O Fundo Monetário
Internacional (FMI) revisou hoje (19) para baixo as previsões de crescimento
global, antecipando que a economia deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no
próximo, dois décimos a menos do que o previsto em outubro.
Na atualização feita
ao World Economic Outlook e divulgada nesta terça-feira, o FMI
justifica a revisão para baixo do crescimento mundial tanto em 2016 quanto em
2017 principalmente com o desempenho econômico dos mercados emergentes e das
economias em desenvolvimento.
O fundo piorou também
as projeções para as economias desenvolvidas, que deverão crescer 2,1% tanto em
2016 quanto em 2017, ou seja, menos 0,1 ponto percentual do que o estimado em
outubro, uma previsão que se deve sobretudo aos Estados Unidos.
Os país
norte-americano deverá crescer 2,6% em 2016 e 2017 (uma revisão para baixo de
0,2 ponto percentual).O FMI destaca que a atividade econômica "se mantém
resiliente", apoiada pelas condições financeiras que ainda se acomodam e
pelo reforço dos mercados imobiliário e do trabalho. A valorização do dólar
pesa na atividade industrial e os baixos preços do petróleo penalizam o
investimento em estruturas de minas e equipamento.
A zona do euro deverá
crescer, em seu conjunto, 1,7% este ano e no próximo, o que se traduz numa
melhoria ligeira de 0,1 ponto percentual em 2016 e na manutenção da projeção
para o próximo ano.
A instituição liderada
por Christine Lagarde lembra que, no caso dos países da moeda única europeia,
"o consumo privado mais forte, apoiado pelos baixos preços do petróleo e
pelas condições financeiras facilitadas, compensa o enfraquecimento das
exportações líquidas".
Ainda dentro dos
países desenvolvidos, o Japão, cuja economia cresceu 0,6% em 2015, deverá
avançar 1% este ano (mantendo-se a previsão de outubro) e abrandar o ritmo de
crescimento em 2017, para os 0,3% (uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual
em relação a outubro).
O fundo mostra que o
desempenho econômico em 2016 será impulsionado pela frente do orçamento, pelos
baixos preços do petróleo, pelas condições financeiras em acomodação e pelo
aumento dos rendimentos.
O FMI alerta que,
"a menos que as transições-chave na economia mundial ocorram com sucesso,
o crescimento global pode derrapar". Relaciona uma série de riscos
negativos, principalmente "um abrandamento mais forte do que o esperado na
China", "efeitos adversos nos balanços e no financiamento das
empresas" devido à maior valorização do dólar e à restrição gradual das
condições de financiamento, "um aumento inesperado da aversão ao
risco" e "uma escalada das tensões geopolíticas em curso".
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