A
presidente Dilma Rousseff nomeou ontem o advogado Admar Gonzaga como
ministro-substituto do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Com
a escolha, a petista instala na corte que conduzirá o processo eleitoral de
2014, durante o qual tentará novo mandato, os dois principais integrantes de
seu núcleo jurídico na vitoriosa campanha de 2010.
Dilma
usou critério técnico para escolha de substitutos no TSE, afirma Planalto
Além
de Gonzaga, responsável pela defesa da petista em longas sessões no tribunal
durante a disputa presidencial, Dilma contava com a assessoria da advogada
Luciana Lóssio, também indicada pela presidente à corte, onde foi efetivada em
fevereiro.
O
nome de Gonzaga constava em lista tríplice preparada pelo STF (Supremo Tribunal
Federal) para a cadeira de Henrique Neves, promovido a ministro titular.
Ele concorria com os advogados Joelson Costa Dias e Alberto Pavie Ribeiro.
Gonzaga
deverá atuar num nicho nevrálgico da campanha: o julgamento de pedidos de
direitos de resposta para candidatos no rádio e TV.
Em
períodos eleitorais, o tribunal designa três juízes auxiliares para apreciar
reclamações ou representações do gênero. Nesses processos, as decisões podem
ser monocráticas (proferidas por um ministro apenas), sendo possível recurso ao
colegiado para discussão do mérito.
CURRÍCULO
Embora
tenha se tornado nacionalmente conhecido por atuar na criação do PSD, de
Gilberto Kassab, Gonzaga foi um dos especialistas em direito eleitoral
escalados pela equipe de Dilma para identificar na publicidade de rádio e TV
dela e de adversários possíveis brechas para contestações e pedidos de
reparação judicial em 2010.
Ele
disse à Folha não ter sido submetido a entrevistas com Dilma e auxiliares para
o cargo no TSE e atribui a escolha ao seu desempenho em causas eleitorais:
"Atuo no direito eleitoral desde 1996 e creio que isso tenha sido
considerado pela presidente".
Gonzaga
afirma que não se declarará impedido de julgar casos que envolvam a virtual
candidatura de Dilma 2014. "Não vejo razão [para suspeição]. Já advoguei
para PSDB, PMDB e PDT. Quando julgar, não vou olhar as partes, mas a tese em
debate."
Ex-advogado
do PT em três campanhas presidenciais (1998, 2002 e 2006), José Dias Toffoli
presidirá o TSE durante a eleição do ano que vem.
O
tribunal é composto por sete titulares e sete substitutos. A maioria das vagas
é preenchida por rodízio entre os membros do STF e do STJ (Superior Tribunal de
Justiça). Duas são reservadas à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), caminho
seguido por Gonzaga e Lóssio.
A
Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou que os critérios da
escolha são técnicos.
Procurada
ontem pela reportagem, Lóssio não respondeu ao pedido de entrevista.
UOL
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