A produção
industrial brasileira cresceu 0,4% em janeiro em relação a dezembro de 2015, na
série livre de influenciais sazonais, interrompendo um período de sete meses de
quedas consecutivas, quando acumulou perdas de 8,7%. Os dados fazem parte da
Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada hoje (4).
Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados da pesquisa
indicam que, quando comparada a janeiro de 2015, a indústria, no entanto, caiu
13,8%, a vigésima terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde os
-14,1% de abril de 2009.
Já a queda de
9% no resultado acumulado nos últimos doze meses (a taxa anualizada) foi a mais
intensa desde novembro de 2009, mantendo uma trajetória descendente iniciada em
março de 2014 (2,1%).
Segundo o
IBGE, o setor industrial, em janeiro de 2016, "volta a mostrar um quadro
de maior ritmo produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o
mês imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda,
mas também no predomínio de taxas positivas entre as grandes categorias
econômicas e as atividades investigadas”.
Média
global
O crescimento
de 0,4% na atividade industrial reflete resultados positivos em três das quatro
grandes categorias econômicas e em 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os
setores, a principal influência positiva foi registrada por coque, produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis, com avanço de 2,8%, segunda taxa
positiva consecutiva, acumulando expansão de 6,6%.
Entre os nove
ramos que reduziram a produção, o desempenho de maior importância para a média
global foi assinalado por indústrias extrativas, com queda de 2,7%, quarto
resultado negativo consecutivo, acumulando redução de 15,2%.
Já entre as
grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente
anterior, bens de capital, ao avançar 1,3%, e bens intermediários (0,8%)
mostraram as expansões mais acentuadas em janeiro de 2016. O setor produtor de
bens de consumo semi e não duráveis fechou janeiro de 2016 com crescimento de
0,3%, a terceira expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8%. Já o
segmento de bens de consumo duráveis (-2,4%) teve o único resultado negativo em
janeiro, após avançar 8% em dezembro, quando interrompeu quatro meses
consecutivos de redução na produção.
Ainda segundo
a pesquisa do IBGE, os segmentos de bens de consumo duráveis (0,7%) e de bens
de consumo semi e não duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em janeiro,
com o primeiro interrompendo 13 meses consecutivos de queda e o segundo
voltando a crescer, após comportamento negativo desde julho de 2015.
Indústria
Apesar de ter
fechado janeiro com crescimento de 0,4% sobre dezembro de 2015, a indústria
brasileira encontra-se 19,2% abaixo do nível recorde – 5,7% - do parque fabril
do país, registrado em junho de 2013. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal
indicam que, em janeiro, a produção recuperou apenas uma pequena parte da perda
de 8,7% acumulada no período junho-dezembro de 2015.
Ainda na série
com ajuste sazonal, permanecem os sinais de menor intensidade da atividade
industrial, que ficam evidenciados na evolução do índice de média móvel
trimestral, que fechou os três meses encerrados em janeiro de forma negativa
(0,9%), quando comparada com a média móvel trimestral de dezembro de 2015.
“Mesmo reduzindo o ritmo de queda nos últimos três meses, prossegue com a
trajetória descendente iniciada em outubro de 2014”, ressaltou o IBGE.
O IBGE
destaca, ainda, o fato de que, quando a comparação se dá com janeiro do ano
passado (0,4% contra -13,8%), a produção industrial, em janeiro, permaneceu com
queda na produção, atingindo o vigésimo terceiro resultado negativo
consecutivo, “com predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias
econômicas e as atividades pesquisadas, e com claro destaque para os recuos
vindos dos setores associados à produção de bens de capital e de bens de
consumo duráveis”.
Queda
de 13,8%
Mesmo tendo
fechado dezembro com uma pequena expansão de 0,4%, o parque fabril do país
acumula em janeiro deste ano, na comparação com janeiro de 2015, uma queda de
13,8%. A retração tem perfil generalizado de resultados negativos, alcançando
as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 70 dos 79 grupos e
77,9% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as
atividades, figuram veículos automotores, reboques e carrocerias (recuo 31,3%)
e indústrias extrativas (-16,8%). No primeiro caso, exerceram as maiores
influências negativas automóveis, caminhões, veículos para transporte de
mercadorias e carrocerias para ônibus e caminhões e, no caso da indústria
extrativa, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo. Ainda na comparação
com janeiro de 2015, produtos do fumo (21,5%) e celulose, papel e produtos de
papel (1%) foram as duas atividades que aumentaram a produção.
Ainda no
confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-35,9%) e bens de
consumo duráveis (-28,2%) assinalaram, em janeiro de 2016, as reduções mais
acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de
bens intermediários (-11,9%%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-7,2%)
também mostraram resultados negativos, mas ambos com recuos abaixo da média
nacional (-13,8%).
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