A Polícia
Federal (PF) prendeu hoje (28), no Aeroporto de Guarulhos (SP), Ademir Auada,
um dos procurados na 22º fase da Operação Lava Jato, batizada de Triplo X, que
apura crimes corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro
vinculados ao esquema que desviava recursos da Petrobras.
Segundo as
investigações, Auada é o responsável pela offshore Murray Holdings junto à
empresa panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir esse tipo de empresa
em paraísos fiscais. A Murray é dona de um condomínio imobiliário no Guarujá,
litoral paulista.
Inicialmente
construído pela Bancoop, presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT,
João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado, o empreendimento foi
repassado à empreiteira OAS em 2009 em decorrência de uma crise financeira da
cooperativa. A Polícia Federal apura se houve ocultação de patrimônio na
operação e se as unidades foram usadas como repasse de propina.
Para os
investigadores da Lava Jato, além de abrir as empresas, a Mossack auxiliava na
abertura de contas no exterior para esconder dinheiro de propina fruto de
atividades irregulares envolvendo negócios da Petrobras.
Três dos réus
na Lava Jato, o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, o ex-gerente
de Serviços, Pedro Barusco, e o empresário Mário Góes tinham offshores abertas
pela Mossack
Antes de
prender Auada, os policiais fizeram busca e apreensão na casa dele. A PF
afirmou que Auada estava agindo "no sentido de destruir grande quantidade
de documentos, possivelmente relacionados à presente investigação".
A prisão é
temporária e termina em cinco dias prorrogáveis, caso a Justiça considere
necessário. Ontem (27), os policiais já haviam prendido temporariamente Ricardo
Honório Neto, um dos sócios do escritório da Mossack Fonseca no Brasil, Renata
Pereira Brito, que trabalhava com Honório, e Nelci Warken, apontada como
responsável por um tríplex no Condomínio Solaris.
Dois mandados
de prisão da 22ª etapa da Lava Jato ainda não foram cumpridos e se referem a
Maria Mercedes e Luis Hernandez Rivero, citados pelas investigações como
administradores de fato da Mossack no Brasil.
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