Deflagrada
na manhã de hoje (18) em decorrência das delações premiadas dos empresários
Joesley Batista e Wesley Batista, donos do grupo JBS, controlador do
frigorífico Friboi, a nova fase da Operação Lava Jato cumpriu 41 mandados de
busca e apreensão e oito de prisão preventiva, entre eles o da irmã do senador
suspenso Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves.
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Os
mandados, autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos pela Polícia Federal e pelo
Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais, no
Maranhão, no Paraná e no Distrito Federal. Imóveis ligados a Aécio Neves e à
irmã foram alvo dos agentes, além do gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR),
que também foi citado na delação dos donos da JBS.
Também
foram presos Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, e Mendherson Souza
Lima, assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Além desses, foi preso em
Brasília o procurador da República Ângelo Goulart Vilela. Nem a Polícia
Federal, nem o Ministério Público Federal divulgaram, até agora, a lista dos
mandados de prisão que foram cumpridos.
De
acordo com a Procuradoria-Geral da República, o objetivo das buscas foi
apreender documentos, livros contábeis e fiscais, arquivos eletrônicos,
aparelhos de telefone, valores e outros objetos que possam servir de prova.
Os
alvos da operação são suspeitos da prática dos crimes de corrupção passiva e
ativa, lavagem de dinheiro, constituição e participação na organização
criminosa. Os pedidos de prisão e busca e apreensão foram formulados pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação dos irmãos
Batista que foram homologadas hoje por Fachin.
“Os
elementos de prova revelam que alguns políticos continuam a utilizar a
estrutura partidária e o cargo para cometerem crimes em prejuízo do Estado e da
sociedade. Com o estabelecimento de tarefas definidas, o núcleo político da
organização criminosa investigada na Operação Lava Jato promove interações
diversas com agentes econômicos, com o objetivo de obter vantagens ilícitas,
por meio da prática de crimes, sobretudo a corrupção”, argumentou Janot nos
pedidos feitos ao STF.
“Isso
demonstra que o esperado efeito depurador e dissuasório das investigações e da
atuação do Poder Judiciário lamentavelmente não vem ocorrendo, e a espiral de
condutas reprováveis continua em marcha nos mesmos termos e com a mesma ou
maior intensidade e desfaçatez”, ressaltou o procurador-geral da República.
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