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Como dizia o coronel Limoeiro do alto dos seus 70 anos caminhando pelo agreste nordestino: "Com a Lei não tem lero-lero, das duas uma, ou você a cumpre ou a ignora", outra muito usada pelo coronel era: "Leis são como cerca de arame farpado, se elas estiverem muito frouxas, passa-se por cima, já, se ela estiver muito esticada a melhor forma de ser burlada é passando por debaixo". E parece que o matuto fez escolas pelas bandas das Minas Gerais.
Investigadores
da Operação Lava Jato encontraram indícios de que políticos ligados ao PSDB cometeram
os mesmos erros que tentam imputar como sendo exclusividades de políticos do PT.
O que resta
como dúvida é saber o tamanho da disposição que o PSDB e a mídia monocular
terão para continuar na tentativa de obstruir o caminhada em direção a uma real
democracia brasileira.
A Folha de S.Paulo
publicou de forma discreta neste ultimo dia (9), uma nota indicando que a
Operação Lava Jato está a cada dia mais próxima do candidato derrotado Aécio
Neves (PSDB), e que, a comprovação do seu envolvimento com o mar de lama da
corrupção entre empreiteiras, Petrobras e políticos das mais variadas matizes
ideológicas, será uma questão de tempo.
Agentes da
Polícia Federal responsáveis pelas investigações apreenderam no escritório da
empresa UTC Participações, em São Paulo, anotações que mostram o interesse de
algumas empreiteiras no andamento da CPI da Petrobras no Congresso. Pelos
papeis encontrados, diz a nota da Folha que Aécio foi procurado pela Construtora
Norberto Odebrecht para não se aprofundar nos trabalhos da CPI e que os
senadores também tucanos Álvaro Dias (PR) e Mario Couto (PA) teriam sido
escolhidos por Aécio para "fazer circo".
Junte a esse
fato o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa em sua delação premiada acusando o então presidente nacional do PSDB,
senador Sérgio Guerra – morto em março deste ano –, de assediá-lo e extorquir
R$ 10 milhões para que a CPI da Petrobras aberta em julho de 2009 no Senado
fosse encerrada antes que o ex-funcionário da estatal fosse implicado. Segundo
Costa, o tucano disse a ele que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010.
Aos que tomaram seu depoimento prestado sob delação premiada, agora na Operação
Lava Jato, Costa afirmou que os R$ 10 milhões foram pagos em 2010 a Guerra, e
só depois que aquela CPI da Petrobras foi encerrada sem punições, em dezembro
de 2009. Aécio Neves na época era governador de Minas, com ambição de concorrer
à Presidência da República. Desistiu e saiu candidato ao Senado.
Atualmente, os
tucanos voltam sua artilharia para pressionar pela reprovação de contas de
campanha da presidenta Dilma Rousseff, hipótese reforçada pela relatoria da
análise nas mãos do ministro Gilmar Mendes. Mas outra notinha, desta vez no
jornal O Estado de S. Paulo, pode ser o início da operação abafa sobre as
contas de campanha do tucano. Segundo a matéria, há indícios de uso de caixa
dois e de empresas de fachada na campanha de Aécio Neves. Um caso é o da
empresa Marcelo Martins ME.
Segundo as
contas apresentadas à Justiça Eleitoral, a firma recebeu R$ 1,4 milhão entre os
dias 31 de julho e 19 de setembro de 2014, por publicidade em placas,
estandartes e faixas. A microempresa foi constituída em julho deste ano, mesmo
mês em que iniciou a emissão de faturas para a campanha de Aécio, a qual foi
sua cliente exclusiva, segundo os dados da Justiça Eleitoral. Mas o que mais
chamou atenção foi que, no endereço da empresa, em Sorocaba (SP), funciona a
sede de outra empresa, a Logmax Logística e Transporte, que aparentemente nada
tem a ver com a empresa de impressão e da qual Marcelo Martins, dono da empresa
de impressão, não é sócio, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo. Até o
momento, porém, além da notinha, nenhum veículo da imprensa tradicional foi até
Sorocaba conferir a realidade.
Claro que pode
ser que a Marcelo Martins Impressão ME não tenha cometido ilícitos, mas pelos
indícios é preciso conferir. Se a empresa fosse fornecedora da campanha
petista, será que seria ignorada como está sendo? Ou haveria equipes de
repórteres virando Sorocaba ao avesso, vasculhando a vida dos donos das duas
empresas e suas conexões? O PSDB aposta suas fichas no tapetão do Judiciário
para ainda tentar reverter a derrota sofrida nas eleições presidenciais. Depois
de fazer alarde com boatos na internet sobre boletins de urnas falsificados e
pedir auditoria da totalização dos votos ao Tribunal Superior Federal (TSE),
teve os dados colocados à disposição para fazer a auditoria que bem entendesse,
mas o partido não tocou mais no assunto. Agora que há indícios de que pode ter
cometido os erros de que acusa o PT, veremos a quanto irá sua disposição para
frear a marcha natural da democracia brasileira.
Com
informações da Folha se S.Paulo e redebrasilatual.com.br
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