Do UOL, em São
Paulo
O MPF
(Ministério Público Federal) no Paraná
denunciou nesta quinta-feira (11) 36 suspeitos de participação no esquema de
corrupção na Petrobras. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. As penas podem chegar a 51 anos de
prisão.
Dos 36
denunciados, 22 pertencem às empreiteiras OAS, Camargo Corrêa, UTC Engenharia,
Engevix, Mendes Júnior e Galvão Engenharia. Além deles, foram denunciados Paulo
Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto
Youssef. Completam a lista outros suspeitos de participarem das operações de
lavagem de dinheiro, inclusive Enivaldo Quadrado, que já foi condenado
por lavagem de dinheiro no mensalão.
No início da
tarde de hoje, o MPF informou que 35 suspeitos foram denunciado. No final da
tarde, no entanto, a Procuradoria acrescentou Dalton Santos Avancini,
presidente da Camargo Corrêa, à lista.
Segundo o
procurador Deltan Dallagnol, os desvios feitos pelos suspeitos em contratos
fraudulentos só da diretoria de abastecimento, objeto da denúncia de hoje,
somam, até agora, cerca de R$ 300 milhões. O MPF, no entanto, pede que sejam ressarcidos
R$ 1 bilhão, que é a estimativa mínima do valor total que teria sido desviado
nos contratos em todas as áreas da Petrobras.
Para o
procurador, além de criminosos de "colarinho branco", é necessário
punir empresa envolvidas em corrupção, "Empresas corruptoras precisam ser
punidas de modo firme para que elas não cogitem corromper novamente",
afirmou o procurador.
Ainda de
acordo com Dallagnol, foram praticados 154 atos de corrupção e 105 atos de
lavagem de dinheiro pelos 36 denunciados. O procurador afirmou que essa é a
primeira denúncia da Lava Jato, relacionada aos crimes que teriam sido
praticados na diretoria de abastecimento. Outras denúncias, relacionadas a
desvios em outras diretorias, devem ocorrer futuramente.
Clube de
empreiteiras e lavagem "moderna"
Empreiteiras
organizaram-se em cartel, em um "clube", que controlava as obras da
diretoria de abastecimentos. Segundo o MPF, as empresas sabiam quem iria vencer
cada licitação. Entre as práticas ilegais do cartel estavam a realização de
contratos desnecessários ou injustificados; a inclusão de aditivos contratuais
com preços excessivos; aceleração do processo de licitação e a revelação dos
processos sigilosos. A propina paga aos agentes corrompidos dentro da Petrobras
variava entre 1% e 5% de cada contrato fraudulento.
De acordo com
os denunciantes, o dinheiro da propina saía das empreiteiras para os doleiros,
por meio de saques, entregas em espécie, pagamentos no exterior, contratos
fictícios com empresas de fachada ou até por meio do pagamento de bens, como
veículos. Após a lavagem, os valores eram entregues para os beneficiários
finais.
Dallagnol
afirmou que os processos de lavagem de dinheiro atingiram outro patamar, o que
ele qualificou de "modernidade da lavagem". "A lavagem não era
feita por corruptores e corrompidos. Envolvia profissionalização,
internacionalidade e complexidade."
Veja a lista
dos denunciados:
Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
Alberto Youssef, doleiro
José Humberto Cruvinel Resende
Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A
Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa S.A
Eduardo Hermelino Leite, alcunha 'Leitoso', diretor vice-presidente da Camargo Correa S.A.,
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida
Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente Executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A
Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado de Alberto Yousseff
Enivaldo Quadrado, doleiro
Rogério Cunha de Oliveira, diretor da Área de Óleo e Gás (ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
Alberto Elísio Vilaça Gomes
Antonio Carlos Fioravante Brasil Pierucinni
Mário Lúcio de Oliveira
Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações S.A.
João de Teive e Argollo
Sandra Raphael Guimarães
Marcio Andrade Bonilho
Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", agente da Polícia Federal
Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e deputado federal Mário Negromonte (PP-BA)
José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, OAS
José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, OAS
João Alberto Lazarri
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.
Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix Engenharia S/A
Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia S.A.
Jean Alberto Luscher Castro
Dario de Queiroz Galvão Filho
Eduardo de Queiroz Galvão
Waldomiro de Oliveira
Alberto Youssef, doleiro
José Humberto Cruvinel Resende
Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS S.A
Carlos Eduardo Strauch Alberto, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa S.A
Eduardo Hermelino Leite, alcunha 'Leitoso', diretor vice-presidente da Camargo Correa S.A.,
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida
Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente Executivo da Mendes Júnior Trading Engenharia S/A
Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado de Alberto Yousseff
Enivaldo Quadrado, doleiro
Rogério Cunha de Oliveira, diretor da Área de Óleo e Gás (ANOG) da Mendes Júnior Trading e Engenharia
Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A
Alberto Elísio Vilaça Gomes
Antonio Carlos Fioravante Brasil Pierucinni
Mário Lúcio de Oliveira
Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações S.A.
João de Teive e Argollo
Sandra Raphael Guimarães
Marcio Andrade Bonilho
Jayme Alves de Oliveira Filho, o "Careca", agente da Polícia Federal
Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades e deputado federal Mário Negromonte (PP-BA)
José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS
Mateus Coutinho de Sá Oliveira, OAS
José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS
Fernando Augusto Stremel Andrade, OAS
João Alberto Lazarri
Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia S.A.
Newton Prado Junior, diretor técnico da Engevix Engenharia S/A
Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix Engenharia S/A
Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia S.A.
Jean Alberto Luscher Castro
Dario de Queiroz Galvão Filho
Eduardo de Queiroz Galvão
Waldomiro de Oliveira
Números da denúncia
35
denunciados - destes,
22 trabalham em empreiteiras
51
anos é o
tempo que podem chegar as penas dos denunciados
300
milhões de reais é
o valor desviado que o MPF diz ter identificado
1
bilhão de reais é
o valor que o MPF estima ter sido desviado da diretoria de abastecimento
154
atos de corrupção teriam
sido cometidos pelos denunciados
Outro
lado
Executivos das
empresas Engevix negaram, em depoimento na Superintendência da Polícia Federal
(PF) em Curitiba no mês passado, a participação em um suposto cartel que
superfaturava contratos da Petrobras para pagamento de propina a parlamentares
e partidos políticos.
Apesar de
negarem a existência do cartel, os executivos da Engevix disseram ter tido
contato com Youssef, que se apresentou como "senhor Primo".Já o os
executivos da OAS permaneceram calados durante o depoimento.
O
vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, disse em depoimento à PF
no mês passado que foi obrigado a pagar propina de R$ 8 milhões a Youssef.
Segundo ele,
Youssef exigiu o pagamento da quantia para que a Mendes Júnior recebesse os
valores a que tinha direito em contratos de serviços licitamente prestados e para
continuar participando das licitações da Petrobras. De acordo com a defesa,
foram feitos quatro pagamentos seguidos, de julho a setembro de 2011.
No depoimento
que prestou à Polícia Federal na Operação Lava Jato, Ricardo Pessoa, presidente
da UTC negou irregularidades e o pagamento de propinas a agentes públicos.
Já a Camargo
Corrêa afirma que todos os seus pagamentos correspondem a serviços prestados e
que nunca
fez "pagamento ilegal".
Entenda
o caso
A Operação
Lava Jato investiga um esquema bilionário de lavagem e desvio de dinheiro da
Petrobras que envolvia diretores da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef.
A operação,
que levou à prisão Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,
recebeu o nome Lava Jato porque em uma operação dinheiro do grupo foi lavado em
uma rede de lavanderias e postos de combustíveis. Curiosamente, o posto que deu
origem às investigações fica no Distrito Federal e não tem um lava-jato entre
suas instalações. Segundo a "Folha de S.Paulo", o posto pertence a
Carlos Habib Chater, que operava uma casa de câmbio no DF.
Para tentar
reduzir uma futura pena, Youssef e Costa realizaram delações premiadas --acordo
entre o Ministério Público e o réu que colabora com informações à Justiça para
auxiliar nas investigações.
Segundo as
revistas "Veja" e "IstoÉ", Costa revelou o nome de vários
parlamentares aliados ao governo e governadores que teriam recebido propina
para ajudar no fechamento de contratos da Petrobras.
A relação dos
citados pelo ex-diretor da Petrobras incluem o presidente da Câmara, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB); e o ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB), morto em agosto, entre outros.
1 Bilhão de corrupção...já bate mais um recorde.E suponho que não tenha sido só 1 bilhão. E os demais ministérios da "dra" Dilma? Tem heróis do mesmo naipe da Petrobrás, por certo.
ResponderExcluir35 denunciados - destes, 22 trabalham em empreiteiras
ResponderExcluir51 anos é o tempo que podem chegar as penas dos denunciados
300 milhões de reais é o valor desviado que o MPF diz ter identificado
1 bilhão de reais é o valor que o MPF estima ter sido desviado da diretoria de abastecimento
154 atos de corrupção teriam sido cometidos pelos denunciados
Outro lado
Executivos das empresas Engevix negaram, em depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba no mês passado, a participação em um suposto cartel que superfaturava contratos da Petrobras para pagamento de propina a parlamentares
e partidos políticos.
Limpeza desta magnitude somente em um governo Petista.
ResponderExcluirE com ressarcimento do erário. São novos tempos, para o País
TODOS ANTI PETISTAS, todos odeiam o governo do PT, todos das classes mais altas deste país.
ResponderExcluirCalma meu caro Milton Capeletti, porque a hora dos demais partidos envolvidos em falcatruas está chegando. todas as sujeiras que estão engavetadas mais cedo ou tarde serão desarquivadas, e aí vai ser um salve-se quem puder.
ResponderExcluirO Paulinho, como chamava carinhosamente Lula o bandidão, operador do Petrolão mais pronunciado....é ANTIPETISTA? E o petista histórico, André Vargas, amigão do DOLEIRO DO PETROLÃO, cassado esta semana...É ANTI-PETISTA?
ResponderExcluirO que mais me deixa feliz, em todo este episódio, Dagmar, e ter visto a oposição bater, agredir, sabotar o Governo, que apanhou quieto este tempo todo, e agora, quando a Presidente resolve não deixar pedra sobre pedra, a oposição terá suas falcatruas históricas reviradas e apuradas.
ResponderExcluirAconteceu com a oposição o velho ditado: ratinho tanto vai ao moinho que um dia perde o focinho.
Taí. Tanto provocou que agora vai levar