O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner,
disse que a aprovação da autorização do processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff é uma "página triste" que "ameaça interromper
30 anos de democracia no país", mas disse confiar que o Senado reverta a
decisão.
De acordo com Jaques Wagner, a instauração do processo é um
retrocesso, Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade e foi
eleita por 54 milhões de votos. O ministro disse que os deputados
concordaram com "argumentos frágeis e sem sustentação jurídica" do
relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
"Confiamos nos
senadores e esperamos que seja dada maior possibilidade para que ela
apresente sua defesa, e que lhe seja aplicada justiça. Acreditamos que o
Senado, que representa a Federação, possa observar com mais nitidez as
acusações contra a presidenta, uma vez que atingem também alguns
governadores de estado". Na opinião de Wagner, os deputados "fecharam os
olhos" às melhorias dos últimos 12 anos de avanços, inclusão social e
redução da pobreza.
"Digo que é um retrocesso porque se trata de
um impeachment orquestrado por uma oposição que não aceitou a derrota
nas últimas eleições e que não deixou a presidenta governar, boicotando
suas iniciativas e a retomada do desenvolvimento do país".
O
ministro foi o primeiro integrante do governo a se pronunciar sobre o
assunto. As declarações foram repassadas por meio de sua assessoria de
imprensa. Antes mesmo de o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) dar o 342º
voto, o necessário para aprovar o parecer de Jovair, o líder do governo,
deputado José Guimarães (PT-CE), havia reconhecido a derrota e afirmado
que a luta continua nas ruas e no Senado.
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