Desde
o início das movimentações de campanha, deslocamentos para outros Estados
saltaram de 23 para 83
O
deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) viajou para Campina Grande, segundo
maior colégio eleitoral da Paraíba, para dar palestras, falar com eleitores em
praças e conceder entrevistas para rádios locais em 8 de fevereiro do ano
passado. "Hoje estou perdendo a sessão em Brasília. Gostaria de estar lá,
mas para quem tem pretensões outras tem de estar muito bem preparado para
aquele momento em 2018. Vale a pena tudo isso aí", afirmou em entrevista à
época. A veículos de imprensa paraibanos, apresentou a meta de fazer duas
viagens para fora da capital federal por mês: promessa cumprida.
Em
campanha aberta para a Presidência da República, Bolsonaro aumentou seus gastos
com passagens aéreas pagas com dinheiro público da Câmara dos Deputados.
Levantamento feito pelo Estadão/Broadcast mostra que, nesta legislatura (entre
2015 e 2017), o deputado fluminense gastou 39% mais com passagens custeadas
pela Câmara do que no período anterior (de 2011 a 2014): passou de R$ 261 mil
para R$ 362 mil.
O
parlamentar mudou o perfil de suas viagens nos últimos três anos, quando
começou a ganhar força sua intenção de disputar o Palácio do Planalto após se
reeleger, em 2014, como o deputado mais votado (464.572 votos) no Rio. Ele
passou a visitar mais cidades de todas as regiões do País, fora do eixo
Brasília-Rio, onde trabalha e mora.
Os
deslocamentos para outros Estados saltaram de 23 para 83 - 2,3 por mês. Foram
considerados apenas os bilhetes em que Bolsonaro é o passageiro e pagos por
meio da cota parlamentar. A um ano para o fim da atual legislatura, ele já se
deslocou 351 vezes, ante 404 dos quatro anos anteriores.
Em
Campina Grande, uma das poucas cidades onde o PT perdeu as eleições
presidenciais no Nordeste, Bolsonaro pagou, com dinheiro da Câmara, R$ 1.013,69
em bilhetes aéreos. Seu gabinete emitiu as passagens no dia 20 de janeiro do
ano passado. Hoje, o deputado fluminense é o segundo mais bem colocado nas
pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT).
"Mito"
Bolsonaro
costuma ser recebido por apoiadores aos gritos de "mito" nos
aeroportos, circula em locais públicos, dá entrevistas e faz palestras
relacionadas à segurança pública.
Em
julho de 2017, o deputado seguiu esse roteiro. Foi recepcionado por
simpatizantes no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde falou em
"libertar o País" com a "verdade". "Longe aqui de
estar fazendo campanha política, muito longe disso, mas cada um de nós tem a
liberdade de ter o direito de buscar o que é melhor para o País. Aqui não tem
mais um capitão do Exército, tem um soldado do Brasil à disposição para ir às
últimas consequências para retirar aquela podridão que está em Brasília",
esbravejou. Entre junho e julho, o gabinete comprou quatro passagens para Porto
Alegre ao custo de R$ 4.456,60.
A
área externa do gabinete do deputado em Brasília estampa uma montagem de fotos
em que ele aparece nos braços de seus apoiadores. Procurado, o deputado não foi
localizado. No informativo em que presta contas do mandato, ele justifica suas
viagens como uma troca de experiências sobre a administração pública.
Eleito
pelo Rio, Bolsonaro tem direito a R$ 35.759,97 mensais por meio da cota
parlamentar. Entre 2015 e 2017, ele gastou R$ 967 mil dos R$ 1,3 milhão que
tinha direito. De acordo com normas internas da Câmara dos Deputados, "não
serão permitidos gastos de caráter eleitoral". As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
do jeito que vai,nao vai ter 2"turno
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