pela qual as pessoas estão irritadas e insatisfeitas. Ele se refere à eleição de Trump nos EUA, mas também ao referendo pelo Brexit, por exemplo.

O Fórum Mundial avalia que a exclusão social e as desigualdades são os principais perigos para 2017 e publicou na segunda-feira (16) um estudo que mostra que a renda média anual retrocedeu nos países desenvolvidos nos últimos cinco anos. "Devemos ouvir o que as pessoas dizem. As vantagens da globalização são mais claras nos países emergentes que nos países desenvolvidos", comentou Sergio Ermotti, chefe do banco suíço UBS.

"Como acontece todos os anos, com a cumplicidade da grande mídia, as elites tentarão passar uma imagem positiva de sua 'liderança' sobre a globalização. Mas serão obrigadas a levar em conta a revolta crescente dos povos, que perturba a ordem neoliberal", denunciou a ONG Attac.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

México diz que não pagará por muro na fronteira com os Estados Unidos


O governo mexicano declarou que não pagará a conta do muro, que cobrirá 3.200 km de fronteira. O preço da obra pode chegar a US$ 12 bilhões, de acordo com cálculos do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald  Trump, durante a campanha.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, reafirmou que o México não pagará pelo muro, mas se disse disposto a trabalhar para ter uma boa relação com o governo Trump.

"É evidente que temos algumas diferenças com o próximo governo dos Estados Unidos" mas, ainda assim, o governo mexicano trabalhará "para ter uma boa relação com os Estados Unidos e seu presidente", disse Peña Nieto.

O novo chanceler mexicano, Luis Videgaray, avaliou que "os Estados Unidos têm o direito de proteger suas fronteiras", mas é "inadmissível que o México pague por infraestrutura dos Estados Unidos. Isso não vai acontecer", declarou.
"Nem hoje, nem amanhã, nem nunca o México pagará por esse muro estúpido. Se Trump quiser um monumento ao seu ego, ele que pague!", disse o ex-presidente Vicente Fox.

Migração pode ser evitada
O presidente eleito dos Estados Unidos declarou que, em menos de um ano, construirá o muro na fronteira com o México para evitar a imigração e garantiu que o vizinho pagará pela obra “de uma maneira ou de outra”, possivelmente pagando impostos. Trump ameaça intervir em remessas enviadas por mexicanos nos Estados Unidos.

A afirmação foi feita por Trump em sua primeira coletiva de imprensa em 167 dias. Ele já havia ameaçado intervir nas remessas que milhões de trabalhadores mexicanos enviam dos Estados Unidos - uma das maiores receitas do México e sustento de muitas famílias -, se o país não pagar a construção do muro ao longo dos 3.200 km de sua fronteira sul.

O vice-presidente eleito Mike Pence está trabalhando com várias agências e com o Congresso para aprovar o financiamento do muro e dar início à sua construção, segundo Trump. A polêmica ideia do muro foi lançada no início de sua campanha.

Conflitos de interesse de Trump podem violar a Constituição, dizem especialistas


José Romildo - da Agência Brasil

O plano do presidente eleito Donald Trump de se separar de seu império imobiliário mundial não atende aos padrões mínimos recomendados pelos órgãos éticos de vigilância. Se Trump insistir nesse plano, ele poderá violar a Constituição dos Estados Unidos (EUA) no seu primeiro dia no cargo, de acordo com estudiosos do direito ouvidos pela revista Time.

Em entrevista nessa quarta-feira, o presidente eleito anunciou que vai transferir o controle operacional da Organização Trump para seus dois filhos mais velhos - Eric e Donald Jr - a fim de ficar fora de novos negócios com parceiros estrangeiros. Ele disse também que evitará discutir assuntos da empresa e que vai nomear um conselheiro de ética independente para examinar novas oportunidades de investimentos, evitando com isso conflitos de interesse.

De acordo com a revista Time, Sherri Dillon, um dos advogados do presidente eleito, afirmou que Trump está voluntariamente renunciando ao controle gerencial da empresa que construiu porque "quer que não haja dúvidas do público americano de que ele está se isolando completamente de seus interesses comerciais". Entrevistados pela revista, estudiosos do direito afirmaram que essa decisão é insuficiente.

O certo seria, segundo eles, que o presidente eleito tomasse duas medidas para evitar conflitos de interesse. A primeira seria abrir mão (vender) de seus negócios em expansão pelo mundo. A segunda seria nomear um administrador independente para os negócios já consolidados, com o objetivo de criar uma "confiança cega" da população americana, e seguir os padrões de presidentes que o antecederam e que se afastaram de empresas particulares.

"Se ele não se desligar [dos negócios], estará violando a Constituição", disse Norman Eisen, ex-embaixador dos EUA na República Tcheca, que serviu como conselheiro de ética da Casa Branca no governo de Barack Obama, de acordo com a Time.

A publicação afirma que Trump, no entanto, resiste a essa opção, o que quebra décadas de tradição de presidentes dos dois partidos norte-americanos: o Democrata e o Republicano. Trump segue a interpretação de que está isento de leis que impedem os detentores de escritórios federais de lucrar com negócios governamentais. Os advogados de Trump alegam que se ele decidisse vender seus ativos, teria que dar um desconto acentuado.

Na entrevista dessa quarta-feira, Donald Trump deu a entender que as restrições legais não o atingem como presidente dos Estados Unidos. "Como vocês sabem, tenho uma situação sem conflito porque sou presidente". De fato, segundo a revista, a lei exime presidentes e vice-presidentes da exigência de seguir estatutos federais de conflitos de interesses. Mas a Time acrescenta que, ignorar os impasses éticos criados pelo seu vasto império de negócios colocará sombras sobre as ações como presidente.

A extensão dos potenciais conflitos de interesse da Trump é incerta, observa a revista.  De acordo com a Time, a Organização Trump é uma empresa de capital fechado e o presidente eleito rompeu  um precedente durante a campanha eleitoral, ao se recusar a divulgar as declarações de renda, o que proporcionaria uma visão mais completa de sua participação nas empresas.


Mas, conforme balanços financeiros de empresas, Trump parece ter ou controlar mais de 500 empresas em cerca de duas dezenas de países, incluindo uma série de nações que são atores geopolíticos importantes na esfera dos Estados Unidos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Após Ford e GM, Trump ameaça Toyota por fabricar carros no México


O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de importação à Toyota caso a empresa prossiga seus planos de investimentos em uma fábrica no México, que exportaria carros para o mercado americano. As declarações foram feitas após a Ford, que também foi pressionada por Trump, cancelar seus planos de construção de uma filial no território mexicano.
Depois da Ford anular o projeto de uma nova fábrica no México, e da General Motors ser ameaçada de retaliações pela fabricação de carros no país vizinho, agora foi a vez da gigante japonesa ser alvo das declarações protecionistas de Trump.

"A Toyota disse que construirá uma nova fábrica em Baja, no México, para produzir carros Corolla para os Estados Unidos. De jeito nenhum! Construa uma fábrica nos Estados Unidos ou pague uma tarifa de importação", disse o presidente eleito numa rede social.

A declaração é uma reação ao anúncio feito em novembro pela Toyota, que comemorou a instalação de uma fábrica de US$ 1 bilhão no território mexicano. No entanto, a filial não se situa em Baja, na fronteira da Califórnia, como apontou Trump, e sim em Guanajuato, no centro do México.

Além disso, pouco antes da declaração do futuro chefe da Casa Branca, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, havia afirmado que manter um bom relacionamento com Trump é fundamental, demonstrando disposição de trabalhar com o presidente eleito. Um porta-voz da gigante automobilística disse que a empresa pretende responder a Trump.

Acordo de livre comércio é questionado
O presidente eleito contesta o fato de que essas empresas se beneficiam do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, assinado entre Washington, México e Canadá, que permite, sob condições, mas sem taxas aduaneiras, exportar para os Estados Unidos mercadorias produzidas no território mexicano.

O texto foi um dos principais alvos durante a campanha presidencial de Trump, que prometeu renegociar a parceria, em vigor desde 1994.

Mas com essa ameaça visando a Toyota, o republicano ultrapassa mais um limite em sua cruzada protecionista, pois pela primeira vez ele ataca um grupo estrangeiro.


Agência Brasil

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Trump reafirma que construirá muro na fronteira com o México


Da Agência Ansa
Em seu primeiro comício após ser eleito presidente dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump voltou a afirmar que construirá um muro na fronteira com o México.

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"Teremos um grande muro na fronteira", disse em evento na noite desta quinta-feira (1º), em Ohio (Cincinatti). Ainda na questão dos imigrantes, o magnata voltou a dizer que irá impedir que pessoas de países com problemas com o terrorismo entrem nos Estados Unidos.

"Não sabemos quem são, de onde eles vêm, o que pensam. Nós os deixaremos fora do nosso país. A violenta atrocidade em Ohio demonstra a ameaça à segurança que foi criada por nossos muitos estúpidos programas sobre refugiados políticos", disse Trump sobre o ataque provocado por um somali em uma universidade da cidade que deixou 11 feridos.

O presidente eleito, no entanto, voltou a pedir a união dos norte-americanos, lembrando que o período eleitoral já passou. "Somos um país dividido, mas não permaneceremos divididos por um longo tempo. Reunificarei o país porque, para vencer, precisamos de todos os norte-americanos, sem distinção de raça, idade, renda, geografia. Agora é tempo de unir-se", afirmou ao discursar.

Trump ainda se defendeu das críticas de que está formando um governo de bilionários, nomeando apenas pessoas que possuem um alto poder aquisitivo. "Eles são ricos porque sabem fazer dinheiro", disse.

Trump ameaça punir empresas que querem sair dos Estados Unidos

Para manter os níveis de emprego, Donald Trump ameaça punir empresas que pretendem sair dos Estados UnidosShawn Thew / EPA / Lusa
O presidente eleito Donald Trump ameaçou que vai punir empresas que pretendam sair dos Estados Unidos para passar a operar no exterior. Haverá "conseqüências", disse ele, em tom de alerta.

A declaração foi feita em tom de comemoração, nesta quinta-feira (1), durante uma visita que Trump fez a uma empresa produtora de equipamentos de ar condicionado, localizada em Indianápolis, capital do estado de Indiana. A comemoração de Trump ocorreu porque ele ouviu da diretoria da empresa que a indústria iria cancelar os planos de transferir a fábrica do território norte-americano para o México.

Empregos devem ser mantidos
Ao fazer a declaração, o presidente eleito cumpriu a promessa que fez, durante a campanha eleitoral, de lutar para manter os empregos nos Estados Unidos e não substituir os postos de trabalhos americanos por outros normalmente em países que oferecem benefícios fiscais e mão de obra barata.

A declaração demonstra também que o novo presidente dos Estados Unidos está disposto a fazer intervenções na economia. Os governos americanos têm por hábito nunca interferir em decisões sobre oportunidades de negócios das empresas.

Antes de voltar atrás em seus planos, a empresa de ar condicionado estava disposta a deslocar 800 postos de trabalho para o México.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Donald Trump diz que Estados Unidos devem sair da Parceria Transpacífico

A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico Donald Trump  Ap Photo/Sputnik/Greg Allen
O presidente eleito norte-americano Donald Trump, disse - em um vídeo divulgado na noite dessa segunda-feira (21) - que anunciará a retirada dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico logo depois que tomar posse, em 20 de janeiro de 2017. A Parceria Transpacífico é um acordo de livre comércio assinado em 5 de outubro de 2015, envolvendo 12 países banhados pelo Oceano Pacífico, e constitui a principal aposta do presidente Barack Obama para o desenvolvimento do comércio internacional.

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Trump disse ainda que a saída dos Estados Unidos da Parceria Transpacífico vai se dar por meio de uma notificação aos países participantes do acordo. Além disso, informou que vai eliminar as atuais restrições à produção de energia, incluindo a produção de gás de xisto. Essas restrições se referem a controle ambiental. Durante a campanha deste ano, ele afirmou que as restrições aumentam a regulação existente no país, trazendo sérios prejuízos à economia norte-americana.

Outra medida anunciada por Donald Trump é proteger a infraestrutura dos Estados Unidos de ciberataques e outras formas de ataque. No que se refere aos imigrantes, ele disse que vai orientar o Departamento do Trabalho para investigar "os abusos dos programas de vistos que prejudicam o trabalhador americano". No que se refere à ética de funcionários no governo, afirmou que vai impor  uma proibição de cinco anos para que os funcionários executivos se tornem lobistas.

Popularidade de Donald Trump nos EUA sobe e chega a 46%


A popularidade do magnata republicano Donald Trump subiu a 46% desde a sua vitória nas eleições de 8 de novembro, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem (21) pela consultoria americana Politico/Morning Consult. Pelos dados, Trump conseguiu aumentar sua popularidade em nove pontos percentuais em menos de 15 dias. Antes das eleições, a maioria das pesquisas de intenção de voto apontava para uma derrota de Trump e uma vitória da democrata Hillary Clinton. As informações são da Agência ANSA.

Até no exterior, Trump tem conquistado alguns resultados que antes eram inesperados. O Reino Unido poderá ser o primeiro país a receber uma visita oficial do novo presidente dos Estados Unidos. Segundo fontes de Downing Street [sede do governo britânico], o magnata poderia receber o convite da rainha Elizabeth II, que avalia uma recomendação do governo conservador da premier Theresa May.

A visita poderia ocorrer nos primeiros meses de 2017, já que Trump toma posse em 20 de janeiro, com todas as formalidades de chefe de Estado, para confirmar a relação estratégica entre EUA e Reino Unido. No início desse ano, o Parlamento britânico analisou uma petição popular que pedia a proibição da entrada de Trump no país devido às suas declarações polêmicas sobre imigrantes e muçulmanos. A petição foi assinada por mais de 600 mil ingleses.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Líderes mundiais vão de espanto a euforia com vitória de Trump

Da Agência Ansa

Os líderes internacionais demonstraram reações diversas após os Estados Unidos elegerem o magnata Donald Trump nesta quarta-feira (9) como seu futuro presidente. As informações são da Agência Ansa.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que quer manter uma "colaboração estreita" com o novo governo e ressaltou que os dois países estão ligados por "valores em comum" como a "democracia, liberdade e o respeito às pessoas".

Seguindo a mesma linha, a premier britânica, Theresa May, ressaltou que os norte-americanos são parceiros "estreitos e vizinhos" e que isso não mudará com as eleições. Ela parabenizou Trump e disse querer debater a "relação especial" entre as duas nações "na primeira ocasião possível".

Já o presidente chinês, Xi Jinping, disse em telegrama enviado a Trump que está "ansioso" para ter novas conversas com o presidente que devem se seguir "sem conflito e sem confrontação" com base "no princípio de respeito mútuo". O mandatário ainda ressaltou que espera uma relação "win win" com o novo governo, ou seja, boa para os dois lados.

A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, solicitou uma rápida cooperação com a nova administração, ressaltando a importância de trabalhar em constante contato perante à crescente ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte.

O governo turco também parabenizou Trump através de seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, e por seu premier, Binali Yildrim. "O povo norte-americano fez sua escolha e com essa escolha os EUA iniciam uma nova fase. Desejo um futuro feliz para os Estados Unidos, interpretando favoravelmente a escolha do povo", disse Erdogan.

Já Yildrim lembrou do imbróglio político envolvendo o clérigo Fethullah Gullen, acusado por Ancara de tentar um golpe de Estado no país, e que mora nos EUA. "Parabenizo Trump e convido abertamente o novo presidente a fazer a extradição urgente de Fethullah Gulen, mente, executor e autor da tentativa fracassada de golpe de Estado em 15 de julho", afirmou o premier.

Entre as reações mais positivas, está a do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que Trump "é um amigo sincero do Estado de Israel" e que ambos agirão para levar "a segurança, a estabilidade e a paz" para a região.

"O forte laço entre EUA e Israel baseia-se em valores, interesses e destinos em comum. Estou seguro que Trump e eu continuaremos a reforçar a especial aliança entre os dois países e a elevaremos a novos níveis", disse Netanyahu.
Quem também felicitou o magnata foi o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, que foi o primeiro líder internacional a telefonar para o novo titular da Casa Branca. "Desejo sucesso em seu trabalho e desejo uma nova era de relacionamento entre os dois países com um reforço nas relações de cooperação em todos os níveis", disse al-Sisi.

O premier húngaro, Viktor Orbán, também comemorou a eleição de Trump dizendo que essa era uma "notícia magnífica" e que a democracia "ainda está viva"

Na América do Sul, além do presidente brasileiro Michel Temer, o argentino Mauricio Macri, parabenizou o novo chefe de Estado e disse que "espera poder trabalhar juntos pelo bem de nosso povo". 

ONU
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, parabenizou presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pela sua vitória sobre Hillary Clinton.

O sul-coreano está em seus últimos meses no cargo, já que será substituído pelo português António Guterres. "Parabenizo Donald Trump pela sua eleição como 45º presidente dos Estados Unidos, ao fim de uma campanha dividida. A unidade na diversidade é um dos maiores pontos de força desse país, e encorajo todos os americanos a permanecerem fiéis a esse espírito", disse. 

Entenda como a eleição de Donald Trump pode afetar o Brasil

Paula Laboissière - na Agência Brasil

Contrariando expectativas para o pleito presidencial norte-americano deste ano, o empresário bilionário e candidato pelo Partido Republicano Donald Trump venceu na madrugada de hoje (9) a ex-primeira dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton, do Partido Democrata. A Agência Brasil ouviu especialistas para saber o que muda para o Brasil com o resultado das eleições nos Estados Unidos.

Economia
O que muda para o Brasil, sob o aspecto econômico, pode ser o que vai mudar para o comércio mundial como um todo. A avaliação é do economista e professor da Fundação Getúlio Vargas, Mauro Rochlin. A leitura dos efeitos da vitória de Donald Trump, segundo ele, é bem mais abrangente sob o ponto de vista econômico e diz respeito a todo o comércio internacional.

“Como o discurso de Trump é muito protecionista e um tanto xenófobo, o receio é que isso represente uma restrição maior do mercado norte-americano em relação às exportações. O discurso apontava para a defesa de empregos norte-americanos e, especificamente, para a China como uma destruidora de empregos nos Estados Unidos, o que faria supor que eles seriam menos receptivos com relação ao comércio com países que pudessem representar uma menor oferta de empregos lá.”

O especialista acredita que as exportações brasileiras podem ser prejudicadas caso o discurso do então candidato se converta na prática do agora presidente eleito Donald Trump.

“Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil.  As exportações brasileiras para lá têm alto valor agregado. São produtos manufaturados, ao contrário do que vai, por exemplo, para a China, que são commodities. Qualquer restrição com relação ao mercado norte-americano seria ruim para o nosso setor exportador, principalmente de bens manufaturados. Esse é o maior risco para a economia brasileira”.

Rochlin defende ainda que, diante do novo cenário de vitória de Trump, os mercados devem “reprecificar” câmbio e bolsas de valores. “As bolsas e o câmbio refletiam a aposta da eleição da Hillary. Como a expectativa não se confirmou, o mercado deve precificar essa nova realidade. Na prática, teremos queda na bolsa de valores a curtíssimo prazo e uma alta do dólar em relação às demais moedas”, concluiu.

Relação bilateral
Sob a ótica política e da relação bilateral com o Brasil, o professor de política e administração pública Robert Gregory Michner acredita que os efeitos serão menores. Ele lembrou que a agenda de Donald Trump, em sua maioria, é “de ordem doméstica”, cumprindo a tradição da velha guarda republicana nos Estados Unidos.

“Ele não tem uma grande preocupação com a América Latina, salvo no sentido negativo, em termos de imigração ilegal. Para os brasileiros que queiram ir para os Estados Unidos, provavelmente vai ficar mais difícil obter visto”, disse. “Aquela defesa da democracia e de um governo aberto que tem Barack Obama não vai ser de muita importância para Trump. Vai ser mais importante assegurar que todos sejam aliados dos Estados Unidos. Que o Brasil e a América Latina estejam firmemente pró Estados Unidos.”

O especialista alertou, entretanto, para a possibilidade de intervencionismo por parte dos Estados Unidos, inclusive em países da América Latina. “Se o Trump percebe uma ameaça, por exemplo, [da] Venezuela ou Equador, quem sabe se ele vai ressuscitar a velha política dos republicanos de intervenção?”

“Basicamente, vamos ver se o discurso dele, que era muito hiperbólico, exagerado, realmente era pura retórica ou se era um prelúdio à ação. As promessas eram muito extremas em termos de política externa, de mudar grandes estratégias dos Estados Unidos em diversos sentidos. O discurso de Trump sempre foi racista, misógino e pouco tolerante. Vamos ver se isso se traduz, especialmente em relação aos imigrantes. Fica uma incógnita.”

Brasil entre os menos afetados
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o jurista brasileiro e ex-ministro das Relações Exteriores Francisco Rezek avaliou que o Brasil figura entre os países menos afetados com a vitória esperada de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.


“No restante do mundo e sobretudo entre os países que mais importam, eu diria que o Brasil é provavelmente um dos menos afetados. Há outros países que têm mais com o que se preocupar do que nós. Sobre nós, o que repercute é apenas essa ideia de que temos, na chefia daquilo que ainda é a nação militarmente e economicamente mais poderosa do mundo, alguém que não tem como avaliar o fenômeno global, os interesses nacionais à luz da comunidade humana que povoa o planeta. É isso que falta a Donald Trump. Nesse sentido, como somos uma parte expressiva deste mundo, um país de dimensões territorial e humana colossais, o problema nos afeta. Mas ele decididamente não nos afeta mais do que a outros, como a comunidade europeia, o Reino Unido, a Rússia e outras nações.”

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