O fim do
recesso do Poder Legislativo, no dia 2 de fevereiro, terá efeito
importante sobre o caso do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que está preso
desde o dia 25 de novembro de 2015. A partir desta data voltam a contar os
prazos do processo de cassação do mandato do parlamentar no Conselho de Ética
do Senado.
Segundo o
advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende Delcídio no Senado e na Justiça,
a defesa prévia deverá ser entregue o mais rapidamente possível, antes do fim
dos dez dias de prazo. “A intenção é apresentar a defesa o quanto antes, talvez
até antes do fim do recesso, mas isso ainda estamos vendo”, disse Basto à
Agência Brasil.
De acordo com
o advogado, também em fevereiro, logo que termine o recesso no Judiciário, a
defesa de Delcídio entrará com novo pedido de soltura. Na opinião de Basto, “é
um absurdo” que o senador ainda esteja preso em flagrante desde novembro. Para
ele, fica claro nas gravações que levaram à prisão de Delcídio que “os diálogos
não tiveram qualquer efeito prático e o embasamento da prisão apresentado pelo
Ministério Público configura mais um pedido de prisão preventiva que
flagrante”.
“No Senado, a
defesa vai ser a mesma que estamos apresentando em juízo, com a mesma estrutura
lógica. Vai mostrar o absurdo que é essa operação, que na minha opinião é
absolutamente nula. Primeiro porque parte de uma prova que foi industriada por
um agente que tinha interesse na prova, então aquela gravação é nula. Segundo,
porque toda aquela conversa não teve nenhum efeito processual e concreto. Então
foi uma conversa entre as pessoas que estavam ali, sem qualquer efeito
concreto”, afirmou.
Segundo Basto,
o corpo de advogados que cuida do caso está em clima de “forte otimismo” em
relação aos resultados que podem obter. “Eu considero que nós
vamos ter grandes possibilidades de revogar isso aí. Acho que as
coisas estão agora num caminho mais tranquilo, mais sereno e nós estamos
bastante confiantes que vamos conseguir revogar essa prisão e, no mérito, vamos
conseguir êxito”, disse. De acordo com o advogado, Delcídio está “abatido e
ansioso”, mas consciente de suas chances e atuando de forma “colaborativa”.
Segundo o
advogado, a peça do habeas corpus que será apresentada à Justiça está
pronta, mas não deverá ser apresentada durante o plantão do Supremo Tribunal
Federal (STF) porque um pedido de soltura anterior já foi negado. Com isso, o
novo pedido será entregue diretamente ao ministro Teori Zavaski, relator do
processo no STF, em 1º de fevereiro.
No processo do
Conselho de Ética, depois que a defesa de Delcídio for apresentada, o relator
do caso, senador Ataydes de Oliveira (PSDB-TO), terá cinco dias de prazo
para apresentar seu relatório prévio com parecer a favor ou contra a
continuidade do processo. Em seguida, o parecer será votado pelo conselho e,
caso seja aprovado, será iniciada a fase de oitivas, coleta de provas e
apresentação de nova defesa do senador.
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