A
comissão especial criada na Câmara dos Deputados para analisar a reforma da
Previdência (PEC 287/16) iniciou hoje (2) a última reunião de discussão do
projeto substitutivo apresentado pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA). O
parecer de Maia com as principais alterações à proposta original do governo foi
apresentado aos membros da comissão no último dia 19.
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Depois
de acordo firmado entre os líderes dos partidos da oposição e da base aliada ao
governo, ficou acertado que a comissão só votaria o relatório de Arthur Maia
depois da realização de três reuniões de debate. Pelo acordo, a oposição se
comprometeu a não obstruir as sessões de leitura e discussão do parecer do
relator.
Apesar
do quórum baixo, mais de 20 deputados estão inscritos para a discussão de hoje.
A expectativa é que a votação tenha início amanhã (3), com possibilidade de
encerramento na quinta (4).
O
presidente da comissão especial, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou, antes do
início da reunião, que não vê motivo para adiar a votação do parecer pela
comissão. Para Marun, o texto apresentado pelo relator já está “bem ajustado” e
será aprovado na comissão com “absoluta segurança”.
“O
texto que estamos discutindo já é um texto muito ajustado, é um texto que abriu
mão, em alguns sentidos, de percentual do ganho fiscal, a fim de se tornar
menos abrupto. Eu entendo que é um texto bom, e tenho convicção de que será
aprovado na comissão. Ainda no mês de maio, será votado no plenário da Câmara”,
disse Marun.
Ele
ressaltou, no entanto, que o relator tem prerrogativa de fazer novos ajustes no
texto depois da discussão, caso ache necessário. Se aprovada na comissão, a
proposta segue para plenário, onde deve começar sua tramitação no próximo dia
8, com a leitura do teor da proposta e a designação de um período de discussão.
Questionado
se as exonerações feitas pelo governo, que incluem indicados políticos de
parlamentares que votaram contra a proposta de reforma trabalhista, na semana
passada, podem contribuir para manter a fidelidade da base, Marun desconversou.
Ele se limitou a dizer que, se não pudesse votar com o governo, pediria o
afastamento de seus indicados.
Para
a oposição, as demissões demonstram "um desespero do governo", como
disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), por não ter segurança ainda do número
mínimo de votos para aprovar a reforma da Previdência. “Isso mostra que eles
não têm os 308 votos e estão alternando entre benesses de um lado e retaliações
de outro”, afirmou Valente.
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