A condenação
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro repercutiu entre os
parlamentares hoje (12) na Câmara dos Deputados e no Senado. A sentença foi
proferida pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável
pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância.
No
início da tarde, quando a condenação foi divulgada, a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara estava reunida para analisar a denúncia
apresentada contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva. A
notícia da sentença de Lula repercutiu entre os membros do colegiado.
O
líder do DEM, Efraim Filho (PB) , defendeu que a sentença foi “baseada na lei,
nos fatos e nas provas”. “[A condenação] significa o fortalecimento do combate
à corrupção e à impunidade. E é uma lição didática para o cidadão brasileiro
para mostrar que acabou-se o tempo em que os poderosos não enfrentavam a
Justiça”, disse.
Já
o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), aproveitou seu tempo de fala
durante o debate na CCJ para criticar a decisão de Moro. “Mais uma vez o juiz
Sérgio Moro apresenta um julgamento no momento em que está sendo avaliado o
afastamento do presidente Michel Temer. Então, é evidente a ação política do
juiz neste momento importante da política nacional.”, declarou Zarattini.
Senado
Presidenta
nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) foi à tribuna para
criticar a sentença de Moro. Na avaliação de Gleisi, a condenação do
ex-presidente é “política”, “sem provas” e tem como objetivo inviabilizar a
candidatura do líder petista à presidência da República em 2018. Além dos
9 anos e meio de prisão, a sentença de Moro determina a interdição de Lula para
exercer cargo ou função pública por 19 anos.
“Se
vocês querem tirar o Lula da vida política, sejam decentes, sejam corajosos,
lancem um candidato e disputem nas urnas”, disse a senadora.
Também
na tribuna, Álvaro Dias (Podemos-PR) defendeu que trata-se de uma decisão
emblemática que sinaliza para o surgimento de uma nova Justiça no país. “Até
aqui, o conceito era de que a Justiça alcançava somente os pobres, mas agora
ela alcança os poderosos e se torna igual para todos”, disse. O mesmo tom foi
adotado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), que afirmou que “ninguém está acima
da lei” e que “não há porque duvidar do juiz Sérgio Moro”.
Já
o senador petista Lindbergh Farias (RJ) classificou a condenação como “um
escândalo”, porque segundo ele não há provas. “É escandaloso, é a
desmoralização da Justiça brasileira. Aécio [senador Aécio Neves, denunciado na
delação da JBS] eles libertam e condenam o Lula sem provas. Não dá para
aceitar. Eles querem impedir Lula de ser candidato. Lula cometeu o grande crime
de estar liderando todas as pesquisas de opinião” disse.
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