O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin divulgou o áudio do
encontro entre o empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, e
o presidente Michel Temer. A divulgação foi feita após a decisão do ministro,
que retirou o sigilo dos depoimentos de delação do empresário.
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O
áudio tem cerca de 40 minutos. Na conversa, Temer e Batista conversam sobre o
cenário político, os avanços na economia e também citam a situação do
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi preso na Operação Lava Jato, por
volta dos 11 minutos. Ouça o áudio:
Ainda
ontem, a Presidência da República divulgou nota na qual informa que o
presidente Michel Temer "jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio
do ex-deputado Eduardo Cunha". Em pronunciamento à nação nesta tarde,
Temer afimou que não renunciará ao cargo e exigiu uma investigação rápida na
denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. "Não renunciarei.
Repito: 'não renunciarei'", disse.
Trecho
da conversa entre o presidente Temer e Joesley Batista:
Joesley: Te ouvir um pouco,
presidente, como o senhor está nessa situação toda aí?
Eduardo...
Não sei o que... Lava Jato...
Temer: O Eduardo [inaudível]
me fustigar, né? Você viu que...
Joesley: Eu não sei, como está
essa relação?
Temer: (...) a defesa... O
Moro indeferiu 21 perguntas dele que não tem nada a ver com a defesa dele. Era
para [inaudível]. No Supremo Tribunal Federal...
Aí, rapaz [inaudível], mas os 11 ministros [inaudível]
Aí, rapaz [inaudível], mas os 11 ministros [inaudível]
Joesley: Eu, dentro do possível,
o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para
ali. Zerou. Ele foi firme, foi em cima, já estava lá, veio, cobrou, tal.
Pronto. Acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, o companheiro
dele que está aqui [inaudível]. Geddel sempre estava [inaudível]. Geddel é que sempre
andava ali. Mas o Geddel com esse negócio eu perdio o contato porque ele virou
investigado, agora eu não posso encontrar ele.
Temer: É complicado.
[inaudível] obstrução de Justiça.
Joesley: Negócio dos vazamentos. O
telefone lá do Eduardo com o Geddel volta e meia citavam alguma coisa meio
tangenciando a nós, a não sei o que. Eu tô lá me defendendo.
Joesley: [inaudível]. Como é que eu... Que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo...
Joesley: [inaudível]. Como é que eu... Que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo...
Temer: Tem que manter isso, viu?
Joesley: [inaudível] Todo mês
também. Estou segurando as pontas por aí. [inaudível] os processos. Estou meio
enrolado aqui, no processo assim...
Temer: [inaudível]
Joesley: Isso, isso.
Investigado. Eu não tenho ainda a denúncia.
Em
outro trecho, Joesley diz ao presidente Temer que está "segurando dois
juízes" que cuidam de casos em que o empresário é processado. Veja abaixo
a transcrição:
Joesley: Aqui eu dei conta de um
lado do juiz, dar uma segurada. Do outro lado um juiz substituto, que é um
cara...
Temer: Está segurando os dois?
Joesley: Estou segurando os
dois. Eu consegui (...) dentro da força-tarefa, que está, também está me dando
informação. E eu lá, que estou para dar conta de trocar o procurador que está
atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que
dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com
raiva, não sei o quê [inaudível]. O que está me ajudando está bom, beleza.
Agora tem um que está me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora
estou tentando trocar...
Temer: O que está...
Joesley: Isso. Então está meio
assim. Eles estão de férias. Essa semana eu fiquei preocupado porque saiu um
burburinho de que ia trocar ele, não sei o que. Fiquei com medo... Muito bem.
Eu tô só contando essa história. Eu tô me defendendo...
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