Líderes do
PMDB consideram o dia 12 de abril como data limite para a entrega dos cargos do
partido no governo, inclusive os sete ministérios. Mais cedo, o Diretório
Nacional do PMDB decidiu hoje (29), por aclamação, deixar a base aliada do
governo da presidenta Dilma Rousseff.
“Existe uma
discussão sobre dar um prazo, acho até que é uma coisa razoável, ministro não
pode sair batendo portas deixando assuntos importantes do ponto de vista do
interesse público nacional por resolver”, disse o presidente da Fundação
Ulisses Guimarães, Moreira Franco.
Mesmo com o
rompimento, os líderes do PMDB disseram que o partido não será oposição, mas
que vai adotar uma postura de independência. “Nós seremos independentes. O que
for de interesse do governo e importante para o Brasil nós iremos votar. Se for
algo que nós não concordemos, nós diremos claramente, não teremos mais
atrelamento à base do governo”, disse o senador Romero Jucá, vice-presidente do
PMDB.
Reunião
A reunião em
que o PMDB decidiu romper com o governo federal teve a participação de mais de
100 dos 127 integrantes do diretório. A resolução aprovada estabelece a
“imediata saída do PMDB do governo, com a entrega dos cargos em todas as
esferas do Poder Executivo Federal”. Quem contrariar a decisão, ficará sujeito
à instauração de processo no conselho de ética do partido.
Embora a
decisão seja de abandonar imediatamente os cargos ocupados pelos peemedebistas
no governo, a cúpula partidária acenou em avaliar cada caso e até permitir uma
saída gradual. “A partir de agora, o PMDB não autoriza ninguém a exercer, em
nome do partido, nenhum cargo federal. Se, individualmente, alguém quiser tomar
uma posição vai ter que avaliar o tipo de consequência, o tipo de postura para
a sociedade”, disse Jucá. “Para bom entendedor meia palavra já basta, aqui nós
demos hoje uma palavra inteira”.
A crise
econômica foi apontada como maior justificativa para o afastamento do
governo. Apesar de ainda permanecer com a vice-presidência e de comandar
até o início da semana sete ministérios, o PMDB culpou o PT pela recessão
enfrentada no país. “Estamos indo para o terceiro ano de recessão e os milhões
de brasileiros que conquistaram posições sociais estão perdendo essas posições
e o governo não apresenta uma alternativa”, justificou Franco.
Um dos
principais defensores do fim da aliança com o PT, o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (RJ), foi um dos primeiros a chegar à reunião, que durou cerca de
cinco minutos. Conforme já estava previsto, a ala do partido contrária ao
desembarque, incluindo os seis ministros, não compareceu ao evento. O
presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que ontem se reuniu com Temer para
fechar os detalhes do desembarque, também não esteve presente.
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