O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que a
decisão dos deputados de aprovarem hoje (18) a abertura do processo de impeachment foi
política e que as denúncias contra a presidenta Dilma Rousseff não têm
procedência e “nunca foram discutidas em profundidade”.
Segundo Cardozo, o governo recebeu com “indignação e tristeza” a
notícia. “Não há como se afirmar que houve má-fé, dolo”, disse, em
referência ao mérito do pedido de impeachment em apreciação no Congresso Nacional, que agora será apreciado pelos senadores.
Reafirmando
argumentações anteriores, o advogado disse que a defesa de Dilma já
demonstrou “claramente” que não há ilegalidade nos decretos de crédito
suplementar e nem no atraso do repasse de recursos do Tesouro aos bancos
públicos, conhecido como “pedaladas fiscais”. Segundo o pedido de
impeachment, esses configuram crime de responsabilidade fiscal.
“Em
nenhum momento isso pode ser visto como operação de crédito, portanto
não há ofensa à Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse. Cardozo afirmou
que a decisão foi “eminentemente e puramente política”,
“Estamos
indignados. [A decisão é uma] ruptura à Constituição Federal, configura a
nosso ver um golpe à democracia e aos 54 milhões de brasileiros que
elegeram a presidenta, um golpe à Constituição. Temos hoje mais um ato
na linha da configuração de um golpe, o golpe de abril de 2016, que
ficará na história como um ato vergonhoso”, disse.
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Dag Vulpi