Para o
ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner,
o resultado da votação na comissão especial do impeachment indica que o
Planalto pode conseguir 213 votos no plenário da Câmara dos Deputados, no
próximo domingo, e, com isso, acabar com o processo. mas defendeu que o
governo, nesse caso, calce as "sandálias da humildade": ele
pediu serenidade e bom senso para que essa agenda não continue
"atrapalhando o Brasil".
Wagner
conversou com jornalistas após a comissão do impeachment aprovar, por 38 votos
a 27, o relatório favorável ao afastamento de Dilma do cargo. Segundo ele, a
proporção dos votos na comissão ficou dentro das expectativas do governo, e fez
com que a previsão de haver mais de 200 votos contrários ao impeachment se
mantivesse.
O ministro fez
uma conta segundo a qual na comissão os que são contrários ao impeachment
representam 41%, e que, se esse percentual for mantido no plenário, o governo
teria 213 votos, acima dos 172 necessários para derrubar o processo.
Segundo o
ministro, os 27 parlamentares que votaram contra o parecer do relator, deputado
Jovair Arantes (PTB-GO), são "heróis da democracia". Questionado se,
reprovado este pedido, a Câmara dos Deputados não poderia apreciar outras
denúncias contra a presidenta, ele pregou "humildade" do governo e
"serenidade do lado de lá".
"Acho que
todo mundo tem instinto de sobrevivência, e espero que depois de domingo,
encerrado e barrado esse processo do impeachment, o bom senso volte a reinar.
Da nossa parte, seguramente estaremos com a sandália da humildade. Que eu acho
que, após esse processo, não cabe rancor e raiva, ao contrário. Cabe
compromisso com o Brasil, com a nossa gente, com a economia brasileira",
declarou.
De acordo com
Wagner, o processo "pela derrubada" de Dilma tem atrapalhado o Brasil
nos últimos 15 meses e impedido uma agenda propositiva que resgate o
crescimento econômico e a geração de emprego.
“Os contra o
governo, ou se preferirem, os que pregam esse golpe dissimulado, podem
comemorar o número, mas eles têm consciência que esse número não dá a eles o
resultado que gostariam”, disse, acrescentando que outros dois deputados
declaradamente contrários ao impeachment não puderam votar por motivos de saúde
e orientação da bancada.
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