O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro
líquido de R$ 373 milhões no primeiro trimestre de 2017, resultado 76,6%
inferior ao apurado no mesmo período do ano passado (R$ 1,6 bilhão). Segundo o
diretor de Controladoria do BNDES, Ricardo Baldin, entre os fatores que levaram
a este resultado está o desaquecimento da economia, que “ainda não deu reação
suficiente para recuperação”.
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A
retração também se deve ao maior volume de provisionamento, segundo Baldin. Por
causa do cenário de crise, algumas empresas ou grupos econômicos estão com seu
patrimônio deteriorando a cada dia, perdendo rating (nota de
avaliação de risco) pela capacidade de pagamento, que é avaliada internamente
no banco. Isso elevou a provisão do BNDES para risco de crédito de R$ 871
milhões nos três primeiros meses de 2016 para R$ 3,3 bilhões no primeiro
trimestre deste ano, sendo R$ 1,8 bilhão de provisão adicional, feita por
“conservadorismo”, de acordo com o diretor.
A
superintendente de Controladoria do banco, Vania Borgerth, explicou que a
diferença observada é “efetivamente contábil”. A provisão, segundo ela, é uma
despesa que não envolve saída de caixa. “É uma questão do banco ser
conservador, caso esses créditos que tiveram seu rating piorado, ou
mesmo aqueles que estão inadimplentes venham a se recuperar, o banco ainda pode
fazer revisão dessas provisões.”
Segundo
Baldin, o BNDES não deve fazer mais incrementos relevantes ao longo deste ano,
porque a provisão hoje está bastante confortável para o índice de inadimplência
e para a carteira que o banco tem. O índice de inadimplência acima de 30 dias
nas operações do BNDES caiu de 2,81% da carteira em 31 de dezembro do ano
passado para 2,13% em 31 de março deste ano. Para mais de 90 dias, o índice de
inadimplência recuou de 2,43% para 2,09%.
O
diretor de Controladoria do banco também chamou a atenção para o fato de o resultado
do primeiro trimestre de 2016 ter sido influenciado por transações feitas em
dezembro de 2015, que elevaram em R$ 844 milhões o lucro líquido no período.
Mercado
Já
o resultado das participações societárias, que apresentaram ganho líquido de R$
1,1 bilhão, contra perda líquida de R$ 22 milhões no mesmo período de 2016,
influenciaram positivamente o lucro do BNDES no primeiro trimestre de 2017.
Segundo
o diretor de Controladoria, o resultado é fruto de algumas vendas feitas pelo
banco no mercado, com lucro, e também da valorização “bastante significativa”
de uma parcela das ações. Os resultados positivos com vendas de ações da
Petrobras e da Rumo Logística Operadora Multimodal responderam por 95,2% do
resultado com alienações no período de janeiro a março de 2017.
De
acordo com Vania Borgerth, o resultado mostra a tendência efetiva de
recuperação do mercado de ações no país. “Não só podemos fazer alienações em
condições melhores do que as feitas no ano passado, mas nós não precisamos
fazer tanta provisão para perda”. A superintendente destacou que que parte do
resultado foi decorrente de equivalência patrimonial.
O
patrimônio líquido do Sistema BNDES encerrou março de 2017 em R$ 55,6 bilhões,
mostrando estabilidade em relação a dezembro de 2016. O patrimônio de
referência (que determina a capacidade de financiamento) também ficou
praticamente estável, em R$ 135,9 bilhões. A subsidiária BNDES Participações
(BNDESPar) registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de
2017, contra prejuízo de R$ 1,8 bilhão registrado no mesmo trimestre de 2016.
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