A
defesa do ex-ministro Antonio Palocci recorreu ontem (4) da decisão do ministro
Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de enviar para o plenário da
Corte o julgamento definitivo de um pedido de liberdade. Fachin tomou a decisão
após rejeitar pedido provisório para soltar Palocci, preso em setembro do ano
passado na Operação Lava Jato.
No
recurso, os advogados alegam que o ex-ministro deve ser julgado pela Segunda
Turma, responsável pelos julgamentos da Lava Jato no Supremo, e não pelo
plenário. "A decisão agravada não se sustenta, seja porque completamente
desfundamentada, seja porque não pode, a descoberto de razões, subtrair o
julgamento do mandamus do seu juiz natural, que é a colenda Segunda
Turma", sustenta a defesa.
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Ao
enviar o julgamento de mérito ao plenário, o ministro tenta obter apoio da
Corte para manter as prisões na Lava Jato. Fachin é relator das ações da
operação no colegiado e foi derrotado na terça-feira (2), por maioria, na
votação que concedeu liberdade ao ex-ministro José Dirceu. Antes da decisão que
beneficiou Dirceu, os empresários José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PP
João Claudio Genú foram soltos por decisão da Turma.
Além
dos ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e
Gilmar Mendes, que fazem parte do colegiado da Lava Jato, a Corte é formada
pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz
Fux, Marco Aurélio e pela presidente, Cármen Lúcia.
Na
decisão em que negou liberdade provisoriamente a Palocci, Fachin entendeu que
não há nenhuma ilegalidade na decisão do juiz federal Sérgio Moro, que
determinou a prisão. "O deferimento de liminar em habeas corpus constitui
medida excepcional por sua própria natureza, que somente se justifica quando a
situação demonstrada nos autos representar manifesto constrangimento ilegal, o
que, nesta sede de cognição, não se confirmou", afirmou o ministro.
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