O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em sessão realizada na noite de hoje (22), o
registro do partido Rede Sustentabilidade, idealizado ex-senadora Marina Silva.
Todos os ministros acompanharam o voto do relator, ministro João Otávio
Noronha.
O partido teve
o registro negado pelo TSE, em outubro de 2013, por não ter reunido o número
mínimo de assinaturas exigido pela Justiça, de 484.169. Em maio deste ano, a
direção do Rede entregou mais 56 mil assinaturas, chegando a 498 mil signatários.
O ministro
Gilmar Mendes chegou a arrancar aplausos dos presentes durante a leitura de seu
voto. Ele se referiu a Marina como “uma candidata que teve, por duas vezes,
mais de 20 milhões de votos em eleições presidenciais”, mas o registro de seu
partido foi negado, enquanto “legendas de aluguel logram receber esse registro,
para constrangimento desse tribunal”.
Mendes
criticou a decisão de 2013 do TSE e, sem citar nomes, falou na dificuldade de
Marina se candidatar a presidente da República nas eleições de 2014, o que
acabou ocorrendo após a morte de Eduardo Campos, de quem era candidata a vice-presidente.
“O partido
sofrera um notório abuso e era preciso que nós reconhecêssemos e deferíssemos o
registro naquelas circunstâncias. Tanto fizeram para evitar que essa mulher
fosse candidata e ela acabou sendo candidata, em circunstâncias trágicas.
Marina perdeu as eleições, mas ganhou a nossa admiração. Portanto, perdeu
ganhando”, disse o ministro.
A votação serviu
para motivar uma discussão sobre o sistema de criação de partidos no país e
negociação de tempo de TV entre partidos durante campanhas eleitorais. O
presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, lembrou que, com a criação da Rede, o
Brasil conta com 34 partidos. Ele disse ainda que se o sistema não for
rediscutido “cada deputado vai querer ser um partido político”.
“Uma vez não
tendo sido alterado o nosso sistema eleitoral, o que vai ocorrer é que cada
deputado vai querer ser um partido político. Com a distribuição do tempo de TV
dessa forma, cada deputado vai querer ser um partido político e de 34
passaremos a 500”, disse Toffoli, referindo-se à “necessidade de reflexão”
sobre o tema.
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