Após 342 deputados federais terem votados a favor da abertura
de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, governistas
deixaram o plenário da Câmara com declarações de que a derrota foi do
país.
Apesar do clima pessimista, o líder do PT na Câmara, Afonso
Florence (BA), disse que “a democracia vencerá”. Com a aprovação da
Câmara, o futuro de Dilma Rousseff passa para as mãos dos 81 senadores,
que a partir de amanhã (18) iniciam o processo, com a leitura do
relatório em plenário. Já o senador Ronaldo Caiado, líder
do DEM no Senado, acompanhou a votação direto do plenário da Câmara e
rechaçou as críticas ao vice Michel Temer, que pode assumir a
presidência caso o Senado acata o processo. Se isso ocorrer, Dilma terá
de se afastar do cargo.
“Se aqui aceitamos a Constituição brasileira, se a regra é a
Constituição, não tem como argumentar esta tese. A Constituição
determina que no afastamento da presidente assume o vice-presidente. Não
se coloca se terá que ser analisada sua popularidade ou não. Isto é
mantra”, disse Caiado
Para Caiado, são poucas as chances de o
processo não culminar no afastamento definitivo da presidenta Dilma. O
senador afirmou que o resultado da Câmara mostra que o governo “não tem a
menor capacidade de sobrevivência política”. Segundo ele, um acordo de
procedimento pode garantir celeridade ao processo no Senado. “A
ingovernabilidade está instalada e nós, senadores, precisamos, com
responsabilidade, resumir ao máximo num calendário e votarmos
rapidamente o parecer da comissão em 10 dias”, afirmou
Na
terça-feira (19), os líderes partidários deverão indicar os 42
parlamentares que vão compor a comissão que analisará o assunto no
Senado, com 21 titulares e 21 suplentes. A comissão tem prazo de 48
horas para eleger o presidente e o relator. Por causa do feriado de 21
de abril, nesta quinta-feira, isso deverá ocorrer somente na
segunda-feira (25).
Os integrantes da comissão especial
serão definidos conforme a proporcionalidade dos partidos ou dos blocos
partidários. A partir daí, o colegiado terá dez dias para apresentar um
relatório pela admissibilidade ou não do processo de impeachment. O que
ainda não está claro é se são dias corridos ou dias úteis. O parecer
será votado na comissão e independentemente do resultado também será
apreciado pelo plenário do Senado. Em ambos os casos, a votação será por
maioria simples.
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