sábado, 30 de maio de 2015

Lista dos deputados que aprovaram a doação empresarial de campanha



Novo texto, bancado por Cunha, coloca na Constituição o direito das empresas de financiarem campanhas políticas.


Dag Vulpi,

A banalização da hipocrisia no nosso meio vem a cada dia forçando a sua quase aceitação por uma sociedade que vive impregnada daqueles que, ou a usam de forma satírica, ou sarcástica, mas ainda assim, ela não perde a essência objetivada. Tornando-a, portanto, tolerada, porém, jamais aceita.

A capacidade de esconder os sentimentos mais sinceros pode vir seguida das mais variadas formas, porém, essa característica da falta de honestidade nas ações é menos indigesta do que a hipocrisia do discurso. Esse hábito baseado na demonstração de uma virtude ou sentimento que inexiste.

Pode ser que alguns dos amigos questionem o que o Dagmar esta tentando passar com essa mensagem “nada a ver” com a postagem que ele está propondo. Mas me adianto para responder, caso esse “alguém” exista. Eu estou me referindo exatamente à essa capacidade que alguns, ainda que inconscientemente, possuem para fazerem um discurso que não corresponde com as suas atitudes, quando, são deveras duros ao criticarem determinados políticos de determinadas legendas, mas que, valem-se de uma postura inversa e desproporcional quando atitudes assemelhadas são tomadas por outros políticos de siglas distintas à aquelas dos primeiros.

Muito bem, leiam a postagem abaixo e confiram a relação dos políticos que votaram à favor na manutenção desse verdadeiro câncer da nossa política que é o financiamento privado de campanha eleitoral.

Observem que são exatamente aqueles políticos que criticam os efeitos do tal “financiamento” de campanha, ou seja, o combustível que toca a engrenagem da maioria das corrupções, que apoiam a sua continuidade. Aproveitando que falei de combustível, que tal recordarmos o último e talvez o maior e melhor exemplo do que digo. Refiro-me ao “Petrolão”, esquema onde grandes empresários que financiaram as campanhas milionárias de políticos desonestos, se juntaram para rapinar o erário público. Uns, os empresários, para recuperarem com altos índices de lucro, cada centavo que “investiram” nas campanhas, outros, os políticos, bem, esses roubam porque são desonestos mesmo.


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Leia também: 71 deputados mudaram o voto para aprovar financiamento empresarial

Um dia depois de impor uma dura derrota ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e rejeitar o financiamento empresarial de campanha, o plenário da Casa aprovou na noite desta quarta-feira 27 uma emenda que autoriza as doações de empresas aos partidos políticos e não aos candidatos. A votação ocorreu graças a uma manobra de Cunha, que foi apoiada por diversos partidos, incluindo o PMDB e o PSDB. Apenas quatro legendas (PT, PDT, PCdoB e PPS) recomendaram voto contra o texto, que acabou aprovado com 330 votos a favor e 141 contrários.

Parlamentar

UF
Voto

DEM

Alberto Fraga
DF
Sim

Alexandre Leite
SP
Sim

Carlos Melles
MG
Sim

Claudio Cajado
BA
Sim

Efraim Filho
PB
Sim

Eli Côrrea Filho
SP
Sim

Elmar Nascimento
BA
Sim

Felipe Maia
RN
Sim

Hélio Leite
PA
Sim

Jorge Tadeu Mudalen
SP
Sim

José Carlos Aleluia
BA
Sim

Mandetta
MS
Sim

Marcelo Aguiar
SP
Sim

Mendonça Filho
PE
Sim

Misael Varella
MG
Sim

Moroni Torgan
CE
Sim

Pauderney Avelino
AM
Sim

Paulo Azi
BA
Sim

Professora Dorinha Seabra Rezende
TO
Sim

Rodrigo Maia
RJ
Sim

Total DEM: 20   





19 comentários:

  1. Mesmo proibido, ainda existe o caixa 2 em onde nem a empresa nem o partido declarariam, só gastariam. Mas, sendo proibido, fica mais possível fiscalizar

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  2. Não posso concordar com as conclusões levadas a efeito pelo nosso Dagmar Vulpi.

    Primeiro, no que tange às doações em si e as manobras:

    A julgar pela matéria trazida - no caso pela insuspeita Carta Capital - foram rejeitadas na Câmara o voto distrital (isso sim, a grande perda que fez naufragar qualquer eventual boa vontade de alguém se é que existiu), o financiamento privado para candidatos; e foi aprovado o financiamento privado para partidos.

    Então, não se trata de hipocrisia, ao meu ver, por uma razão muito simples: financiamento a candidato não é a mesma coisa que financiamento a partidos.

    Pode-se discutir o mérito da medida discutindo os financiamentos em si: mas eles não seriam dados se a matéria fosse rejeitada?

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  3. Em segundo lugar, Dagmar Vulpi, a tal "vitória" do presidente da Câmara: se se trata de Emenda Constitucional uma vitória na Câmara não diz muita coisa. Além da matéria ter que ser votada de novo lá precisando do mesmo "quorum" também é necessário que seja conhecida no Senado nas mesmas condições e com os mesmos votos qualificados.

    Ou seja, estão fazendo uma propaganda de graça ao Cunha sem que ele mereça, estão botando o nome dele na mídia sem que ele tenha feito nada de tão especial assim para merecer tais críticas ou mesmo aplausos.

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  4. Um país se ergue sobre valores ou sobre a falta deles.

    O pensamento hipócrita disseminado pela "pequena grande imprensa" frutifica no congresso sob a batuta de eduardo cunha.

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  5. A culpa disso tudo é unica e exclusiva do PT, que fugiu de seus princípios em favor de uma ideologia, sei que não concorda com essa afirmação, mas 12 anos no poder???? O que já não poderia ter sido feito por uma moralização na politica, mas o que aconteceu!!!!!!!!.

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    1. Boa pergunta: por que não foi feita uma moralização na política?

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  6. Agradeço os comentários dos amigos. Conforme esperado, em grande parte, apesar de terem sido de poucos, eles vão ao encontro do que afirmei na minha apresentação da postagem. Parece que não houve boa vontade por parte de alguns, para fazerem suas considerações especificamente sobre a proposta apresentada. pois bem, talvez eu não tenha sido muito feliz na apresentação, logo farei um "desenho", talvez assim eu seja mais feliz no meu propósito. Vamos lá:

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    1. "Mesmo proibido, ainda existe o caixa 2" (Luiz Fernando Pegorer). Exatamente isso meu caro, e não será uma simples mudança na Lei eleitoral que irá erradicar essa praga, porém, conforme você mesmo lembrou, em sendo PROIBIDO, ficará mais fácil punir aqueles que insistirem em continuar infringindo as Leis. Abração e um ótimo domingo.

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    2. "O Petrolão foi um caso de caixa dois explícito..." Aí depende do ponto de vista meu caro, refiro-me especificamente ao "caixa dois". Nesse ponto eu discordo, para mim o caso do petrolão é o melhor exemplo de como o financiamento de campanha eleitoral por parte dos empresários é danoso à nossa política. A corrupção da Petrobras é a síntese de que ocorre quando empresários "compram" através de financiamentos, os mandatos dos seus financiados.

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    3. Dagmar, eu já acho que o Petrolão é um exemplo que o PT vai continuar cooptando empresários em suas 'parcerias'. Tinha tanta grana roubada no esquema que eles TAMBÉM se utilizavam da doação legal. Não vai parar de fluir com a proibição e fnanciamento público exclusivo. Vão continuar roubando, com mais cuidados...

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    4. "Primeiro, no que tange às doações em si e as manobras". Nitidamente meu objetivo passou ao longe, quando dessa consideração do amigo João Cirilo.Minha proposta, ainda que aparentemente de forma equivocada, é para o debate sobre o que teria levado políticos de determinadas legendas, que a todo instante protagonizam discursos moralistas contra seus oposicionistas, acusando-os de corrupção, que na verdade, além de ser corrupção, também é um acerto de contas.

      Esse acerto de contas ocorre quando o político que teve seu mandato “vendido’, juntamente com os empresários que o “compraram”, resolvem fazer o "acerto de contas". É nessa hora que o combinado na época da assinatura do cheque do “financiamento” é pago com elevado ágio.

      É nesse ponto que a hipocrisia aflora, ou seja, porque, em tendo a oportunidade de criminalizar de vez essa maldita prática, a dos financiamentos por parte de empresários, os políticos moralistas da oposição votaram a favor da permanência do subterfúgio que legaliza esse crime?. E mais, porque cidadãos comuns que também criticam, com toda razão, essa institucionalização da legalização do roubo na politica nacional, fazem, talvez inconscientemente, por estar contaminado com o vírus do revanchismo ideológico, um discurso que também apoia a essa situação.

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  7. Não adianta o modelo se as raposas, continuarem as mesmas, só vai mudar a forma de roubar e comprar políticos. Um exemplo foi o aumento do fundo partidário de forma escandalosa, mas como beneficiava uma maioria, poucos se manifestaram.

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  8. Vamos entender, a PEC aprovada diz que doações empresariais só poderão ser feitas a PJ, no caso partidos políticos, mas candidatos só receberão doações de PF. Portanto, a pergunta do que adiantará uma empreiteira de maneira tão "despretensiosa" e baseada somente em sua "ideologia política" doar milhões a uma legenda, se esta não poderá repassar os recursos aos candidatos ?

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  9. De qualquer forma todos pagamos a conta,é do couro que sai a correia,ou seja,empresario não faz doação,mas sim investimento.

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  10. A grande maioria das doações de campanha são imorais. Os empresários não dão nada a ninguém sem querer algo pessoal em troca. Tem vários empresários que fazem doações para várias siglas diferentes.

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  11. A bancada tucana não se manifesta aberta e livremente sobre mais nada no que é contra os políticos tucanos a banalização ou o não questionamento tucano e como uma lavagem cerebral afinal de contas para que questionar se o jornal nacional vai desmentir tudo o quanto o que já foi falado?????

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    1. O PSDB e o DEM votaram em massa. O PSDB com todos menos um, e no DEM, todos votaram sim. Como podem estes partidos tecerem acusações ao PT relativas a doações de empresas, sendo eles imorais?

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    2. Politica e assim falam uma coisa na hora de votar a favor deles

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Dag Vulpi

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