Brasília - A Comissão de Ética
Pública da Presidência da República decidiu pedir mais informações a quatro
ex-servidores públicos envolvidos no esquema criminoso infiltrado em órgãos
federais descoberto pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF),
deflagrada em novembro do ano passado.
Adams disse estar "magoado" com o envolvimento de seu braço direito no esquema (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr) |
O ex-advogado-geral adjunto José
Weber de Holanda, o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira,
o irmão dele e diretor afastado da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Rubens Vieira, e a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da
República em São Paulo Rosemary Noronha, foram notificados pela comissão em
dezembro, com pedidos de informação.
No entanto, após receber os autos e
o inquérito policial da operação, o colegiado decidiu pedir informações
complementares aos envolvidos. Segundo o presidente da comissão, conselheiro
Américo Lacombe, no primeiro pedido de esclarecimentos – ainda em dezembro – o
colegiado não tinha ideia da “complexidade” do tema. “A matéria é complexa, o
volume de material é muito grande, então temos que dar um prazo grande para a
defesa”, disse hoje (18), ao fim da reunião da comissão.
Os quatro envolvidos terão 30 dias
para responder ao pedido da comissão, a partir da data em que forem
notificados. Segundo Lacombe, os ofícios foram enviados aos envolvidos na
semana passada.
Lacombe confirmou que a comissão
recebeu resposta ao pedido
de informações feito ao advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, no
fim de fevereiro, também relacionado a denúncias de seu envolvimento no
esquema desmontado pela Operação Porto Seguro.
A operação foi deflagrada em
novembro do ano passado e desmontou esquema criminoso infiltrado em órgãos
federais para venda de pareceres técnicos para a iniciativa privada.
O esquema envolvia servidores da
Anac, ANA, AGU e Secretaria do Patrimônio da União. Entre os investigados
estava o ex-advogado-geral adjunto José Weber de Holanda, que foi indicado por
Adams.
Comissão de ética pede explicações ao advogado-geral da União
A Comissão de Ética Pública da
Presidência da República decidiu hoje (25) pedir informações ao advogado-geral
da União, ministro Luís Inácio Adams, sobre denúncias de seu envolvimento no
esquema desmontado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.
Além de Adams, o corregedor-geral da
Advocacia-Geral da União (AGU), Ademar Passos Veiga, terá de se manifestar
sobre suspeitas levantadas em sindicância interna sobre a participação do
ministro e que foram arquivadas.
“Mandei intimar todo mundo para que
prestem informações, a ele [Adams] e ao corregedor, porque uma das denúncias é
que o corregedor fez corpo mole, que o corregedor não tinha independência para
verificar”, disse o presidente da comissão, conselheiro Américo Lacombe.
Segundo ele, Adams e Veiga têm até dez dias para apresentar explicações.
A AGU informou, em nota divulgada no
último sábado (23), que a corregedoria do órgão, após analisar “detidamente
cada aspecto suscitado pela Comissão de Sindicância, confrontando os documentos
e dados existentes nos processos, concluiu pela inexistência de irregularidade
na atuação do advogado-geral da União, seja por ação ou omissão”.
O Sindicato Nacional
dos Procuradores da Fazenda Nacional entrou com representação na última
sexta-feira (22), pedindo investigação criteriosa do colegiado sobre o
envolvimento de Adams.
A Operação Porto Seguro foi
deflagrada em novembro do ano passado e desmontou esquema criminoso infiltrado
em órgãos federais para venda de pareceres técnicos para a iniciativa privada.
O esquema envolvia servidores da
Agência Nacional de Aviação Civil, Agência Nacional de Águas, Advocacia-Geral
da União e Secretaria do Patrimônio da União. Entre os investigados estava o
ex-advogado-geral adjunto José Weber de Holanda, que foi indicado por Adams.
Agência Brasil
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