Blog Dag Vulpi - Tucanos procuram
desqualificar atuação de Aloizio Mercadante no Ministério da Educação; texto
assinado pelo ITV – Instituto Teotônio Vilela, em destaque no site do PSDB, diz
que único motivo para ele virar "todo poderoso" na Casa Civil
"sem ter mostrado ao que veio na pasta da Educação" é a reeleição de
Dilma; ironia atinge a presidente; "Currículo é o que não falta para o
novo ocupante do cargo que já abrigou gente como José Dirceu, Erenice Guerra e
a própria Dilma", afirma a nota, após diversas críticas à atuação dele
como ministrorcadante; "Um celeiro de talentos como estes merece ter
Aloizio Mercadante"
O PSDB não
poupou ironia e sarcasmo para atacar, em nota publicada no site do partido
nesta terça-feira 21, a indicação do ministro Aloizio Mercadante para a chefia
da Casa Civil. Mirando diretamente na figura do atual ministro da Educação, o
texto tucano, com ares de posição oficial do partido, feito pelo Instituto
Teotônio Vilela – o órgão de estudos políticos e econômicos do partido - está
em destaque na página eletrônica da agremiação, bate na linha da cintura – ou,
para muitos, abaixo:
- Currículo é o que não falta para o novo ocupante do cargo que já abrigou
gente como José Dirceu, Erenice Guerra e a própria Dilma. Um celeiro de
talentos como estes merece ter Aloizio Mercadante, atacou o PSDB, depois de
enumerar problemas no setor educacional atribuídos à gestão de Mercadante no
Ministério da Educação.
Abaixo, a
íntegra do texto publicado no site do PSDB:
"Professor
Mercadante", análise do ITV 21 de janeiro de 2014
A presidente
Dilma Rousseff deu início ontem à única reforma que é capaz de fazer: a dança
de cadeiras ministeriais para turbinar suas chances de reeleição. O pontapé
inaugural ressalta a falta de critérios de mérito para o preenchimento das
vagas. Aloizio Mercadante foi escalado para ser todo-poderoso ministro-chefe da
Casa Civil sem que tivesse mostrado a que veio na pasta da Educação. É o padrão
vigente na Esplanada.
Segundo
publicam os jornais hoje, Mercadante será uma espécie de
"superministro", respondendo na Casa Civil por uma miríade de
atribuições que há tempos não se via por lá. Vai monitorar as ações do
Executivo, o andamento dos programas de governo e também cuidar da articulação
política com a base aliada no Congresso. Por pouco, não assumiria também a
cadeira da presidente, como ele sonha...
Como eleição é
item central na reforma que Dilma dedica-se a fazer, Mercadante também deve
fazer as pontes do governo com a campanha petista, tanto a presidencial quanto
as estaduais. Para não deixar dúvidas sobre os reais objetivos da primeira
mexida – e de todas as demais que virão – no ministério realizada pela
presidente neste ano, tudo está sendo feito sob a tutela do ex-presidente Lula,
novamente onipresente em Brasília.
A questão que
salta é: que realizações Mercadante exibiu no Ministério da Educação para
credenciá-lo a gerente-mor do último ano do governo petista? Aqui, de novo
repete-se o padrão reinante na gestão da presidente Dilma: quase nenhuma. A
ausência de feitos, porém, não significa empecilho algum para ser um notável no
governo atual.
Para começar,
o ainda ministro da Educação dedicou-se muito pouco à aprovação do Plano
Nacional de Educação (PNE), votado no fim do ano passado no Congresso depois de
três anos de tramitação. No pouco que atuou, o fez para desidratar algumas
metas e para alongar prazos para o cumprimento do plano, como é o caso do
objetivo que destina percentual maior do PIB para a educação.
Mercadante
também foi o responsável por anunciar que a taxa de analfabetismo voltou a
subir no país, conforme revelado pela PNAD no ano passado. Ainda na gestão
dele, o Brasil continuou a figurar entre os piores colocados no Pisa, ranking
de educação elaborado pela OCDE: estamos em 58° lugar numa lista formada por 65
países, atrás de nações como Cazaquistão, Vietnã, Malásia e Costa Rica.
Sob
Mercadante, o Brasil também continuou a exibir a menor média de anos de estudo
em todo o continente sul-americano (7,2 anos) e a ter quase metade da população
sem concluir o ensino fundamental. Num governo mais sério, não deveriam ser
credenciais suficientes para alguém tornar-se um "superministro", mas
já que estamos tratando do padrão Dilma...
O futuro
ministro da Casa Civil considera que sua atuação na criação de creches foi
digna de nota. Longe disso. A despeito de sequer chegar a um entendimento sobre
quantas unidades prometeram ao país, Dilma e seu ministro da Educação só haviam
entregado, até outubro do ano passado, perto de 1,2 mil creches de um total de
8.685 prometidas, como mostrou O Globo à época.
Mas o novo
todo-poderoso ministro de Dilma tem atributos ímpares para exibir e que podem
ser valiosos numa campanha eleitoral como a que se aproxima. Nunca se deve
esquecer que foram assessores de Aloizio Mercadante que se envolveram na
aloprada tentativa de incriminar tucanos com dossiês forjados em 2006, que
terminou fracassada com a apreensão, pela Polícia Federal, de R$ 1,7 milhão em
dinheiro vivo. Trata-se de expertise preciosa dentro do modo petista de fazer
política.
O ministro
também foi um dos artífices da malsinada proposta de convocação de uma
assembleia constituinte exclusiva para fazer a reforma política, apresentada
pela presidente como "resposta" aos protestos de junho do ano
passado. Pelo que se percebe, currículo é o que não falta para o novo ocupante
do cargo que já abrigou gente como José Dirceu, Erenice Guerra e a própria
Dilma. Um celeiro de talentos como estes merece ter Aloizio Mercadante.
Do Brasil 247
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