Dos 65 membros
da Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados que votaram o
parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), 36 respondem ou já foram condenados
por algum crime na Justiça comum ou eleitoral. O levantamento foi feito pelo
Portal EBC em plataforma da ONG Transparência Brasil.
Os
questionamentos judiciais a que respondem ou já responderam os 36 deputados vão
desde problemas com prestações de contas eleitorais a ações de improbidade
administrativa, lavagem de dinheiro e questionamentos em licitações.
Entre os
parlamentares da comissão que possuem algum registro judicial durante a carreira
política, 20 votaram favoravelmente ao parecer que recomendou a abertura de
processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Os outros16 votaram
contra o relatório.
Na lista dos
deputados com questionamentos judiciais estão, inclusive, o presidente da
comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), indiciado por corrupção eleitoral no
Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, e o relator Jovair Arantes,
alvo de ação movida pelo Ministério Público Federal referente à improbidade
administrativa. Arantes também teve suas contas de campanha reprovadas em 2006
e 2012.
Entre os
membros da comissão com pendências jurídicas, quatro são alvos de inquérito da
Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras: Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), Roberto Britto (PP-BA), José Mentor (PT-SP) e Jerônimo Goergen
(PP-RS).
Dos quatro,
apenas Goergen votou pela continuidade do processo de impedimento de Dilma.
Veja abaixo
quais são os questionamentos judiciais e como cada deputado votou na Comissão
Especial de Impeachment:
Mendonça
Filho (DEM-PE)
Em razão da
posição de presidente regional do DEM em Pernambuco, o parlamentar é parte em
processos que tiveram as contas do partido julgadas como não prestadas em
municípios pernambucanos.
Como votou: SIM
Orlando
Silva (PCdoB-SP)
As contas de
2004 da Secretaria-Executiva do Ministério dos Esportes, de responsabilidade do
parlamentar, foram julgadas irregulares por falhas em convênios celebrados. Foi
condenado a pagar multa de R$ 5 mil.
Além disso, suas contas da campanha eleitoral de 2014 a deputado federal foram reprovadas. Na condição de presidente do diretório estadual paulista do PCdoB, o parlamentar figura como parte em processos em dois municípios nos quais as contas de 2014 não foram prestadas. Foi determinada a suspensão do repasse de novas cotas do fundo partidário municipal pelo tempo em que o partido permanecesse omisso.
Como votou: NÃO
Flavio
Nogueira (PDT-PI)
É responsável
pelas contas do exercício financeiro de 2012 do diretório estadual do PDT no
Piauí, que foram desaprovadas. A Justiça Eleitoral também determinou a
suspensão do repasse de cotas do fundo partidário por seis meses. Entrou com
recursos, mas a decisão foi mantida.
Como votou: NÃO
Weverton Rocha
(PDT -MA)
É réu em ação
penal movida pelo Ministério Público por crimes previstos na Lei de Licitações.
Também é alvo de inquérito referente a crimes de peculato, corrupção passiva e
ativa, além de ações civis de improbidade administrativa movidas pelo
Ministério Público.
Como votou: NÃO
Junior
Marreca (PEN-MA)
É réu em ação
penal por emprego irregular de verbas ou rendas públicas e em ações civis de
improbidade administrativa (dano ao erário) movidas pelo Ministério Público
Estadual.
Como votou: NÃO
Leonardo
Picciani (PMDB-RJ)
É alvo de representação
(sob segredo de Justiça) por captação e gastos ilícitos na campanha de 2014 com
pedido de cassação de diploma.
Como votou: NÃO
Leonardo
Quintão (PMDB-MG)
É alvo de ação
civil por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.
Como votou: SIM
Lúcio
Vieira Lima (PMDB-BA)
O parlamentar
presidia o PMDB na Bahia em 2007, quando a prestação de contas foi reprovada
Como votou: SIM
Mauro
Mariani (PMDB-SC)
Réu em ação
por improbidade administrativa. A ação havia sido extinta em primeira
instância, mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina anulou essa decisão. O
parlamentar recorre no Superior Tribunal de Justiça.
Como votou: SIM
Osmar
Terra (PMDB-RS)
O Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul apontou irregularidades nas gestões de
Terra na Secretaria de Saúde e em uma prefeitura e o condenou a pagamento de
multa.
Como votou: SIM
Valtenir
Pereira (PMDB-MT)
É alvo de
inquérito que apura crimes da Lei de Licitações. Foram desaprovaram as contas
relativas ao exercício financeiro do PSB nos anos de 2009 e 2010, quando o
parlamentar presidia a regional do partido.
Como votou: NÃO
Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB)
É alvo de
inquérito da Operação Lava Jato que investiga esquema de corrupção, formação de
quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Também
responde por de inquérito que apura crimes previstos na Lei de Licitações.
Como votou: NÃO
Jerônimo
Goergen (PP-RS)
É alvo de
inquérito da Operação Lava Jato. Também responde por improbidade administrativa
referente a indicação de assessor parlamentar que agia como funcionário
fantasma, recebendo os valores do cargo sem a realização das atividades
devidas.
Como votou: SIM
Júlio
Lopes (PP-RJ)
É alvo, no
STF, de inquérito que apura apropriação indébita previdenciária. O processo
está suspenso, pois parlamentar está efetuando o pagamento dos débitos.
Como votou: SIM
Paulo
Maluf (PP-SP)
Foi condenado
por improbidade administrativa pelo superfaturamento na construção do túnel
Ayrton Senna quando era prefeito de São Paulo, com decisão mantida em segunda
instância. Foi condenado pela utilização de meios e dinheiro público para
promoção pessoal durante o período em que foi prefeito da capital paulista.
Também foi réu em ações por lavagem de dinheiro, por crimes eleitorais, por falsidade ideológica, crimes contra o sistema financeiro nacional, participação em ocultação de cadáveres de militantes durante a ditadura militar e improbidade administrativa em diferentes instâncias.
Como votou: SIM
Roberto
Britto (PP-BA)
É alvo de
inquérito da Operação Lava Jato. Também responde ação de improbidade
administrativa movida pela União e pelo município de Jequié (BA) e
representação movida pelo Ministério Público por conduta vedada a agente
público.
Como votou: NÃO
Alex
Manente (PPS-SP)
É alvo de
inquérito que apura a prática de crimes eleitorais e responde no Tribunal de
Justiça de São Paulo ação por improbidade administrativa e dano ao erário
movida pelo Ministério Público.
Como votou: SIM
Édio
Lopes (PR-RR)
É réu em ação
penal por peculato. De acordo a denúncia, o parlamentar desviou dinheiro
público, em proveito próprio e alheio, por meio da indicação de três servidores
para ocuparem cargos comissionados em seu gabinete, sem a exigência de
prestação de serviços, nos anos de 2005 e 2006.
Como votou: NÃO
Marcelo
Squassoni (PRB-SP)
Foi condenado
por improbidade administrativa por uso da máquina pública para favorecimento
pessoal, mas recorre da decisão. Também é alvo de inquérito sobre crimes de
peculato, corrupção ativa e passiva, no período em que chefiou a gerência
regional do Patrimônio da União em São Paulo e responde por improbidade
administrativa com dano ao erário no TJ-SP.
Como votou: SIM
Danilo
Forte (PSB-CE)
É alvo de
inquérito que investiga violações de direito e processo eleitoral e de ações de
improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal.
Como votou: SIM
Marco
Feliciano (PSC-SP)
Teve a
prestação de contas da eleição de 2014 para deputado federal reprovada. É alvo
de inquérito que apura irregularidades na contratação de cinco pastores da
igreja Catedral do Avivamento, fundada pelo parlamentar, que trabalhariam em
seu gabinete, mas não cumpriam expediente. Também responde a pedido de
indenização por danos morais difusos.
Como votou: SIM
Marcos
Montes (PSD-MG)
Condenado em
ação civil de improbidade administrativa. O deputado recorre no STJ.
Como votou: SIM
Paulo
Magalhães (PSD-BA)
É réu em ação
penal por falso eleitoral. O parlamentar é acusado de incluir doador falso na
prestação de contas da campanha de 2010. Também responde por improbidade
administrativa.
Como votou: NÃO
Rogério
Rosso (PSD-DF)
É indiciado
por corrupção eleitoral no TRE-DF.
Como votou: SIM
Carlos
Sampaio (PSDB-PR)
Teve a
prestação de contas referente às eleições municipais de Campinas de 2008 reprovadas,
o mesmo ocorreu nas eleições de 1998.
Como votou: SIM
Nilson
Leitão (PSDB-MT)
Teve
reprovadas as contas referentes ao exercício de 2010 do diretório regional do
PSDB. O parlamentar era o presidente regional do partido na época. O partido
recorre.
O diretório estadual do PSDB também teve as contas referente ao exercício de 2007 reprovadas, quando o parlamentar era presidente. Também reponde por corrupção passiva, crimes de responsabilidade, inquéritos que apuram crimes da Lei de Licitações e ações civis de improbidade administrativa.
Como votou: SIM
Shéridan
Estérfany (PSDB-RR)
É alvo de ação
civil de improbidade administrativa (dano ao erário) no Tribunal de Justiça de
Roraima e também reponde a inquérito, no STF, que apura crimes eleitorais.
Como votou: SIM
Benedita
da Silva (PT-RJ)
É alvo de ação
por ato lesivo ao patrimônio artístico, estético, histórico ou turístico no
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
Como votou: NÃO
Arlindo
Chinaglia (PT-SP)
É alvo, no
TJ-SP, de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.
Como votou: NÃO
José
Mentor (PT-SP)
É alvo de
inquérito da Operação Lava Jato
Como votou: NÃO
Paulo
Teixeira (PT-SP)
Teve as contas
eleitorais de 2010 desaprovadas e é alvo, no TJ-SP, de ação civil pública
movida pelo Ministério Público Estadual.
Como votou: NÃO
Vicente
Candido (PT-SP)
A prestação de
contas de sua campanha para as eleições de 2002 a deputado estadual foi
considerada irregular. Além disso, é investigado, em inquérito no STF, por
corrupção ativa e advocacia administrativa.
Como votou: NÃO
Jovair
Arantes (PTB-GO)
Teve rejeitada
a prestação de contas referente às eleições de 2012 e 2006. Também é alvo de
ação movida pelo Ministério Público Federal referente a crimes de improbidade
administrativa.
Como votou: SIM
Bacelar
(PTN-BA)
As contas do
PTN baiano foram reprovadas em 2008, 2009 e 2012, quando o parlamentar era
presidente da sigla. No Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia foi
condenado a pagar multa e a ressarcir os cofres públicos solidariamente em R$ 770
mil por irregularidades registradas enquanto comandava a Secretaria da
Educação, Cultura, Esportes e Lazer.
Também foi condenado a ressarcir os cofres públicos em outros processos, referentes ao período em que foi vereador em Salvador. No STF, é alvo de inquérito que apura crime de peculato e no TJ-BA é réu em ação civil de improbidade administrativa com dano ao erário e enriquecimento ilícito.
Como votou: NÃO
Fernando
Francischini (SD-PR)
No Tribunal de
Justiça do Paraná é alvo de ação civil de improbidade administrativa ajuizada
pelo Ministério Público e de ação movida pela Defensoria Pública do Paraná.
Como votou: SIM
Paulinho
da Força (SD-SP)
Foi condenado
no Tribunal Regional Federal da 3ª Região por improbidade administrativa. No
STF, o deputado é réu em ação penal sobre crime contra o sistema financeiro,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Responde no STF por peculato e
atos de corrupção passiva. Também é alvo de ações civis públicas movidas pelo
Ministério Público que apuram dano ao erário.
Como votou: SIM
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