Por Juliana Aquino
A oposição dos tempos
atuais não sabe fazer oposição, até por ausência de competência e por nojo à
democracia. Quer o poder e sabe-o inatingível por caminhos legais. Essa
oposição golpista contou sempre com o apoio da imprensa, a escrita, a falada e
a imaginada. O ruído provocado por ela atinge mais de 100 decibéis, que são
completados com os famosos bater-as-panelas, nas coberturas dos apartamentos de
abrigam o luxo das elites. Do que se sente falta? Da voz de autoridade que
brade: moleques, ponham-se no lugar que lhes cabe, não golpe porque nós não
queremos.
A História que se
repete: Vargas eleito, Carlos Lacerda pregou o golpe. Dilma Rousseff reeleita,
Aécio Cunha, FHC e seguidores pedem um terceiro turno, pregam um “golpe
democrático”, ridículo em si, mas que não dispensa aponta-lo enquanto tal. O
PSDB, sob a inspiração da ausência de escrúpulos de Jose Serra, não tem pejo em
vestir-se de União Democrática Nacional-UDN, a que, por ser golpista, tornou-se
a “vivandeira” dos quartéis. E por ai até que concordamos todos: não há mais
disponibilidade de tanques de guerra, nem mesmo de fantasias de vacas fardadas,
como as que se ostentaram em 1964.
Mas o que o PSDB/UDN
não apreendeu ainda: essa elite anacrônica não representa mais o capital
internacional, os banqueiros e os empresários, e nem a autoridade imperial dos
Estados Unidos. Ela é exatamente o anacronismo que a Constituição de 1988
permitiu sobreviver. Alienados, os golpistas enxergam uma Presidente
enfraquecida, a ser defenestrada por um simples sopro intestinal. Será assim?
Em diferentes momentos,
o STF mostrou-se parcial e disposto a golpear a fundo o PT e os que o
representam. Houve a sinfonia macabra, regida por um condutor catatônico. Ele
não está mais e os seus sucessores, figuras infelizmente desconfiáveis, não
possuem o mesmo grau de atrevimento. O ministro Mello não mostra insolência e
reconhece a legitimidade do mandato outorgado pelo povo a Dilma Rousseff. Por
certo, há um Gilmar Mendes, a cada dia mais andorinha só, a que não faz verão.
E a ameaça de
reprovação de contas de campanha? Lembre-se o 10 de dezembro de 2014: A
prestação de contas da campanha da candidata reeleita pelo PT à Presidência,
Dilma Rousseff, foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após
julgamento que se estendeu por quase quatro horas na noite desta quarta-feira
(10), por unanimidade, os ministros da Corte consideraram não ter havido falhas
suficientes na documentação apresentada para reprovar as contas.
Bem, e o julgamento das
“pedaladas” pelo TCU? Haja paciência. O TCU é uma repartição pública, prestigiada
apenas pela imprensa. Hoje tem a presidência de Aroldo Cedraz, político
pequeno, menino de recados de Antônio Carlos Magalhães. Não há mais o que
comentar sobre isso, depois da fala de um senador da República, membro do PSDB.
Tasso Jereissati, sobre tal figura, depois de ter ela cometido a ousadia de não
atender a uma convocação da Casa:
“Aroldo Cedraz não está
apto a ser presidente do TCU”. Ainda de acordo com o parlamentar, o ofício é
uma afronta ao Congresso Nacional porque não gostaria de comparecer à casa
antes da votação do Tribunal. “O presidente comete um grave erro. Ele não tem
que gostar ou não gostar, o TCU é uma casa auxiliar do Congresso”, ressaltou.
Jereissati afirmou ainda que o ofício foi ignorante. Pode-se imaginar, depois
disso, que o Senado volte a considerar algo que tenha origem desse “órgão
auxiliar.”? Só mesmo as analistas políticas, selecionadas pelo O Estado de São
Paulo, ainda darão ouvidos ao auxiliar infante.
Sejamos pacientes,
ouvindo os golpistas e seus porta-vozes da imprensa. Não compete à Justiça
decidir sobre impedimento de um presidente, mas ao Congresso. Os jornalistas
facciosamente apressados não contam a estória que precisa ser contada, para que
o povo a entenda: é necessário que 2/3 dos deputados acusem em votação nominal
a presidência, para que essa denúncia possa ser levada ao Senado, onde será
necessária a maioria absoluta de 2/3 dos membros do Senado para que seja
cassado o mandato presidencial. Esses são números inatingíveis. E sejamos muito
claros no que todos sabem: derrotados fatalmente, os eleitores do impedimento
poderão solicitar “auxílio desemprego”.
Já desprovidos de
munição de poder de fogo maior, os golpistas passaram a usar um marionete,
querendo fazê-lo tenor em teatro de ópera. Está moribundo e irá à falência,
incapaz de um mínimo de dignidade. Senadores, membros do PSDB, dizem de voz bem
dita que o impedimento de Dilma Rousseff não tem fundamento algum em nenhum
lugar. Eduardo Cunha morre agora, sem choros e nem velas. Suicidou-se como
decisão pessoal. O PMDB prescinde dele.
Sabidamente, não há
qualquer possibilidade de destituição da PresidentA com o uso de instrumentos
legais. Seria necessário um ato de violência. Quem poderia praticá-lo? E a que
preço? O Senado Romano apunhalou Júlio Cesar. E que aconteceu com os senadores
romanos?
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