Responsável
pela concessão de prisão domiciliar ao empresário Carlos Augusto Cachoeira, o
Carlinhos Cachoeira, medida estendida aos demais denunciados na Operação
Saqueador, incluindo o ex-diretor da construtora Delta Fernando Cavendish, o
desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2),
declarou-se suspeito para atuar no caso.
Athié enviou
hoje (5) um ofício à presidência do TRF2 com a declaração, que será juntada ao
processo. De acordo com a assessoria do tribunal, o processo será redistribuído
por sorteio a um dos outros dois juízes que fazem parte da mesma turma de
Athié: os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.
As decisões já
tomadas por Athié no caso não serão automaticamente consideradas nulas, segundo
o tribunal, pois caberá ao novo relator do processo analisá-las, para decidir
se as mantêm ou não.
Pedido
do MPF
O Ministério
Público Federal (MPF) havia pedido à Justiça que o desembargador não julgasse mais os casos relacionados ao ex-dono da Delta
pela demonstração de laços de amizade entre o magistrado e o advogado que
representa o empresário Fernando Cavendish.
“Sem pretender
fazer juízo de mérito sobre o julgamento realizado, não há como se recusar a
constatação de que as circunstâncias descritas retiram do magistrado o
distanciamento e a imparcialidade necessários à apreciação desse processo,
sobretudo pelo fato de Fernando Antônio Cavendish Soares constar como parte”,
destacou a procuradora regional da República Monica Campos de Ré no pedido.
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