Com a sanção
na última semana do Orçamento Geral da União de 2016, que prevê a arrecadação
federal de pelo menos R$ 10,3 bilhões com a recriação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o assunto deve dominar as discussões
a partir de fevereiro, quando acaba o recesso legislativo. Enviada ao Congresso
em setembro, a proposta de emenda à Constituição que recria o tributo, PEC
140/15, é polêmica e promete enfrentar muita resistência.
Para o tributo
gerar o que o governo espera para 2016, a proposta precisa ser aprovada até
maio, mas o contribuinte só sentirá os efeitos no bolso a partir de setembro,
uma vez que ele só pode entrar em vigor três meses após virar lei. A proposta
está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Se
aprovada a admissibilidade, vai para uma comissão especial e depois para
votação em dois turnos no plenário da Câmara e outros dois no plenário do
Senado.
O texto prevê
que 0,2% de cada transação bancária vá para o governo federal financiar a
Previdência Social. Por causa do aumento do número de beneficiários e do
reajuste dos pagamentos na justificativa da proposta, a estimativa é que o
deficit da Previdência aumente de R$ 88 bilhões para R$ 117 bilhões em 2016. A
cobrança está prevista para durar até 31 de dezembro de 2019.
Negociações
No Palácio do Planalto, o apoio de governadores e de prefeitos é considerado fundamental para a aprovação do tributo. Se depender dos chefes dos Executivos estaduais e municipais, a mordida da CPMF vai ser maior. Eles condicionam o apoio a uma alíquota de 0,38% para que 0,20% fique com a União, e o restante seja dividido entre eles.
No Palácio do Planalto, o apoio de governadores e de prefeitos é considerado fundamental para a aprovação do tributo. Se depender dos chefes dos Executivos estaduais e municipais, a mordida da CPMF vai ser maior. Eles condicionam o apoio a uma alíquota de 0,38% para que 0,20% fique com a União, e o restante seja dividido entre eles.
O relator da
PEC na CCJ, o deputado Arthur Lira (PP-AL) deve apresentar seu parecer em
fevereiro, na volta do recesso do Legislativo. Ele admitiu no entanto, que não
está tão otimista quanto o governo. “Acho que essa questão vai ser muito
debatida e não acredito em uma aprovação no Congresso antes de junho”,
declarou.
O líder do
Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), é contra e não acredita que a
contribuição seja aprovada em ano de eleições municipais. “Vamos empreender
todo o esforço possível para impedir a aprovação da volta da CPMF. Não se pode
aceitar que a gente vá resolver a crise econômica grave que o Brasil vive a
partir de medidas que sejam de aumento da carga tributária”, disse.
O líder do
PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), defende a recriação do tributo: “Não
acho que a CPMF em si seja a vilã da história. É um imposto de alíquota barata,
que a maioria da população não paga, sobretudo os que ganham menos, e é um
importante instrumento de fiscalização. Então, creio que, neste momento, é
importante para reestabelecer a credibilidade do país”, comentou.
Senado
No Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou que a aprovação é importante para reforçar o caixa não apenas da União, mas também dos governos locais. “Não vamos votar uma CPMF para ficar só para o governo federal ou para gastar em qualquer coisa. A CPMF tem de ir para a seguridade social, ter uma vinculação para a saúde, mas princialmente ter uma renda para estados e municípios”, explicou.
No Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou que a aprovação é importante para reforçar o caixa não apenas da União, mas também dos governos locais. “Não vamos votar uma CPMF para ficar só para o governo federal ou para gastar em qualquer coisa. A CPMF tem de ir para a seguridade social, ter uma vinculação para a saúde, mas princialmente ter uma renda para estados e municípios”, explicou.
Já o senador
Álvaro Dias (PV-PR) acredita que a proposta não terá apoio suficiente. “Não
acredito que o Congresso venha aprovar mais um imposto. Sobretudo esse tributo
perverso que é cobrado em cascata e penaliza, do inicio ao fim, o sistema
produtivo”, disse.
Entidades
A proposta também enfrenta a resistência da Ordem dos Advogados do Brasil e de outras entidades como as Confederações Nacional da Indústria e do Transporte. Na época do envio da proposta ao Congresso, elas divulgaram nota criticando a medida. Segundo as entidades, a proposta repete a fórmula anticompetitividade e impeditiva do crescimento. “A CPMF é um tributo de má qualidade por ser pouco transparente e incidir de forma cumulativa da cadeia produtiva”, destacou o documento.
A proposta também enfrenta a resistência da Ordem dos Advogados do Brasil e de outras entidades como as Confederações Nacional da Indústria e do Transporte. Na época do envio da proposta ao Congresso, elas divulgaram nota criticando a medida. Segundo as entidades, a proposta repete a fórmula anticompetitividade e impeditiva do crescimento. “A CPMF é um tributo de má qualidade por ser pouco transparente e incidir de forma cumulativa da cadeia produtiva”, destacou o documento.
Criada em 1997
para ser provisória, após sucessivas renovações a CPMF durou 11 anos. Entre
1997 e 2007, arrecadou R$ 223 bilhões. Só no último ano de vigência foram mais
de R$ 37 bilhões, segundo a Receita Federal. Inicialmente o objetivo era
financiar a saúde, mas cerca de R$ 33 bilhões foram usados em outros setores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi