O Tribunal de
Contas da União (TCU) deu um prazo de 15 dias para que a
Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) se
manifestem sobre os procedimentos que serão adotados após as alterações feitas
em um trecho da Medida
Provisória (MP) 703/2015 e se essas mudanças poderiam se chocar com a
Instrução Normativa (IN) 74/15 do tribunal. A determinação está em um despacho
do ministro Walton Alencar Rodrigues, do último dia 29, que trata de
representação de um procurador do Ministério Público de Contas junto ao TCU.
A MP, que
altera a Lei 12.846, para dispor sobre acordos de leniência, foi assinada no
último dia 18 de dezembro pela presidenta Dilma Rousseff. A proposta será
enviada para apreciação do Congresso Nacional, mas já está em vigor e foi
publicada no Diário Oficial da União no dia 21 de dezembro.
Segundo o
despacho do ministro, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira demonstra
preocupação com o parágrafo 14 do Artigo 16 da lei, um dos trechos
inseridos pela MP, que diz que os acordos de leniência firmados serão enviados
ao respectivo Tribunal de Contas depois de assinados, o que poderia se chocar
com uma instrução normativa do próprio TCU.
A IN 74 de
2015 trata da fiscalização do Tribunal de Contas da União quanto à organização
do processo de celebração de acordo de leniência pela administração pública
federal. A instrução diz que a fiscalização do TCU será feita em cada uma das
etapas do processo do acordo, sendo que o tribunal deverá se pronunciar “quanto
à legalidade, legitimidade e economicidade dos atos praticados”.
No despacho, o
ministro diz que, se “confirmadas as suspeitas”, de que o dispositivo
"será utilizado com o intuito de desobrigar a autoridade responsável de
prestar as informações requeridas na fiscalização das etapas que antecedem a
celebração dos acordos de leniência, limitando a atuação do controle externo ao
momento posterior à celebração dessas avenças, restaria caracterizado flagrante
descumprimento das disposições da IN 74/2015, merecendo, assim, providências
imediatas por parte deste tribunal".
A Agência
Brasil não consegui contato com a assessoria de comunicação da CGU. A AGU,
por meio de sua assessoria de comunicação, informou que enviará as informações.
“A Advocacia-Geral da União já foi oficiada e encaminhará as informações
solicitadas [ao TCU] dentro do prazo”.
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