Manifestações
contra o ex-presidente custaram R$ 9,3 mil, pagos "por doações".
Partiu
do grupo "antilula", criado no WhatsApp e que chegou a ter quase 800
pessoas em três relações de 256 integrantes ativos na semana passada, a ordem
para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse impedido de entrar em
Francisco Beltrão (PR) na segunda-feira passada (26). Todos eram coordenados
pela consultora de marketing Edna Faust, moradora da cidade no sudoeste do
Paraná, a 471 quilômetros de Curitiba.
Em
clima de tensão, a ideia era evitar que o petista fizesse comício na praça
principal da cidade, diante da Igreja Nossa Senhora da Glória. "Nós
tínhamos gente nossa acompanhando eles por todo lado", conta Edna,
militante há três anos do movimento Vem pra Rua, lembrando dos momentos de
mobilização contra Lula. Os grupos arrecadaram dinheiro para financiar os
protestos.
Pelo
WhatsApp, os militantes se coordenaram para formar três grupos, com 30 pessoas
cada, logo cedo, na segunda-feira. Um deles foi para a praça do bairro
Industrial, com caminhão de som; outro, para o aeroporto da cidade, para
bloquear uma eventual chegada do petista por lá; e um terceiro se deslocou para
a rodovia, em Marmeleiro, a 7 km de Beltrão, onde foram queimados pneus para
interromper a rodovia PR-180, que liga a cidade a Pato Branco.
Eram
10 horas quando o juiz Márcio de Lima, de Marmeleiros, foi chamado ao fórum, a
300 metros do local, para, com policiais, desobstruir a passagem dos ônibus e
carros da caravana do PT. Replicando práticas da militância petista e do MST,
que escoltava Lula na caravana, os "antilula" colocaram fogo em pneus
e travaram a rodovia. Bombeiros foram chamados. Burlando isso, porém, parte da
caravana já tinha usado um caminho alternativo, pelo Rio Quibebe, com estrada
de terra, para entrar em Beltrão.
Preparação
"A
pressão, na verdade, começou a crescer já na sexta", lembra a coordenadora
do Vem pra Rua, que mandou colar três outdoors, protestando contra Lula, e um
deles foi rasgado. As manifestações contrárias a ele em Bagé (RS) e São Miguel
(SC) animaram os paranaenses.
Enquanto
petistas, já sabendo da resistência local, testavam caminhos alternativos para
Lula entrar em Beltrão, no sábado, os contrários a ele organizavam nota de
repúdio no jornal local assinada também pelo recém-criado núcleo do MBL e por
empresários ligados à maçonaria. "Tivemos o apoio de cinco lojas da
maçonaria e de outros empresários", contou Edna Faust.
No
domingo, véspera do comício petista, a ideia do grupo "antilula" era
levantar na praça principal da cidade um pixuleco de 17 metros, alugado por R$
1,2 mil para os protestos. Mas petistas que também foram à praça avisaram que
não aceitariam o boneco no local. "O pixuleco dói no coração deles",
disse Edna.
Doações
No
meio da confusão de domingo, o responsável pelo boneco de Lula com roupas de
presidiários não apareceu. "Ele teve problemas e só conseguimos falar com
ele na terça-feira", explica a coordenadora. "Passei a noite de
domingo para segunda-feira sem dormir, fazendo cartazes com caixas de sapato e
desenhando o pixuleco." Pelas contas dos opositores de Lula, as
manifestações contra ele custaram R$ 9,3 mil, pagos "por doações".
"Tivemos doações de até R$ 10", diz a consultora de marketing.
Durante
a tarde e início da noite, porém, houve enfrentamentos entre os militantes, com
intervenção da polícia, que teve de pedir reforços em Cascavel para manter os
ânimos. Os petistas, com autorização da prefeitura para ocupar a praça na manhã
de segunda, já se manifestavam no lugar, alegando que é público. Na saída da
missa de Ramos, início da noite, o clima piorou.
"A
gente tinha combinado com eles que não ia haver encontro de militância. Mas
eles trouxeram o MST para a praça", diz Bruno Savarro, do MBL. Houve
correria e brigas. A polícia teve trabalho. Foi a primeira vez que houve
confronto de militantes das orientações diferentes na cidade. Ambos os grupos
vinham convivendo politicamente em paz. E, assim, a tensão de Beltrão e a rejeição
à caravana se espalharam pela região.
Em
Guarapuava (PR), que concentra produtores de maior calibre na plantação de
grãos, havia até carreata preparada contra Lula. Mas ele não foi. Se tivesse
ido, teria visto um protesto ainda maior do que o que a caravana experimentou
em Francisco Beltrão.
"Nós
reunimos cerca de 5 mil pessoas, centenas de máquinas e caminhões para
protestar contra a presença de um político condenado", afirmou o
presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Guarapuava, Rodolfo Botelho.
Segundo ele, a rejeição a Lula na região foi deflagrada primeiro pela situação
de condenado na Justiça, depois, por declarações do ex-presidente. "O
estopim dessa rejeição foi a declaração dele de que os produtores têm dois
prazeres, quando faz empréstimo no banco e quando dá calote. O produtor não
aceita ser chamado de caloteiro." As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.
Do Brasil ao Minuto
ja pensou mais Grupos como esse fiscalizando TODOS os politicos do Brasil.
ResponderExcluirem vez de ficar nessa briguinha de "esquerda" contra "direita".............
Nos e Eles............